21 julho 2014

A Intoxicação da Informação Ocidental.

A forma como a Comunicação Social que temos nos dá uma notícia que quer que tenha uma determinada interpretação induzida, é uma questão nunca resolvida, porque tem a ver com os interesses próprios dento do sistema vigente a cada momento e não com o apuramento de verdades incompatíveis.

Um avião caiu, atingido no ar e logo lá em cima a 33 mil pés começou a desintegração de tudo. O resultado foi a dispersão por uma vasta área de guerra, isolada, num zona que não é já um Estado com todas as regras, com leis que já não valem ali, sem polícia, sem segurança, etc. A Comunicação Social ocidental começa a sua saga por querer mostrar ao mundo como tudo ali é sinistro. Os separatistas pró russos, que à maneira do 007 devem ser todos feios e ter cremalheiras de titânio para melhor comerem criancinhas, são mostrados com câmaras fugidias e nervosas, e vai-se afadigando em dizer que não é normal ver uma área de acidente a ser devassada. Esperava-se o quê num campo que é palco de guerra, sem Estado, dominado por homens com armas em vez de forças policiais? A pilhagem de valores? Ah sim, pois, é o ser humano no seu esplendor sempre que estas tragédias acontecem em qualquer lado. Mas aqui não, segundo ela tudo é cirúrgico e vai-se ao limite de dar tendenciosamente a noticia da forma que explico:

Como pudemos ver, os destroços ficaram espalhados por todo o lado. Nas buscas que se fizeram para identificar os corpos, que assinalavam com uma bandeira, foram descobertas as caixas negras (laranjas), e é aqui que a notícia é sibilina. O que achavam vocês que os homens deveriam fazer às caixas num cenário caótico daqueles, num não-Estado que é aquela região? Achavam que deveriam sinalizar as caixas com uma bandeirinha? e deixá-las ali ficar à mercê do saque? Não! Os homens deveria proteger as caixas, levando-as, e guardando-as, porque aquilo vale ouro num acidente. Como se sabe a comunicação do Ocidente com aquela região e aquela gente não é em canal aberto, está tudo cheio de filtros, a juntar a isto acrescente-se o domínio da informação pela animosidade do padrão Washington-Londres-Berlin, contra Moscovo, porque querem a NATO às portas da Rússia, e começa-se aqui a espalhar a notícia de que os separatistas tinham roubado as caixas negras. Pelos vistos, queriam que elas tivessem sido assinaladas para levantamento posterior. E dão a notícia assim numa TV. As aspas são minhas:

(...) “Sem acesso livre ao local. “Relatos” dão conta de pilhagens e a destruição de provas criminais para apurar o que se passou. Os separatistas “terão mesmo” retirado as caixas negras do avião”.
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Depois passam as imagens do local e dizem:

(...) “As imagens foram filmadas na sexta feira “mas só” neste domingo foram divulgadas pela Reuters. No meio dos destroços “um homem” com acesso ao local “controlado” pelos separatistas transporta um objeto cor de laranja, a mesma cor que caracteriza as caixas negras do Boeing 777. Os serviços de segurança da Ucrânia divulgaram... “ etc.

Ou seja, as palavras: “Relatos”, “terão mesmo”, “mas só”, “um homem”, “controlado”, estão ali para nos levar para onde querem. Naquela frase: “Os separatistas “terão mesmo”... o verbo “terão mesmo” é verdadeiramente uma adaga árabe para esventrar por dentro.

Conclusão, os homens não largam as caixas negras a qualquer um, querem ter a certeza que autoridade vai tomar conta delas e escolheram a ICAO - Autoridade Internacional de Aviação Civil.

O que escrevo, não pretende dizer que não possam ter sido os separatistas a derrubar o avião, e acredito que quem o fez, foi por erro, porque não vou ao ponto de achar que uns e outros seriam gente para isso. Em contraste com este afã, está a miséria da forma como estão a vender ao ocidente os crimes de guerra que estão a ser cometidos por Israel com a cobertura dos EUA.

16 julho 2014

Os judeus contra si próprios.




13 julho 2014

Uma estátua que é um descaramento.


Foi de mau gosto e cegueira política ter-se elevado um símbolo partidário à dimensão de estátua, mas foi também uma aberração que a homenagem ao seu personagem central ocupasse nela uma pequena parte do monumento, numa espécie de versão degolada, sendo o resto, a ostentação provocatória de um símbolo partidário. Imaginem que era o PCP que estava na Câmara e a coisa se fazia com Álvaro Cunhal, a foice e o martelo?
Passamos todos estes anos na espectativa de que aquilo fosse algum vanguardismo difícil de interpretar, mas a estátua continua a não se elevar para além da enorme tristeza do monumento funerário que é, só restando uma opção, - não digo que seja a do camartelo que é recomendado para os dois Centros Comerciais do Martim Moniz – mas a desmontagem da estrutura, para não ficar ad eternum a perpetuar o mau gosto dos cidadãos de Lisboa, através da indigência do elenco camarário que teve a cegueira de ali plantar um símbolo partidário, e logo numa das principais entradas da cidade. Tenham juízo quando se reunirem para desmontar o mausoléu. Ver aqui.

05 julho 2014

Pessoa, Christian Kjelstrup e a Uroens Bonkandel


Christian Kjelstrup, ficou fascinado por Pessoa através do Livro do Desassossego, abriu na Noruega uma livraria temporária - Uroens Bokandel - onde só vende este livro, e vendeu num curto período muitas centenas de exemplares. Ele está agora em Lisboa, até Domingo dia 6, na loja "Vida Portuguesa", na Rua Anchieta, 11, ao Chiado, com o Livro do Desassossego na edição da Tinta da China. Vale a pena passar lá e dizer-lhe que é sempre bom vermos o génio de Pessoa reconhecido por gente tão distante geograficamente de nós, mas tão próximos da língua portuguesa através da qualidade com que escreveu. Foi o que eu fiz. Parabéns Christian.