A valsinha que acompanha o texto dedico-a aos meus pais, pela memória que tive deles hoje, provocada pela contundência das notícias
do dia. Eles eram alentejanos e gostariam certamente dela.
Este não é propriamente um local para descarregar estados de
alma, mas eu explico o que se passou.
As notícias do dia quanto à violência doméstica sobre os
nossos idosos, deixaram-me um pouco assim. A propósito de mais uma notícia
triste, ouvi coisas horríveis do que está a acontecer entre avós, pais, filhos e
netos, entre portas, sem que a nossa sociedade se dê conta do drama que tantos idosos
estão a viver. Isso fez-me pensar, que aqui há algum tempo atrás insistia que
sendo o povo português de brandos costumes, existia contudo nele um lado pérfido, o da sordidez.
Abandonei depois a tese, porque até a mim me custava admitir que fazia parte de
um povo com estas características. Hoje porém, não resisto a voltar ao assunto,
por achar que a crise e o drama do
desemprego e da miséria financeira não podem explicar tudo, há mais qualquer
coisa que faz com isto esteja a acontecer e assim sendo, retomo a constatação
de que estes comportamentos só podem ser gerados na sordidez endémica que
grassa entre nós. Não sei se estatisticamente somos nisto diferentes da Europa.
O que me importa é isso que acontece.
Isto trouxe-me à memória os cabelinhos brancos dos meus e
não pude deixar de lhes dedicar esta musiquinha, que não sendo o meu estilo, fará certamente as
delícias deles onde quer que estejam.
Sem comentários:
Enviar um comentário