29 janeiro 2006

Unanimismos bons e maus.

O grande estatuto do Prof. Eduardo Lourenço e o respeito que nos mereça não deve ser impeditivo de que gente anónima como eu, discorde publicamente das suas opiniões políticas. Por isso aqui vai a minha forma de lhe dizer que não gostei do que escreveu.

Na Revista Visão nº 673 de 26 de Janeiro, diz: “Não sei se Manuel Alegre esteve na Fonte Luminosa quando o País, pela voz de Mário Soares e Zenha, escolheu a Democracia sob que vivemos e onde o partido a que pertence se assumiu como a vanguarda dessa opção. ...”

Mas isso não foi em 74/75? Quanta água já passou sobre o rio dessas intenções? Quantos sonhos implicitos nessa luta morreram ou estão por realizar? E se Manuel Alegre não esteve na Fonte Luminosa retirava-lhe isso alguma credibilidade à sua actual forma de encarar a luta pela liberdade, pela democracia e pela cidadania? Em que é que o estar ou não na Fonte Luminosa o agrilhoa ad eternun, a uma forma de pensar que não lhe permita conluir que haverá outras formas de conseguir a concretização desses sonhos?

E diz: ...“Mas não se estranhe que um seu admirador lhe diga que a sua cruzada antipartido,...”.

E o Professor é um dos “admiradores”? Ou não sendo, escolhe esta “figuração” para que a injustiça deste comentário não lhe cause dano com o ricochete? Desde quando aceitar a lei da rolha e achar que ele próprio seria melhor opção presidencial, como se comprovou, pode ser considerado uma cruzada antipartido (s)?
O próprio não clamou várias vezes não ser seu objectivo o antipartidarismo? Ou por ser contra a “lógica aparelhista dos partidos”, ou por ser “por outras formas de exercer a democracia e a cidadania” e achar que “elas não se esgotam neles”, pode ser confundido com antipartidarismo? Conhecem-se ou não as dificuldades de participação do cidadão comum com o sistema actual? Respondeu ou não o cidadão com vitalidade a esta pergunta? Ou o Professor tende também a menospresar, por desconhecer, como outros que nos invectivaram, a riqueza democrática e cívica que foi esta movimentação? Não deveria um democrata estar mais atento às dinâmicas que um sistema democrático pode gerar? Ou a demoracia é um depósito de intenções e passividades? Não será isto que pode levar, e está a levar, às novas formas de usurpação do poder do cidadão?

E continua a dizer: “... além de intrinsecamente demagógica, populista....“

Ora, demagogia significa: submissão excessiva da actuação política ao agrado do povo. Como é possível por como consideração que a decisão de avançar legitimamente para a candidatura à Presidência e conhecendo a sua irrepreensível conduta, tenha sido determinada por uma submissão exagerada da sua decisão politica em função do agrado do eleitorado? Sendo óbvio que teve de escutar o eco da sua mensagem antes de avançar.

E diz mais: “ ...populista no pior sentido, é ideologicamente incoerente, ou então francamente inaceitável.

Populista no pior sentido!...A partir daqui tenho o direito de me sentir ofendido como votante de Alegre, e reclamar o mesmo direito de tratamento dos outros cidadãos, porque, não é por ter votado umas quantas vezes em M. Soares e votar agora M. Alegre que passei a ser: populaça, plebe ou ralé e deixei de ter como forma de pensamento a minha abençoada autonomia.

E conclui um parágrafo referente a M. Alegre, assim: ”Mas os messianismos unanimistas são, sem excepção alguma, o inferno da História ou a História como inferno.” Presumo então quando diz: “A Dolorosa derrota de Mario Soares não deve ser apenas tema de melancolia política” que se o unanimismo tivesse sido à volta de M. Soares este seria a excepção que confirmaria a regra, e já não haveria messianismos que eram o inferno da História.


Tenho que terminar outra vez com o que diz Vitor Sousa: "...Alegre é um genuíno sucedâneo de Pessoa, porquanto se assume como um devoto da Língua Portuguesa, um verdadeiro patriota. Repisa a palavra Pátria, estigmatizada devido às sevícias do passado, e origina os clamores dos oblíquos que temem o regresso de um nacionalismo exacerbado..."

24 janeiro 2006

Desmobilizar? Nunca...

Provamos o que vale a força da convicção. Formamos o movimento mais genuíno desde 74. Os mais antigos nestas lides, podem testemunhar como há muito não sentiam um movimento destes. Nós aqui, formamos uma coluna que só com verdade conseguiria este êxito, e os Margaridos de várias matizes que por aí andam que não confundam o lugar com o êxito.

Caro Luis Tito que não conheço, como não conheço todos.

Só não concordo com o part.passado do seu verbo "alinharam na Rede". A sua assistência foi fundamental, tem por isso também responsabilidades. Deixar assim estes verbos, desmobiliza. Percebo que foi um blog da Campanha e há que ter posturas de acordo, mas não consegue ao menos sugerir por aí um local onde possamos ir todos beber um copo? É que eu não vou desmobilizar...

20 janeiro 2006

O poder de acreditar.

Chegamos a meio do caminho. É a minha convicção. Falta-nos a outra metade.

Tem sido uma honra compartilhar esta forma de estar e pensar desta candidatura presidencial, com as pessoas que acompanham e apoiam Manuel Alegre. Tenho lido nesta rede de blogs de apoio, excelentes peças literárias, grandes exercícios de exaltação da democracia, da liberdade, da cidadania e de uma renovada palavra Pátria. São para mim gente anónima, talvez mediáticos alguns, outros, também de grande saber mas que preferem a fuga aos alofotes.

Se este prémio não bastasse, ficava-me o privilégio maior de ousar também a utopia com uma figura da nossa República e um homem que muito admiro. A candidatura não precisa de me agradecer a disponibilidade, os apoios, as mesas de voto, porque era uma dívida que tinha com a minha postura cívica e é dele o mérito por tê-la pago.

Nada ficará como dantes, acredito, tão só porque alguém nos veio dizer, lembrando um pouco Torga, que "temos nas nossas mãos o terrivel poder de acreditar".

16 janeiro 2006

O DESAFIO

Quem, como proponente responsável pela candidatura de Alegre, ficará de consciência tranquila se não estiver no dia 19 no Pavilhão Atlântico, às 21h00, para a grande festa final da candidatura?

Quem, como apoiante de Alegre, achará que estas coisas do apoio ficarão apenas concretizadas com as intenções?

Quem achará que estas questões da cidadania não precisam do alimento do ânimo e que se luta com mais força quando se vê a recompensa do esforço?

Quem tem coragem de ficar de fora na próxima Quinta – Feira?

Eu levo comigo pessoas de que gosto e gostam de mim!

E vocês? Vão sozinhos?

13 janeiro 2006

Os Blogs em campanha.

Aos formidáveis blogs desta Rede de Candidatura.

Vamos fazer um esforço final com uma das melhores armas de que dispomos: esta nossa rede de blogs apoiantes.

Estamos a conseguir com a enorme força da razão que é esta candidatura um dos objectivos a que ela se propôs: disputar a 2ª volta com Cavaco para aí o vencer com o apoio deste formidável movimento de cidadãos.

Sou um simpatizante, um apoiante, não sou um colaborador inscrito para não faltar às minhas promessas, mas estou o mais activo que posso. Sem tibiezas devemos proclamar nos locais de trabalho e junto dos amigos, que apoiamos Alegre. Deve haver sedes de candidatura distritais a precisar de ajuda para os cartazes, as caravanas que se vão formar precisam de gente e carros para percorrer os concelhos, porque - na minha óptica - infelizmente, há gente que ainda se impressiona com este tipo de argumentos. Na falta do suporte logístico partidário, os nossos blogs devem suprir essa falta e até dia 22 ser uma ajuda constante, pois somos parte integrante do sucesso que a candidatura está a conseguir.

Para já temos hoje uma reunião no Hotel Altis, às 21H00. Vamos colaborar
!

11 janeiro 2006

As Mesas de Voto

As mesas de voto precisam de delegados que acompanhem o acto eleitoral. Foi mais um acto de cidadania que acabo de cumprir. E vocês? Que esperam?

08 janeiro 2006

Os enganados e os outros.

Quando entro num forum por engano onde se debate a Liberdade e dasato a postar comentários, corro sempre um risco por não conhecer as coerências dos interlocutores e cada um poder fazer a pirueta que bem entender.

Um ponto de interrogação pode levar a um juízo de uma intenção errada. Se houver um melhor conhecimento dos intervenientes no “tugúrio” através do histórico das suas intervenções, talvez o ponto de interrogação tenha outra interpretação. Atribuem-se perspicácias indevidas ao interrogador. Faço mea culpa. Entro porque o espaço é aberto mas também saio sem acrimónias, porque quem me põe mesmo fora de linha são todos os ditadores deste mundo mais os candidatos que utilizando a democracia vão escapando ao epíteto, beneficiando até da passadeira vermelha que lhes estende o poder que dele precisa.

Quanto aos povos que os suportam, tenho sempre esta dúvida sistemática: eles são vítimas, mas também algozes? Não têm mácula porque são o povo e a culpa é de todos nós, porque foi este povo que fomos deixando moldar pelos sucessivos poderes que não o conseguiram tirar do analfabetismo e ilicteracia, etc.. Mas também há neste um raciocínio errado é que os ditadores e os candidatos não nascem por geração expontânea. É dessa massa que os suporta que eles saem. Teremos assim ao fim e ao cabo dois tipos de povos enganados. Os que foram efectivamente enganados e os “outros”.

E então os “outros”, merecem ainda a depuração, apesar da mácula?

E cá vou depurando indefinidamente e cada vez com mais dúvidas.
Como eu gostava que o povo da Madeira lesse este post. É que desaparecendo “um”, já lá está o “outro”.

07 janeiro 2006

Saudação de Abertura

O ajudante de Cavaco

Já agora mais esta: escreveu Luiz Carvalho no Expresso online, de 29 Dezembro, clique e leia.

Conhecimento e Cultura

Conhecimento, s.m. saber; instrução; perícia.

Cavaco pode ser um homem de Conhecimentos, por saber de Economia e Finanças, por ter instrução e alguma perícia em matéria económica e financeira, um pouco mais do que isso, mas não mais, porque um outro patamar: é Cultura.

Cultura, s.f. ...desenvolvimento intelectual; sabedoria.

Cavaco não é um homem culto, porque se o fosse, não tinha a falta de humildade que lhe permitiu dizer que raramente se engana e nunca tem dúvidas. Lapsus lingue? Talvez, mas suficientemente revelador. Se o fosse, não desconhecia quantos cantos têm os Lusíadas que é um dos primeiros detalhes que se aprende no primeiro ano do liceu. Já não falo do “eucalipto”, nem da “secura” que cria à volta, porque um homem culto, congrega. E para a história, ficam o bolo rei, os “passarinhos” na ilha e o
teatro ali para a Praça de Espanha que por acaso é o Teatro Aberto e a peça era a Democracia.(Ver no Tugir)

Ainda assim, fica aqui mais alguma coisa do muito que já se escreveu por aí, para que não haja dúvidas sobre a forma como Cavaco aplica o seu conhecimento. Escolhi o post do
Miguel Silva, em Recordações do cavaquismo. Clique no texto para ler completo:

O declínio do PSD, em meados da década de 90, que culminou na vitória de Guterres, confunde-se com o declínio do cavaquismo. Não foi tanto Fernando Nogueira que perdeu essas eleições legislativas em 95. Foi Cavaco e o seu modelo de governação, o que viria a confirmar-se, se existissem dúvidas, quando perdeu igualmente as eleições presidenciais.

A aura de competência e rigor que Cavaco arrasta não tem equivalência com o que foram...

Tanto as hipotéticas candidaturas de Cavaco e de Soares têm, assim, algo de messiânico. O messianismo não é, de forma alguma, um bom sintoma da saúde democrática. Esta é a maior e mais legítima crítica que se pode fazer às orquestrações postas em movimento para transformar em realidade o confronto que não foi possível fazer em 1996. Outras poderão ser feitas tendo por base a falta de renovação dentro dos partidos. Desde logo, para apurar se estes deixaram de conseguir atrair pessoas com perfil político relevante ou se, por outro lado, passaram a reservar as oportunidades políticas para um grupo muito restrito de militantes. Em qualquer dos casos, uma deficiência a necessitar de urgente correcção.O descrédito da política passa, numa grande parte, pelo desfasamento com a sociedade. Nestas eleições joga-se uma carta importante neste capítulo. Sem comprometimento mútuo entre a política e a sociedade não há estratégia de evolução que medre.

03 janeiro 2006

O Tatanka agradece...

















Rua de Sta. Bárbara - Anjos

Este “toillete” para a cachorrada vi na Suécia há 30 anos. Nunca percebi porque razão a Câmara Municipal de Lisboa negligenciou este problema durante tanto tempo. Já li até na sua página oficial que o solo de Lisboa está com um problema sério de poluição derivado a tanta imundíce nos passeios... Como se vê é simples. Finalmente!...

01 janeiro 2006

Que inveja me fazem...
















Momentos excepcionais e únicos consegue o povo britânico na Last Nigh dos Concertos Proms, no Royal Albert Hall que consegui ver na última noite de Fim-de-Ano por ter “gripado”, sorte que também me permitiu não ter andado no laréu tolhido de frio.

É preciso que a história de um povo tenha sido feita sem constrangimentos ou mordaças para se conseguir aquela felicidade, aquele gosto pela música e saudável patriotismo que leva cada um a festejar a música de bandeira na mão sem complexos ou receios da critica canalha. Cada peça é um hino à memória musical e popular de um povo, mas ouvir o Rule Britannia, a tantas vozes, cantado com a alegria com que o fazem, não só me arrepia o pelo como me deixa roido de inveja...