- Então os beijos já são política? – interrogaram-se os meus
críticos.
O facto é que eram.
Em consequência do sopro de sucesso que varria o país, e dos dinheiros da Europa que generosamente confluíam para Portugal, começava a surgir uma nova classe de gente endinheirada, uma verdadeira classe de novos-ricos, desejosa de se mostrar, de se exibir, de se distinguir a todo o custo dos que não conseguiam passar da cepa torta.
José António Saraiva, in Política
a Sério, no Jornal Sol, de 04/12/2006. O facto é que eram.
Em consequência do sopro de sucesso que varria o país, e dos dinheiros da Europa que generosamente confluíam para Portugal, começava a surgir uma nova classe de gente endinheirada, uma verdadeira classe de novos-ricos, desejosa de se mostrar, de se exibir, de se distinguir a todo o custo dos que não conseguiam passar da cepa torta.
Leiam o resto no link que vale a pena.
Hoje, no começo da sessão de apresentação da moção de
confiança no Parlamento, o cumprimento uniforme dos membros do governo que ainda
não se tinha cumprimentado, foi mais uma vez aquele resquício que ainda resiste
dos tempos do cavaquismo, o de um único beijo como cumprimento.
Confesso que nunca o aceitei, não só por ele representar uma
rotura nos hábitos, como por aparecer como uma pretensa marca distintiva na
minha interlocutora, e ser até ostensiva na medida em que quem a transporta
sabe por que razão o faz. Não sou afinal tão radical por dizê-lo desta forma, e com isso atingir alguém, porque
encontrei uma opinião idêntica à minha, quando fazia pesquisa nesse sentido: a
de José António Saraiva, de cujos hábitos e pensamentos me considero bem longe.
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