30 julho 2010

27 perguntas?

Eu dava-lhes a falta de tempo para fazer as 27 perguntas! Primeiro, chamava o COPCON, metia-os todos no Campo Pequeno e carimbava-lhes a testa com uma tinta indelével: tatuava-os! Depois de presos e carimbados tirava-lhes a carteira, adicionava um dígito de controlo ao Bilhete de Identidade para não poderem ser reciclados na Justiça e soltava-os. E até que voltássemos a ter novos operadores formados para servir a Democracia que conquistamos em Abril, íamos passando bem sem eles e sem a bosta da justiça que fazem, até lá, instaurávamos uma lei excepcional draconiana que nos pusesse a coberto dos criminosos mais afoitos e só depois poríamos de pé o edifício da Justiça.

Acabei de ouvir o João Semedo do BE e fico estarrecido. Semedo ter-se-á definitivamente deixado apanhar por um despeito que tolda qualquer espírito.

Vídeos visto em primeira mão no: Câmara Corporativa

Sem título

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29 julho 2010

A vitimização

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Para a Comunicação Social, que em grandes parangonas tanto insinuou as implicações de Sócrates no caso Freeport, a importância de ver agora um PM fora desse cenário não é a mesma, quando os destaques de primeira página são assim tão pequenos e envergonhados como estes, ou não existem.
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Deve concluir-se daqui que a reposição da verdade não tem o mesmo valor de uma denúncia? Ou que não vende? Mas tão grave como as insinuações e os ataques foram as acusações de vitimização aos seus movimentos de reacção, porque veladamente visavam o seu empalamento.

20 julho 2010

Constituição: Toque a rebate!

É este novo PSD que alguns descontentes enquadrados por corporativismos egoístas se preparam para levar a governo: “O PSD pretende retirar «tendencialmente gratuito» na Saúde e “sem justa causa” na proibição dos despedimentos.” É o tradicional ataque da Direita à Constituição antes de governar. Já vem de longe.

A concretizar-se este golpe de Estado constitucional, como lhe chama António Arnaut, da revolução que fizemos e do que conquistámos pouco nos resta, ou por outra, resta-nos o Parlamento, estes Deputados e os Partidos que temos e por enquanto, Cavaco. Estamos cada vez mais pobres.

17 julho 2010

A CPLP e a Guiné Equatorial

A propósito da hipótese da possível admissão da Guiné Equatorial na CPLP, é conveniente esclarecer que na existência de uma comunidade tem que verificar-se a presença de alguns valores comuns identitários, em torno dos quais se decide e se montam os compromissos comuns. Ao estabelecer que existe uma integração sem esses valores reunidos, podemos chamar-lhe o que bem entendermos, e também lhe podemos chamar comunidade porque não? Mas nunca a teremos efectivamente concretizada dessa forma.

Quando se trata de povos, há um cimento agregador que vai além da Língua, mas que só ela potencia. Querer inverter a filosofia que está na base desta CPLP que acredito que vai ser um fórum onde nos vamos entender, pode ser a introdução de um elemento desagregador, por introduzir valores não reconhecidos. Não é por acaso que esta Comunidade foi quem mais celebrou a libertação de Timor como nação. Nem se trata do medo de colocar em risco a sua credibilidade, apenas para facilitar movimentações no xadrez político internacional das lideranças corruptas daquele país, mas porque a base da sua constituição, feita à sombra da Língua portuguesa, passou também a transcendê-la, porque foi ditada pelos afectos que só a convivência histórica possibilita. Os povos da CPLP não entenderão as razões da entrada de um país que não reúne os valores através dos quais nos entendemos: a Língua, a história, os afectos.
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13 julho 2010

A (des)regulação capitalista

A leitura seguinte no Politeia é obrigatória, porque o neo-liberalismo vai atacar com mais força apoiado nas tais hordas de descamisados, induzidas de que o vizinho lhes rouba a mísera côdea do dia e porque é precisa a nossa preparação para defendermos os valores da solidariedade que não cabem nas avaras cartilhas do lucro a qualquer preço, nem no sectarismo doentio que desmobiliza qualquer luta. A clareza com que J.M.Correia Pinto, continua a reflectir sobre a actualidade portuguesa face ao futuro na/da Europa merece uma visita, apesar do extenso link que deixo:
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Ou ainda este e mais este.
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12 julho 2010

Saudades coloniais?

Mário Crespo, o tal do “Palhaço”, para Mira Amaral: - E Angola, ainda poderá voltar a ser o eldorado que já foi?

Mira Amaral: - (!) Não gosto dessa expressão. O que lhe posso dizer é que...” etc. etc.

Que palhaçada é esta pá? Ainda estás no tempo do botas?

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09 julho 2010

Silêncios criminosos

No Ponte Europa está um grito que honra uma parte da nossa civilização: a que é representada pelo Ateísmo.

Parece existir um pacto de não ingerência das religiões nas interpretações malévolas que cada uma faz do “livro”, em nome não sei de que principio, mas é de tal forma lavado que o único grito que se ouve é o dos Ateus. Os crimes contra a Humanidade são mais graves quando se despem dos ódios que infestam a besta humana e se travestem da justiça religiosa dos seus demónios interiores. A prova, é que o mundo não está neste momento a gritar em o uníssono.

05 julho 2010

Portugal? Sim! Mas...

Não fosse a firmeza com que Sócrates justificou o veto do Estado à venda da Vivo aos espanhóis, na entrevista de ontem ao El País, que deveria merecer o aplauso e o apoio de todos, independentemente dos ódios de estimação de cada um, e ficaríamos humilhados pelo comportamento dos accionistas portugueses, o BES e a Ongoing. Depois de vermos Cavaco titubear na Republica Checa, temos um Primeiro-Ministro a não se acobardar e não nos deixar de cócoras perante a arrogância castelhana e algumas declarações humilhantes a nosso respeito pouco consentâneas com uma política de boa vizinhança. Mas sabemos que é um esforço que não se pode pedir a alguns, porque na política, como na igreja, o dogma é a razão que encosta cada um à sua barricada. Gostei de ver Sócrates defender Portugal desta forma tão firme no El País.

Mas causa perplexidade o estranho comportamento de alguns portugueses quando se trata de apoiar Portugal por oposição a outros. No Politeia, J.M. Correio Pinto, desabafa neste excelente texto, assim:
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01 julho 2010

Nem bom vento ...

(Reeditado)
Bem sei que o capital não tem pátria, mas este trás o rótulo castelhano na testa e está a chegar com os maus ventos que mais uma vez nos vieram de um mau casamento! Não lhes vendemos a VIVO, nem os queremos as escutar na PT e queremos que Bruxelas olhe para as golden share dissimuladas que vão pela economia mais blindada da Europa, como o atestam os empresários portugueses. Vamos mandá-los guardar os caramelos, a Zara, a Repsol e os Pina Mouras que os representam e morrerão com o nosso desprezo, mas lutar pela defesa dos sectores estratégicos do país e pela supremacia do Estado em questões fundamentais. Se ainda têm dúvidas, o Iberismo é isto: a falta de respeito pela escala da nossa economia e a provocação que se faz aos portugueses através desta estratégia de polvo. Aí está ele, para já, obrigando o nosso Estado a uma atitude que foi ridicularizada pelos amigos das Lehmans Brothers e quejandos, os mesmos arautos que deixaram passar as más práticas financeiras que lançaram o caos nas finanças mundiais e obrigaram os povos a pagar as suas aldrabices. Entretanto, alguém nos chamou aí de colonialistas? Isso era mais a puta-que-os-pariu! Não acham? Para mim o nível do insulto é igual.
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Reedicção I: A arrogância e o cinismo britânico veiculados através do Financial Times, esquecem que se houve quem colonizasse e saqueasse pelo mundo fora foram os ingleses e os seus piratas. Nas Malvinas (Falklands) e na Ilha de Santa Helena não consta que tenha nascido um único inglês imberbe de geração espontânea, como nasce uma flor, no entanto, são território de onde não querem tirar a pata. Chegamos tarde à descolonização para mal dos nossos pecados, mas mesmo assim acabamos por lutar por uma atribuição honrosa e a prova é a excelente relação que temos com os novos países irmãos, o que não admitimos é que nenhum escroque o ponha em dúvida e cole rótulos que nos ofendem a honra.
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Reedicção II: Há argumentos que não podem ser ignorados. Se estamos a discutir e a refazer a Europa à face dos precalços que, provavelmente, ainda bem lhe aconteceram, antes de estar definitivamente concretizada, então é tempo de ouvir tudo o que ainda não foi dito. Leia no Ponte Europa: "PT - a "golden chair" e "PT/Telefónica & Mecado(s)"