31 dezembro 2010

Exorcizando a crise!

Logo, vamos beber á saúde dos familiares e amigos que temos e nos querem bem, porque sem eles a nossa vida era um deserto, por muito que as ausências se instalem. Eles merecem bem esse brinde mesmo não estando presentes.

A ti que reconheceste a garrafa, um obrigado especial, ela vai melhorar muito o brinde, e o Serra...

Feliz 2011


30 dezembro 2010

Alegre e a Cidadania.

O apelo que Manuel Alegre sentiu para manter a sua candidatura nas presidenciais de 2006, apesar do candidato lançado posteriormente ter sido Mário Soares, foi porventura um dos actos de Cidadania mais importantes na vida política portuguesa recente, porque partiu da justa reclamação dos direitos de um cidadão exemplar, com os quais veio a colidir depois a determinação oficial do seu partido. Isto é tanto mais importante quanto sabemos que a Democracia só vinga e se mantém como sistema saudável, se os cidadãos exercerem com grande virtude os seus direitos. Manuel Alegre fê-lo com uma convicção muito forte, tão forte que foi o cimento agregador de quem não se queria confinar no espartilho partidário que circunstancialmente não soube ler o sentimento dos cidadãos, que por uma razão igualmente forte quiz sentir a politica nas suas mãos, através daquele acto. A lisura deste processo pode ser comprovada no blog Alargar a Cidadania que dinamizou a campanha e foi um êxito neste novo formato de apoio, do qual a Candidatura extraiu um livro para memória futura.

Esta questão deixou marcas, porque parecia ser a primeira vez que a cidadania era exercida no país, tal era a convicção com que cada um participou. Aquele êxito não passou depois despercebido e até Cavaco não resistiu, e alguns tempos depois a cidadania era uma palavra que lhe saltava em cada discurso. Mas cada um é para o que é, e entretanto calou-se.

Não é de estranhar agora o comentário do Dr. Fernando Nobre sobre Alegre, a Cidadania e os apoios partidários, e porque Fernando Nobre não desconhece o histórico das duas candidaturas de Alegre está a ser injusto, parecendo querer apropriar-se do termo, por muito que se lhe reconheça a sua actuação na outra área da cidadania global solidária. Manuel Alegre não inventou a cidadania, claro, não reclama isso, mas foi entre nós, em termos políticos, quem melhor recuperou para o cidadão a consciência imperiosa do seu exercício. Este mérito, já ninguém o pode tirar, eu testemunho isso.

29 dezembro 2010

Bancos e Sociedades Secretas.

A propósito do vídeo editado neste post, um e-mail perguntava se alguém tinha dúvidas sobre o “papel dos Bancos” e dos Illuminati no controlo mundial. Não deveremos ter dúvidas do papel dos Bancos, como não deveremos ter de que o poder das sociedades secretas se equivalerá sempre entre elas no controlo de umas pelas outras. Não parece que o mundo possa ser tomado de assalto mais ou menos velado, pela influência de alguma Maçonaria, Opus, ou Illuminatis. Elas continuarão com certeza a influenciar mas onde tudo se vai jogar é na "ambição" do homem, porque ninguém vai conseguir dizer ás hordas de descamisados do mundo que o padrão de desenvolvimento da Humanidade tem que mudar e que já não vão ter direito ao mesmo número de automóveis, frigoríficos e televisões que os outros tiveram ao mesmo tempo que assistimos a acumulações bizarras de riquezas individuais, muitas delas conseguidas através do rótulo de serviço público, pagas pela fome de quem os serve. É nessa ambição do homem, a mesma que o fez crescer até aqui, que estará também a sua decadência. E quando o homem transfere as suas ambições para um agente que as ponha em prática de forma mais eficaz, o problema complica-se, porque aí, a ambição deixa de ter o seu rosto e reaparece sem ele no tal papel dos Bancos e dos restantes agentes que como uma bola de neve sem controlo específico, que não seja o da ambição por mais lucro, levarão a Humanidade a novas e graves rupturas. É este monstro sem cabeça, voraz por lucros exponenciais, que o neo-liberalismo colocou em marcha a nível mundial, alimentado pela tão incensada ambição do homem que verdadeiramente preocupa, não são as sociedades secretas. Tomáramos nós que tudo isto fosse obra de uma teoria de conspiração, talvez fosse mais fácil de combater.

27 dezembro 2010

Os pobres ... e os de espírito.

Ajudar os pobres será sempre um acto comedido para que com ele não se fira a dignidade do ser, nem se retirem proveitos indevidos. Ao atingirem os níveis a que Cavaco os está a elevar, apadrinhando até o casamento de um ex-sem-abrigo, com Televisão e muita Comunicação Social, tornam-se falsos, eleiçoeiros, nojentemente pimbas, mas mais grave: indecorosos.

Cavaco não sabe, porque foi dos que nunca cantou com José Barata Moura: andava entretido a preencher a ficha para ficar bem na fotografia da polícia política. Preocupa-me um país que pode promover esta espécie de autismo ao permitir que um arquétipo destes nos represente como nação.

24 dezembro 2010

Memórias de Natal

Era um Natal carregado de humidade com uma névoa engrossada, quase chuva, mas de temperatura amena. Já tudo recolhera a suas casas e os retardatários para a ceia lá de casa tinham chegado. Procurava em vão uma última taberna onde pudesse comprar tabaco. No início da calçada estava parado um cachorrito preto, de pelo liso, meio molhado, que me interpelou sobre qualquer coisa inclinando a cabeça o espevitar das orelhas e um abanar do rabo. Dei-lhe apoio moral com um toque suave na cabeça que agradeceu, trocamos um olhar, e lá ficou como que á espera de alguém que lhe desse outra resposta que não aquela. O nevoeiro era agora chuva muito fina. A última tentativa que tinha para encontrar tabaco era nos cafés do centro do bairro, no jardim público. A rua era comprida e pouco iluminada por candeeiros antigos, iguais àqueles que se furtavam ao João Villaret, no tal filme já mil vezes visto. Das janelas das casas vinha uma claridade que ajudava a marcar alguns espaços iluminados na rua e as pedras borrifadas pela grande humidade reflectiam esses escassos pontos de luz. Já caminhava há algum tempo quando ao atravessar a rua olhei para trás e reparei na silhueta do cachorrito reflectida nas pedras de basalto preto gastas pelo tempo, já quase seixos redondos. Aquele pobre tinha-me seguido até ali durante todo aquele tempo. Aproximei-me dele. Das casas ouvia-se o som abafado do Twelve days of Christmas de Harry Belafonte. Desta vez não me interpelou, baixou a cabeça, julgo que num sinal de submissão. O pelo lustroso e limpo estava a ceder e começava a ficar encharcado. Voltei a fazer-lhe uma festa, agora com a palma da mão e disse-lhe mentalmente que não o podia levar. Parece ter confirmado no gesto aquilo que já sabia, e lá ficou parado.
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No regresso, sem o tabaco que não consegui comprar e já molhado, ia decidido a dar-lhe uma outra consoada, mas a última conversa parece ter sido para ele decisiva. Deve ter continuado a sua busca por um coração mais mole naquela noite.
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Não fosse a solidez das minhas convicções e perguntaria: Quem seria aquele cão que me pôs á prova e ainda hoje passados tantos anos me aparece sempre nas minhas memórias de Natal?
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Se ele voltar algum dia, juro que terá um Natal seco e farto.
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21 dezembro 2010

Vistas do Banco de Portugal

Os pilares em que me apoiei para tirar estas fotos são do Banco de Portugal. Nas minhas costas, na porta aqui ao lado, entrava até há bem pouco tempo Vítor Constâncio, top ten a nível mundial na remuneração entre governadores dos Bancos centrais.

Que paradoxo. Seremos o único país da Europa, e entre os primeiros no mundo, onde possamos conjugar duas realidades tão escandalosamente contrastantes uma da outra, e elas podem muito bem servir para ilustrar o país que muitos teimam em manter.
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Vista do B.P. 1
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Vista do B.P. 2
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Vista do B.P. 3
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Vista do B.P. 4
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Vista do B.P. 5
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19 dezembro 2010

Uma oportunidade única:

(Reeditado)
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.Manuel Alegre..
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Os portugueses não podem perder a oportunidade de elevar o nível cultural da Presidência da República portuguesa, porque só a cultura permite o ecletismo tão necessário a uma boa e eficaz representação de Portugal. Se juntarmos a isso a determinação e relutância a neutralidades, quando se exige coragem, só têm uma opção: Manuel Alegre. Foi essa a convicção com que ficamos hoje no Pavilhão de Congressos da Fil. Leia o Contrato Presidencial.
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Cada cavacada, cada minhoca.

Cavaco tem recentemente Sampaio como modelo da sua conduta. Saberá que Sampaio não o apoia e é desde a primeira hora o mais ilustre apoiante de Manuel Alegre?

16 dezembro 2010

Deus para quê?

Para isto? Para issssssto?! E vocês que no Vaticano assistem, não são os herdeiros de uma prática que espalhou um terror pior que este? Vocês queimaram em nome de um Deus primo deste. Quem sabe se esta gente não está assim louca porque assistiu e aprendeu connvosco e está ainda parada desde o século em que vocês tiveram vergonha? Rezem antes pela conversão destes procedimentos e deixem lá o papão da Rússia em paz, que esta gente a mim não me ouve: vê em mim o Diabo!
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Vídeo visto em primeira mão no Alpendre da Lua.
Excerto de texto do Carlos Esperança, no Ponte Europa.

13 dezembro 2010

Fui apanhado pela Wiki... (IV)

Agora são os McCann? Outra vez?...

Fui apanhado pela Wiki... (III)

Olha!... Esperem!...
Já venho.

Fui apanhado pela Wiki... (II)

Pergunto: Quando pagar com cartão, vou ter que estar ainda mais atento no acto do pagamento das compras, agora devido á presença de algum iraniano nas imediações da caixa?

Fui apanhado pela Wiki... (I)

Está tudo maluco: políticos, jornalistas, comentadores, anda tudo a bater com a cabeça de um lado para o outro. Agora foi Manuel Vilaverde Cabral na TVI (de memória):

- Oh, o Millennium BCP, já tem que chegue... agora... olha, não sei, quem lá tiver depósitos que se cuide!

Assim, a frio. Já estou a ver o Ricardo, o Ulrich e os espanhóis a esfregarem as mãos de contentes pela ajuda. Mas então é assim Manel, isso é comentário? Onde é que já chegamos? É o vale tudo? Você pode não gostar da Opus como eu não gosto, mas não pode por-se numa televisão em campanhas dessas. Se fosse accionista, administrador ou empregado daquele Banco, estaria neste momento a diligenciar os reparos possíveis ao meu alcance. Tenha lá maneiras, você parece um comentador doutro Banco.

11 dezembro 2010

O ouriço.

- Não acha que os portuguesezzz deberiam sintiir-se imbergonhadozzz por havere ainda no sécolu binte e ume pessoazzzz cum fóme im Portugaale?

- Eu tão bém acho.
É por falta da indústria da fome.

- A propósito de bergonha, qual é a coisa qual é ela que pica por fora e é oco por dentro? Num sabe, não? Não é quem está a pensar.

- É um ouriço!

09 dezembro 2010

Coragem e transparência

“Basta de mexidas no código laboral. Defendo o que sempre defendi: não se pode pôr em risco a justa causa. Os problemas da nossa economia não se resolvem com a liberalização dos despedimentos”, declarou Manuel Alegre nesta quinta feira na Covilhã.

Em nome da tranquilidade de quem trabalha honestamente, quem pode não concordar com isto?

Sá Carneiro outra vez.

Que ressuscite ou morra definitivamente, porque esta fatalidade dos portugueses se agarrarem a mitos e nevoeiros é perigosa, por fazer deles uma espécie de povo órfão que o impele a adoptar perigosamente qualquer esfinge como salvador. O que está a acontecer com estas reprises é politicamente um nojo e já foi esta mesma Direita que nos deu o triste espectáculo do dia do seu funeral, ainda hoje tido como um dos mais caricatos velórios nacionais e isso, já deveria bastar, mas não, tratam-nos desta forma, como se o entendimento dos acontecimentos que nos rodeiam precisasse de uma matriz martelada todos os anos na nossa cabeça, com ênfase em anos eleitorais, para daí extrairmos as conclusões nela programadas. Não é justo, porque me sinto como português tratado como anormal, alguém que eles têm a veleidade de achar que é manipulável, pese embora o ror deles que por aí há. Depois, temos uma Comunicação Social totalmente dominada pelos alinhamentos da agenda política que se permite patrocinar este triste espectáculo.

Cada vez há menos paciência para aturar penduras á procura de boleia num avião que já não voa porque caiu. Agora é o Freitas. Outra vez!

08 dezembro 2010

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Daniel explica Cavaco

Não resisto a transcrever na integra este excelente texto de Daniel Oliveira, publicado aqui, porque manter Cavaco activo é como não querer mudar de página. Estamos fartos da secura do eucalipto que Cavaco foi para o país. Ao Daniel Oliveira as minhas desculpas pela cópia integral, mas é por uma boa causa.

"Os cinco cavacos
Cavaco Silva
apresenta hoje a sua recandidatura. Foi ministro quando eu tinha 11 anos. Pode sair da Presidência quando eu tiver 46. Ele é o maior símbolo de tantos anos perdidos. E aqui se fala das suas cinco encarnações.
Sem contar com a sua breve passagem pela pasta das Finanças, conhecemos cinco cavacos. Mas todos os cavacos vão dar ao mesmo.

O primeiro Cavaco foi primeiro-ministro. Esbanjou dinheiro como se não houvesse amanhã. Desperdiçou uma das maiores oportunidades de deste País no século passado. Escolheu e determinou um modelo de desenvolvimento que deixou obra mas não preparou a nossa economia para a produção e a exportação. O Cavaco dos patos bravos e do dinheiro fácil. Dos fundos europeus a desaparecerem e dos cursos de formação fantasmas. O Cavaco do Dias Loureiro e do Oliveira e Costa num governo da Nação. Era também o Cavaco que perante qualquer pergunta complicada escolhia o silêncio do bolo rei. Qualquer debate difícil não estava presente, fosse na televisão, em campanhas, fosse no Parlamento, a governar. Era o Cavaco que perante a contestação de estudantes, trabalhadores, polícias ou utentes da ponte sobre o Tejo respondia com o cassetete.
O primeiro Cavaco foi autoritário.

O segundo Cavaco alimentou um tabu: não se sabia se ficava, se partia ou se queria ir para Belém. E não hesitou em deixar o seu partido soçobrar ao seu tabu pessoal. Até só haver Fernando Nogueira para concorrer à sua sucessão e ser humilhado nas urnas. A agenda de Cavaco sempre foi apenas Cavaco. Foi a votos nas presidenciais porque estava plenamente convencido que elas estavam no papo. Perdeu. O País ainda se lembrava bem dos últimos e deprimentes anos do seu governo, recheados de escândalos de corrupção. É que este ambiente de suspeita que vivemos com Sócrates é apenas um remake de um filme que conhecemos.
O segundo Cavaco foi egoísta.

O terceiro Cavaco regressou vindo do silêncio. Concorreu de novo às presidenciais. Quase não falou na campanha. Passeou-se sempre protegido dos imprevistos. Porque Cavaco sabe que Cavaco é um bluff. Não tem pensamento político, tem apenas um repertório de frases feitas muito consensuais. Esse Cavaco paira sobre a política, como se a política não fosse o seu ofício de quase sempre. Porque tem nojo da política. Não do pior que ela tem: os amigos nos negócios, as redes de interesses, da demagogia vazia, os truques palacianos. Mas do mais nobre que ela representa: o confronto de ideias, a exposição à critica impiedosa, a coragem de correr riscos, a generosidade de pôr o cargo que ocupa acima dele próprio. Venceu, porque todos estes cavacos representam o nosso atraso. Cavaco é a metáfora viva da periferia cultural, económica e politica que somos na Europa.
O terceiro Cavaco é vazio.

O quarto Cavaco foi Presidente. Teve três momentos que escolheu como fundamentais para se dirigir ao País: esse assunto que aquecia tanto a Nação, que era o Estatuto dos Açores; umas escutas que nunca existiram a não ser na sua cabeça sempre cheia de paranóicas perseguições; e a crítica à lei do casamento entre pessoas do mesmo sexo que,apesar de desfazer por palavras, não teve a coragem de vetar. O quarto Cavaco tem a mesma falta de coragem e a mesma ausência de capacidade de distinguir o que é prioritário de todos os outros.

Apesar de gostar de pensar em si próprio como um não político, todo ele é cálculo e todo o cálculo tem ele próprio como centro de interesse. Este foi o Cavaco que tentou passar para a imprensa a acusação de que andaria a ser vigiado pelo governo, coisa que numa democracia normal só poderia acabar numa investigação criminal ou numa acção política exemplar. Era falso, todos sabemos. Mas Cavaco fechou o assunto com uma comunicação ao País surrealista, onde tudo ficou baralhado para nada se perceber. Este foi o Cavaco que achou que não devia estar nas cerimónias fúnebres do único prémio Nobel da literatura porque tinha um velho diferendo com ele. Porque Cavaco nunca percebeu que os cargos que ocupa estão acima dele próprio e não são um assunto privado. Este foi o Cavaco que protegeu, até ao limite do imaginável, o seu velho amigo Dias Loureiro, chegando quase a transformar-se em seu porta-voz. Mais uma vez e como sempre, ele próprio acima da instituição que representa. O quarto Cavaco não é um estadista.

E agora cá está o quinto Cavaco. Quando chegou a crise começou a sua campanha. Como sempre, nunca assumida. Até o anúncio da sua candidatura foi feito por interposta pessoa. Em campanha disfarçada, dá conselhos económicos ao País. Por coincidência, quase todos contrários aos que praticou quando foi o primeiro Cavaco. Finge que modera enquanto se dedica a minar o caminho do líder que o seu próprio partido, crime dos crimes, elegeu à sua revelia. Sobre a crise e as ruínas de um governo no qual ninguém acredita, espera garantir a sua reeleição. Mas o quinto Cavaco, ganhe ou perca, já não se livra de uma coisa: foi o Presidente da República que chegou ao fim do seu primeiro mandato com um dos baixos índices de popularidade da nossa democracia e pode ser um dos que será reeleito com menor margem. O quinto Cavaco não tem chama.

Quando Cavaco chegou ao primeiro governo em que participou eu tinha 11 anos. Quando chegou a primeiroministro eu tinha 16. Quando saiu eu já tinha 26. Quando foi eleito Presidente eu tinha 36. Se for reeleito, terei 46 quando ele finalmente abandonar a vida política. Que este homem, que foi o politico profissional com mais tempo no activo para a minha geração, continue a fingir que nada tem a ver com o estado em que estamos e se continue a apresentar com alguém que está acima da politica é coisa que não deixa de me espantar. Ele é a política em tudo que ela falhou. É o símbolo mais evidente de tantos anos perdidos."

02 dezembro 2010

Ulrich e os Despedimentos

“É preciso liberalizar completamente o despedimento individual. É absolutamente indispensável”. Fernando Ulrich, do Banco BPI dixit. Tomem nota destes nomes, um dia vamos lembrar-nos deles.
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Traduzindo da linguagem ulriquês, quer dizer: É urgente poder despedir sem justa causa, ou então: Olha, vai prá rua! Estou muito mal disposto hoje. Pasmo. Pasmo com a ligeireza com que se diz isto conseguindo olhar para a câmara, como se não lhe bastassem os contratos a prazo e os recibos verdes que fazem as angústias de tantos, e ainda quer introduzir mais esta instabilidade no seio das famílias, porque a partir disto será a lei da selva. Com a Direita neo-liberal que aí vem, esta parece ser a hora de pressionar para liberalizar nos despedimentos, nos despejos e onde mais se puder. É preciso não ter um pingo de sensibilidade social para conseguir propor tamanho garrote. Enquanto diz aquilo, há portugueses candidatos àquela medida, pacientemente em fila no seu Banco para lhe entregar as economias que lhe permitem um vencimento milionário que o insensibilizam e o levam a fazer propostas destas. Até quando vão eles ter paciência? Entretanto, não haverá por aí outro banqueiro e outro Banco mais socialmente responsável que mereça aqueles depósitos? Ou serão todos iguais?
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01 dezembro 2010

Reforma máxima: 1700 Euros

Ligue este vídeo da RTP, vale a pena ouvir o que se passa na Suíça em relação á sustentação futura das Pensões e Reformas para todos. Quem disse que estamos condenados, foram eles sempre os mesmos?! Pois, vamos então perguntar-lhes de seguida quantas pensões acumulam ou quanto esperam vir a ganhar mantendo-se a discriminação actual no leque absurdo das Reformas actuais. É urgente uma mudança, a solidariedade tem que ser forçada pela lei e os suíços dizem-nos como. Espalhe o link pelos seus contactos, o nosso futuro também depende disto. Um Estado Social é viável se não tivermos beneficiários de luxo:
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Reeditação: Ouço agora Ângelo Correia na SIC, dando como solução para o problema: Só vejo uma forma, é através do crescimento económico de Portugal! Claro… verdade de La Palisse. Se não houver crescimento olha… governem-se! O que nós não o ouvimos dizer, é que uma solução suiça é a solução, claro, pudera, deveria agora dizer? Nem ele nem aquele comentador enjoado, o disse. E por que acham que foi? Quanto é que acham que vão ser as suas expectativas de reformas? O problema passa por aqui, não há quem ao nível político, ou de outras elites aborde esta questão com frontalidade, sabem porquê? Porque estamos a meio caminho, entre a Europa e África.