Muito do que está a acontecer no mundo, em
particular na Europa, surpreende por ser inusitado, invasivo, brutal até na
forma como nos atinge. Grave porque nos apanha desprevenidos, estaríamos à
espera de alterações dentro dos padrões que conhecíamos no sistema, mas o
sistema rasga garantias e avança inexorável. Sabíamos como começavam as
ditaduras: com o pimba e a supressão das liberdades políticas, mas a mudança
está a acontecer, baseada na dificuldade humana em assimilar rapidamente as
velocidades da evolução e quando esperamos que essa ordem se cumpra, pode ser
ao contrário: a supressão das liberdades primeiro e o pimba depois. Aliás, a
Merkel diz já que se congratula com o facto de não sermos presos por nos
manifestarmos contra ela em Portugal e na Grécia. Não se esqueçam nunca que o
fascismo se travestirá sempre para aparecer.
E se com as Revoluções se passar o mesmo? Se
mudarem de padrão e nos apanharem desprevenidos, e não seguirem os padrões do
sistema a que estávamos habituados? Quem diz o que poderá vir a ser esta
solidariedade internacional? Em que medida um bloqueio internacional de
estivadores pode equivaler à força de uma revolução pelo exemplo que pode vir a
dar às outras forças do trabalho? E se esta crise que confronta de uma forma
tão brutal o trabalho e o capital ocioso, for a chave do problema? Vejam este
vídeo sobre a luta dos Estivadores:
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