A forma como a Comunicação Social que temos nos dá uma
notícia que quer que tenha uma determinada interpretação induzida, é uma
questão nunca resolvida, porque tem a ver com os interesses próprios dento do
sistema vigente a cada momento e não com o apuramento de verdades incompatíveis.
Um avião caiu, atingido no ar e logo lá em cima a 33 mil pés
começou a desintegração de tudo. O resultado foi a dispersão por uma vasta área
de guerra, isolada, num zona que não é já um Estado com todas as regras, com
leis que já não valem ali, sem polícia, sem segurança, etc. A Comunicação
Social ocidental começa a sua saga por querer mostrar ao mundo como tudo ali é
sinistro. Os separatistas pró russos, que à maneira do 007 devem ser todos
feios e ter cremalheiras de titânio para melhor comerem criancinhas, são
mostrados com câmaras fugidias e nervosas, e vai-se afadigando em dizer que não
é normal ver uma área de acidente a ser devassada. Esperava-se o quê num campo
que é palco de guerra, sem Estado, dominado por homens com armas em vez de
forças policiais? A pilhagem de valores? Ah sim, pois, é o ser humano no seu
esplendor sempre que estas tragédias acontecem em qualquer lado. Mas aqui não,
segundo ela tudo é cirúrgico e vai-se ao limite de dar tendenciosamente a
noticia da forma que explico:
Como pudemos ver, os destroços ficaram espalhados por todo o
lado. Nas buscas que se fizeram para identificar os corpos, que assinalavam com
uma bandeira, foram descobertas as caixas negras (laranjas), e é aqui que a
notícia é sibilina. O que achavam vocês que os homens deveriam fazer às caixas
num cenário caótico daqueles, num não-Estado que é aquela região? Achavam que
deveriam sinalizar as caixas com uma bandeirinha? e deixá-las ali ficar à mercê
do saque? Não! Os homens deveria proteger as caixas, levando-as, e
guardando-as, porque aquilo vale ouro num acidente. Como se sabe a comunicação
do Ocidente com aquela região e aquela gente não é em canal aberto, está tudo
cheio de filtros, a juntar a isto acrescente-se o domínio da informação pela
animosidade do padrão Washington-Londres-Berlin, contra Moscovo, porque querem a NATO às portas da Rússia, e começa-se aqui a espalhar a
notícia de que os separatistas tinham roubado as caixas negras. Pelos vistos,
queriam que elas tivessem sido assinaladas para levantamento posterior. E dão a
notícia assim numa TV. As aspas são minhas:
(...) “Sem acesso livre ao local. “Relatos” dão conta de
pilhagens e a destruição de provas criminais para apurar o que se passou. Os
separatistas “terão mesmo” retirado as caixas negras do avião”.
.
.
Depois passam as imagens do local e dizem:
(...) “As imagens foram filmadas na sexta feira “mas só”
neste domingo foram divulgadas pela Reuters. No meio dos destroços “um homem”
com acesso ao local “controlado” pelos separatistas transporta um objeto cor de
laranja, a mesma cor que caracteriza as caixas negras do Boeing 777. Os
serviços de segurança da Ucrânia divulgaram... “ etc.
Ou seja, as palavras: “Relatos”, “terão mesmo”, “mas só”,
“um homem”, “controlado”, estão ali para nos levar para onde querem. Naquela
frase: “Os separatistas “terão mesmo”... o verbo “terão mesmo” é
verdadeiramente uma adaga árabe para esventrar por dentro.
Conclusão, os homens não largam as caixas negras a qualquer
um, querem ter a certeza que autoridade vai tomar conta delas e escolheram a
ICAO - Autoridade Internacional de Aviação Civil.
O que escrevo, não pretende dizer que não possam ter sido os
separatistas a derrubar o avião, e acredito que quem o fez, foi por erro,
porque não vou ao ponto de achar que uns e outros seriam gente para isso. Em
contraste com este afã, está a miséria da forma como estão a vender ao ocidente
os crimes de guerra que estão a ser cometidos por Israel com a cobertura dos
EUA.
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