“Exige pronta explicação e
correspondentes escusas por parte dos países envolvidos nesta provocação"?
Com as minhas desculpas se vos parecer imodéstia, mas da
mesma forma que escrevi neste link: “Aos bolivianos: Pelo ato vexatório ao povo
boliviano, através do bloqueio à passagem pelo nosso espaço aéreo, do vosso
Presidente Evo Morales, apresento em nome dos portugueses, as minhas desculpas
pela subserviência do governo que temos em agonia, que ainda morto, tem tempo
para ofender povos que merecem o nosso respeito. Este é um ato de um governo
que já não deveria representar-nos na cena internacional, pelo que vos peço que
considerem ter sido uma atitude de gente de cabeça perdida no seu último
estertor.
Também teria que dizer agora a Dilma Roussef, que enquanto português,
não lhe admitia que dissesse que “quer que o governo português peça desculpa ao
governo boliviano” Por uma razão muito simples: governo nenhum pode dizer a
outro que “quer”, salvo se num contexto de guerra. Somos nós os portugueses que
temos que dizer ao governo português o que queremos, não um governo
estrangeiro, porque isso é ingerência, e Dilma também não aceitaria que ninguém
se intrometesse nos assuntos do seu país.
Sucede que a coisa não tem essa gravidade porque Dilma não disse que “quer”, Dilma: “exigiu um pedido de desculpas por parte dos países envolvidos”, mas a canalhada que escreve
os rodapés nos nossas canais de televisão, ou não sabe ver a diferença ou fê-lo
de má fé. Mas como estamos num país de absurdos ninguém vai perceber naquela
estação de televisão a asneira que foi escrita e o disparate continua
indiferente à simulação e/ou hipotético agravamento de incidentes diplomáticos.
4 comentários:
Parabéns, Graza! Argumentação muito bem urdida: nem aceitamos a subserviência do nosso país face aos interesses americanos, nem aceitamos ingerência de um governo estrangeiro, mesmo que de um "país irmão", ao ponto de exigir do Governo da República Portuguesa um pedido de desculpas a um país terceiro. Para além da arrogância perante Portugal, Dilma Roussef demonstrou também um paternalismo sobranceiro e arrogante face à Bolívia.
Muito bem.
A coerência nem sempre é cómoda, ou melhor, quase nunca é cómoda!
Obrigado Nália. Sabes? Ando com saudade de abrir as notícias sem dar com os absurdos que caracterizam o país nos últimos tempos. Muitos perpetuam-se devido à nossa indiferença: vemos, ouvimos e lemos e decidimos não reagir, é assim como se achássemos uma fatalidade, e pronto.
É isso Pindérico. Nunca é cómoda, mas é a que nos mantém verticais.
É bom sabê-lo ativo. :)
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