Comemora-se quase em simultâneo o centenário do nascimento
de Álvaro Cunhal, e os 96 anos da Revolução Russa de 1917.
Nada tenho contra Álvaro Cunhal, andei até com ele nas
lutas e Abril, e sim reconheço-lhe o valor de um lutador incansável que ajudou à sua
maneira a derrotar o fascismo. Entre as duas comemorações decidi por assistir ao
da explicação da revolução de 1917, por maior desconhecimento do facto.
O que sabemos de um acontecimento passado é o que o filtro histórico
dos vencedores lhe aplica, e no caso da Revolução Russa, o vencedor foi
Stalin, não é por isso de estranhar que muito pouco se ouça falar dos que foram
derrotados e como foram, e é assim que outra versão dos acontecimentos vai
fazendo caminho, mas não devia, porque aquele período teve outros protagonistas
e cada um deles teria a sua versão do que se passou se tivesse sobrevivido, e o
facto do seu depoimento não ser coincidente só serviria para enriquecer o
relato.
Trotsky foi um desses, mas foi dos últimos a ser eliminado na
América Latina, pelas secretas do nosso vencedor, mas não foi o único, porque
de um Comité Central de 26 elementos sobreviveram 4, três por razões especiais,
e um por ser ele próprio: Stalin.
Podem conferir-se por baixo das fotos, o motivo da morte de
cada um. Não é justo.
Encontrei duas fotos que ilustram bem esse período. Uma que
é sintomática da lavagem feita através da manipulação da fotografia, havendo
mais exemplos destes, e a outra que explica porque triunfou Stalin. A revolução
russa derivou aqui para uma outra coisa. O resultado foi o que se viu.
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