A quantos não está a passar despercebida ou atribuem a
devida importância, a condenação do soldado americano Bradley Manning, que
esteve na origem da revelação de documentos secretos dos EUA pela Wikileaks?
Este jovem soldado, foi condenado para o resto da vida,
tendo caído a possibilidade de condenação à morte, pelo facto de – a meu ver - ter
prestado um grande serviço à humanidade, ao revelar segredos sobre as guerras do
seu país. Em vez de culpado, deve ser por nós considerado herói pelos serviços
que prestou, porque como diz uma petição de eurodeputados ao governo Obama: (…) “mais do que causar danos, a entrega de documentos por Bradley Manning ao WikiLeaks sobre as guerras no Iraque e no Afeganistão fez uma muito necessária luz sobre essas ocupações, revelando,entre outros abusos, uma rotina de assassínio de civis, o que, prosseguem, contrasta enormemente com os relatórios de progresso fornecidos ao público por líderes militares e políticos”.
Pelas revelações da Wikileaks e do conhecimento dos
documentos sobre as atividades da CIA, que o tempo já permitiu desclassificar e
tornar públicos, e entretanto editados em livro, como este que aqui e aqui me
refiro, o povo americano está a perder uma oportunidade de mostrar uma grandeza
que afinal não tem, e vive, como outros, sempre de má memória, em circunstâncias
idênticas de controlo de massas, num autismo nacionalista perigoso, porque são eles
que permitem que tudo se passe na maior conivência. Uma coisa os
EUA fazem com grande eficiência: é a forma como dominam a sua opinião pública, através
da auto censura inculcada em cada um no que respeita ao seu país, mas sendo uma
atenuante, não pode ilibar aquele povo do sono infantil em que vive.
Do resto do mundo que se saiba, salva-se o grupo de eurodeputados
que fez o apelo a Obama que acima referi, por mim, não posso deixar de lhe prestar
a minha homenagem, juntando o meu protesto e quem sabe, fazendo com que uma
corrente maior possa devolver a liberdade a um ser humano cujo crime foi lutar
pela liberdade de outros.
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