Começo a ter vergonha de ter acreditado que alguma vez
poderíamos vir a convergir com a Europa nas condições em que entramos na moeda
única. Agora percebo o logro em que caímos. O resultado está à vista no
gráfico, - recolhido do CIES Observatório das Desigualdades - isto é, temos que
convergir, fazer com que sejamos competitivos para poder crescer e assim
reduzir o fosso, mas desta forma o custo do fator trabalho (ICT) já vai em
12,1%, conta os 44,2% da Noruega, e mesmo assim, nada.
Temos desta forma todo o esforço da convergência suportado pelo
lado do trabalho e não é justo, porque não estamos a fazer o ajuste de uma
forma relativa, isto é, se é para empobrecer que sejam todos os sectores a fazê-lo para não ser mais penoso sempre para os mesmos,
e só há uma hipótese: dispormos de moeda própria para fazer a convergência por
esse lado. Os alemães holandeses e os ricos do norte preferem ter-nos presos?
Pudera, interessa-lhes esta relação. Teremos que ser nós a colocar esta
carta na mesa e se não há alternativa, porquê esperar até ao desastre final?
É altura de fazer justiça aos que nos foram avisando de que
com o Euro não íamos lá. O Prof. Ferreira do Amaral foi um deles, mas foi
também o amigo Alexandre de Castro, no seu Alpendre da Lua, aqui, aqui, aqui etc., que nos foi sempre escrevendo
do Euro como uma moeda demasiado forte para a nossa competitividade.
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