Quem negociou os submarinos? Quem seria atingido se os documentos da sua aquisição estivessem disponíveis para investigação? A quem interessou esse desaparecimento? É assim tão difícil?
Todos os dias lemos uma notícia que justifica a inevitabilidade da revolução. De uma revolução. De qualquer revolução. Querem outra? Vejam agora a questão da massa que estava nos paraísos fiscais. Alguma terá por detrás fuga aos impostos, mas muita pode ter na sua origem, não um crime fiscal, mas um crime civil, dado que a condição para o retorno foi pagar um impostozinho e não fazer perguntas, ou quando muito aceitar como fiel uma declaração de compromisso quanto a uma origem “limpa”. Assistimos à notícia deste retorno e ao seu atapetamento com uma descontração tal que a coisa se despenaliza à partida. Isto é hipotecar a honra. Estaremos a perder qualidades com a idade por empolar princípios básicos do comportamento de um Estado para com o cidadão? Se qualquer um de nós cometesse os crimes que originaram o empanturramento daquelas contas, criando assim ilicitamente novos milionários, poderíamos estar agora a cumprir por aí uma pena. Neste caso, porém, o Estado declina o exercício de uma das coisas mais básicas numa sociedade: a Justiça, aceitando a troca e assumindo claramente que sabe poder tratar-se de dinheiro manchado mas que nunca sabe em que medida a mancha é de sangue. Digam-nos que não estamos doidos, porque o que isto configura é o esboroamento do estado deste Estado. E coisas destas não se resolvem com eleições.
É que isto pode estar também a significar a legalização da entrada das luvas pagas na venda dos submarinos! Ou não? É a lavagem legalizada.
2 comentários:
Boa malha!
:)
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