(*) Peço que não omitam em cada leitura, o asterisco, que
deverão substituir pelo termo que achem mais (in)conveniente. Reservo-me o
direito de não revelar a contundência daquele em que pensei.
Sim, não sou piegas pá, piegas é a (*). Sou um pai
preocupado, pessoa de bem, cidadão defraudado e tenho lábios que te dizem da
pessoa que sou, coisa que tu não tens, nem és.
Sim pá, piegas é a (*). Eu sou um pai triste, pessoa decente
mas cidadão revoltado à beira de tanta coisa que é melhor nem saberes. E sobretudo
tenho lábios que falam da qualidade do meu carácter.
(*) sim, porque não sou piegas pá. Sou um pai amargurado que
investiu na educação dos filhos e os vê partir agora porque lhes hipotecas o
futuro.
Sim (*), não sou aquilo que nos chamaste. Sou mais pai do que
tu alguma vez foste, porque nunca - como solução para a minha falência - mandaria
emigrar os filhos dos outros.
Sim (*), o que te desejo é o dobro do mal que estás a
fazer-nos à família que deveria ter os mesmos direitos que a tua.
Sim também, e infelizmente, o problema é que tu estás protegido
por muitos outros (*) iguais a ti.
Seu (*) vai ao espelho e olha-te! Já viste como esses lábios
nos falam de ti?
2 comentários:
Grazina:
O meu amigo nem pode imaginar a quantidade de palavras que eu utilizei, retiradas da linguagem que o povo inventou, para substituir o empecilho do (*). E não fiquei satisfeito, o que só sucederia se eu pudesse "arrebentar o canastro" àquele (*), para que ele fosse para (*), e que deixasse de nos infernizar o juízo.
O texto traduz bem as preocupações de muitos pais deste país, que acrescentam às suas preocupações mais um grave problema: a ausência de futuro para os seus filhos e para todos nós.
É de difundir a toda a velocidade.
O asterisco resolveu-nos a ambos um problema: poder chamar-lhe aquilo que não devíamos, aqui.
Um abraço.
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