30 dezembro 2011

O Crespo...


...é um mééééééééérrrrrrdas!

… é uma reacção incontida - vim directamente do sofá prá’qui – porque não aguento andar há muito assistindo pasmado à subserviência e ao medo com que cada entrevistado mais ou menos mediático se acagaça perante o lado pidesco que lhe detecta no interrogatório, e os leva à sabujice da anuência, culminado com uma entrevista à Ministra (a da elevação da Virgem ao céu) Cristas - e que até é vejam bem… “democraaata”! “cristããã” meu deeeus!…- e este chorrilho televisivo dá-me ironicamente uma enorme felicidade: saber que não frequento felizmente os mesmos templos de limpeza de almas desta gente. Que nojo! São-no de tal forma que nos encostam a radicalismos que não queremos por respeito à nossa formação tolerante. Toleraaante! Não disse cristããã! Esse cristã, que lhes enche a boca e esvazia a alma e se aproveita do nome de um homem que não escolheria hoje por nada uma cruz para ir morrer por gente desta.

28 dezembro 2011

Contributos para uma Revolução

(Reeditado)

As revoluções não morrem, permanecem apenas em estados letárgicos para eclodirem quando se altere de forma insustentável o equilíbrio de forças que une as sociedades ao poder que elegeram ou lhes foi imposto. Mexer sem cuidado em alguns desses equilíbrios, pode, sem que menos se espere, desencadear a eclosão da fúria e da revolta. Foi assim que assistimos com espanto a revoluções que começaram pela morte de um vendedor de rua, ou o espancamento de um jovem, ou a prisão de um delinquente. Esse estado de equilíbrio não é mensurável, é imperceptível porque a revolta é dia-a-dia abafada individualmente em cada um, até um dia. E há de facto um dia, um dia como aquele que vemos muitas vezes na natureza ser o da eclosão simultânea de cada ser. Mistérios da Vida. Gestações cronometradas. Algumas dão sinais, outras espantam pela acção consertada da regeneração que empreendem. O seu êxito depende depois de factores externos, umas vezes favoráveis outras adversas, mas em maior ou menor grau garantiram a renovação.

Da mesma forma, as revoluções não acabam enquanto existirem razões que as justifiquem, ou seja, a regeneração das sociedades autistas à realidade humana que as cerca, criada pelos seus egoísmos. Não serão estas 100 mil famílias, inquilinas de avançada idade, a quem o governo, interpondo-se numa atitude inédita, vai obrigar a rasgar contratos de arrendamento feitos de boa fé, que farão a revolução, mas serão, quando começarem a ser desenraizados pelo desalojamento das acções de despejo que vão seguir-se, mais uma parte dos que estão prontos a aceitá-la, e vão estar certamente na primeira fila quando chegar o momento de atirar as pedras e a tralha que estiver à mão.

Destaques: Jornal de Negócios de 27/12/11

Reeditado para deixar uma reflexão sobre o tema. Um artigo de Daniel Oliveira, no Expresso: http://aeiou.expresso.pt/escrever-direito-por-linhas-direitas=f595853


23 dezembro 2011

Queiroz ganhou!

Perdeu o Horta, perdeu a ADoP, perdeu o Sardinha, perdeu o Laurentino, perdeu o Madail e perdeu este incompetentíssimo dinossauro. Perdeu o futebol português e perdeu Portugal 56 181 francos suíços, porque em Portugal é ao contrário: perdem os manfios mas quem paga somos nós. Mas não deveriam ser os responsáveis pela maldade e incompetência a pagar a factura? E o Horta continua em funções? E o patrão não o processa pelos custos? Carlos Queiroz foi vítima de um processo sórdido, um estúpido conluio, também porque houve uma corrente comunicacional contra ele. Pessoas que considero foram incapazes de distinguir as amarguras das estratégias de jogo, da armadilha que uma vingança mesquinha ajudou a montar e lhe arruinou a reputação. Um labéu assim, não há indemnização que indemnize. Parabéns Carlos Queiroz por isto porque o tribunal sentenciou que afinal é você que é a pessoa de bem.

21 dezembro 2011

Fujam! Emigrem!

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O postal de Natal deveria ficar aqui neste lugar até que a estrutura das filhoses indicasse que a Festa tinha acabado. Mas a falta de vergonha, reiterada em declarações sucessivas por este governo - quanto ao conselho aos portugueses para emigrarem -, e a vergonha que sinto por estar assim representado, obriga-me a interromper as Boas Festas. Foi primeiro um Secretário qualquer, depois o Primeiro-Ministro Passos, logo socorrido pelo amigo/estratega Relvas, e agora foi o euro deputado Rangel a sugerir “… a criação de uma Agência nacional para gerir esse processo”. Fica desta forma claro que não é falta de jeito para comunicar, é mesmo estratégia. É uma nova estratégia! Como é possível? Numa altura em que é preciso motivação, quem nos dirige abdica e diz que não vale a pena! Começa a parecer experimentação na área da psico-social, ou seja, sucedendo a um governo que apostava no optimismo mas esquecia o realismo político, a receita por oposição seja o pessimismo dos braços caídos e o alerta geral como forma de amedrontar, no fundo, a estratégia de um povo dócil para melhor aplicar as receitas. O que está a ser levado à prática é o figurino sempre apregoado pelas teorias conservadoras, que agora podem aplicar de mão beijada.

O cúmulo de tudo isto é podermos ouvir dos seus apoiantes, a justificação de que este governo está por contraposição apenas a ser “sincero”, e chegados a este argumento, constatarmos que é nessa atitude das massas imbecilizadas que se tem justificado sempre o triunfo e a perpetuação de tanta autocracia ao longo dos tempos. Não sabemos onde vai dar isto, sabemos apenas que não é a primeira vez que amadurecendo a acefalia desses apoios, alguém vai tirar o devido proveito.

18 dezembro 2011

O Postal de Natal

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As culturas podem ser permeáveis à música por ser uma linguagem universal, mas devemos incentivá-las a não se deixarem aniquilar nos idiomas em que sempre se entenderam. Rejeitar os maus efeitos desta forma de aculturação é lutar por esse preciosíssimo património imaterial da Humanidade. Poderia ficar aqui por exemplo uma canção em galego, mas porque gosto de ouvir esta bonita “índia” cantar na Língua Navajo, aqui fica uma versão do Holly Night, numa árvore rabiscada para os amigos. Ela chama-se Jana Mashonee. Bom Natal a todos.

Cesária excluiu-nos

Cesária Évora veio um dia a um programa de televisão, e o Herman esforçava-se para lhe arrancar a descontracção que permitisse aquela conversa dos afectos, mas Cesária permanecia insensível mais ainda para além daquela sua postura altiva não permitindo o êxito da entrevista, até que nos deu um murro no estômago respondendo a uma pergunta, quando disse: “A minha segunda pátria é França”. Não foi o conteúdo do que disse mas a forma pontiaguda que lhe deu. Começava assim a fazer sentido a dificuldade do Herman. Não foi o facto de ter tido êxito em França, foi a sua passagem em Portugal no Verão Quente de 1975, numa altura atribulada sua e da vida do nosso Abril que parece tê-la afastado de nós. Que ela preferisse os franceses por a terem adoptado, é normal, porque foi ali que triunfou internacionalmente, mas que se tenha definitivamente posto de candeias às avessas connosco que a ouvíamos desde jovem, é que nunca aceitei. Saramago estava zangado com Portugal, o institucional, mas os portugueses estavam fora dessa amargura. Por que raio não quis a Cesária aceitar o nosso afecto?

Reedição por ressalva no título: "excluiu-nos" e não "exclui-nos".

17 dezembro 2011

Uma Ministra conflituosa

Todos nós conhecemos na vida pessoas que estragam comportamentos profissionais por não conseguirem livrar-se das suas frustrações, complexos e outras infelicidades, e os transportam para constantemente colidirem com os outros. Quando assim é, damos com os rancorosos, vaidosos e maus carácter que enferneziam a vida a cada um. Pessoas assim têm alguma coisa a não correr bem consigo.

A forma como a Ministra da Justiça está a tratar a análise dos pagamentos feitos aos advogados que prestam apoio judiciário aos necessitados de apoio jurídico sem condições económicas, é verdadeiramente indigna, mesquinha e revoltante. Veja aqui no Legalices a demonstração disso. Quem puser os olhos no seu comportamento neste caso, perceberá que é um comportamento estranho, parecendo contaminado pelo ódio e pelo despeito motivado por azedumes pessoais e por um preconceito intolerável contra os advogados “pobres” – pobres no sentido em que são os não instalados na praça – apesar das tentativas de colaboração da Ordem no sentido limpar a lista dos flagrantes casos de má interpretação de ocorrências.

O nome destes jovens advogados está estupidamente a ser posto em causa, porque, dizer que se é advogado a prestar apoio judiciário passa a ser um injusto rótulo no cartão de visita. Assim o resto da classe se aperceba da solidariedade que é devida a estes mal tratados e ofendidos, porque se torna claro que os perdedores serão todos se não estiverem em bloco na defesa deste ataque à honra e prestígio da profissão, por uma senhora que trouxe para a relação com os advogados, via Ordem, o estilo da birra e o tique mimado – como aquelas proeminentes rugas verticais denotam -. Ora, não conseguir despir-se desses atavismos para exercer um dos cargos mais importantes da governação do país, pode ser a ruína num sector em cacos. Não sei até se o nível de ofensas não seria passível de uma outra atitude, por parte dos ofendidos. Esta Ministra não presta porque é rancorosa, convencida, arrogante, mimada e elitista. Tia!

15 dezembro 2011

Gente (des)Norteada


A década de 70/80 foi um período caracterizado pela influência de um certo tipo de caciquismo de base empresarial retrógrada, disseminado por uma onda vitoriosa de Direita de alguma forma instilada pelo medo do comunismo e influência do PCP, e vivíamos num ambiente de uma espécie de vergonha da nossa produção do Sul, face à do Norte. O argumento que nos era arremessado pelas cliques reaccionárias dominantes, como forma de aplacar veleidades reivindicadoras, era de que no Norte é que se trabalhava, no Norte é que estava a riqueza e a produção, no Norte não se reivindicava por nada. O Norte era “boa gente”, o Sul era uma “chusma” de calões. Enfim, o Norte era moda. O Norte até tinha a maior densidade de Ferraris do mundo por metro quadrado. No Sul, o representante de uma empresa do Norte achava estranho o valor da minha remuneração face aos valores que poderia ganhar no Norte, com menos problemas fiscais e menos trabalho nessas justificações. Mas nestas análises ficava de fora daquele quadro de desenvolvimento regional, as condições laborais globais daquelas costureirinhas e a sua consciência delas. O que aquele reaccionarismo pretendia era só já jogar povo contra povo, o do Sul contra o do Norte, pelo apoucamento de um, contra a exaltação do outro. Foram os períodos de florescimento dos Jardins e dos Pintos.

Entretanto, veio a crise dos têxteis e do calçado… e a miséria no Vale do Ave e etc.
 
Agora, o reaccionarismo volta, mas do Norte, e vai sendo moda condenar o Sul pelo centralismo e pelo roubo de verbas. Mais uma vez, o provincianismo medíocre joga regiões contra regiões, apenas e só para aplacar raivas que vai incompreensivelmente destilando.

Uma das questões nacionais a que mais sou sensível é a que põe portugueses contra portugueses e mina a velha unidade e a solidariedade do povo português. Não pretendo fazer deste blogue nenhuma caixa de ressonância dando tempo de antena a portugueses que vivem avinagrados no ódio e nos egoísmos regionais, mas é um mau serviço que prestamos ao país se deixarmos passar, os discursos dos Jardins, dos Pintos e dos Fieis servidores de mentes com graves complexos por resolver. Hoje encontrei aquele.

12 dezembro 2011

Sonhos inconfessáveis


O ogre da ilha tem um sonho que não confessou, e sente-se constantemente atacado porque fala na “resistência de cada dia” a que são obrigados. Como sabemos que o ataque não é por bandos de cagarras transformados em hordas, será porventura pelos tais colonialistas continentais. Pobres madeirenses. Não os sabíamos por essa razão em sofrimento. Sabíamos sim do espartilho claustrofóbico em que alguns dos seus mais esclarecidos habitantes se encontram, o que transforma em degredo a partilha de uma ilha tão bonita, que assim vira um deprimente rochedo. Ora, em 1974 não aproveitaram a oportunidade, e também não nos parece que existisse de resto algum dossier em aberto, ao contrário, receberam até com tranquilidade os ditadores depostos. E até podia dar-se o caso de se sentirem confortáveis com “aquele” tipo de colonização. Não? Seria assim como que uma colonização “amiga”. Ah! mas nós por cá não gostávamos deles nem da colonização que faziam. Mas o 25 de Abril fez-se também por essa razão: o fim da colonização. A descolonização pode ocorrer por duas formas: pela retirada do colonizador, ou pela conquista da independência por uma qualquer via, a diplomática ou a das armas. Jardim já nos conhece, sabe que a última coisa que queremos é que algo de mal aconteça ao povo da Madeira. As armas ficam assim de fora, e a nossa retirada sem sermos convocados a isso, seria considerada um abandono. Resta a via diplomática. Basta então de chantagem. Decida-se, e pergunte. Força! Porque considerar-nos colonialistas, ofende-nos na ordem de grandeza imediatamente a seguir a filhos da puta, e desaforos destes à nossa honra deve ser uma instância superior a resolver. Um dia destes convocamos para isso o Presidente de República que nos saiu em rifa, se não tiver nele medrado definitivamente o autismo a que alguns traços velados apontam, para, definitivamente não vermos o arremesso constante de um povo contra o outro que ele faz com a indignidade de uma besta.

04 dezembro 2011

Hoje, também eu sou ateniense!

O Professor Sampaio da Nóvoa, reitor da Universidade de Lisboa, disse um dia destes de cabeça erguida, de uma forma eloquente e generosa: “Sinto-me ateniense e grego, e não cidadão deste mundo, um mundo de manajeiros, de tecnocratas sem rosto, de ‘mãos invisíveis’ que ninguém controla”. Era também nesta forma altiva que gostaria de ver o outro professor exibir-se lá fora, e não com a arrogância parola com que diz que “Portugal não é a Grécia”, como se estivesse a ensinar geografia a meninos no seu economês requentado! Os gregos não merecem esta conversa da treta, como nós não merecíamos o desaforo do presidente checo que ele não soube conter, ou mais recentemente o dos finlandeses, e é com esta falta de solidariedade em efeito dominó que se está a desconstruir a Europa, que a bem dizer nunca esteve. Os alemães, têm outra vez uma estratégia e têm outra vez colaboracionistas, gente descartável, trânsfugas mais repugnantes para eles do que os vencidos de onde vêm.

01 dezembro 2011

A Independência às urtigas?

  
Os países tomam para seu dia nacional aquele em que o povo colectivamente melhor se revê, associado de um modo geral a factos de relevo que tenham sido de exaltação nacional. Os franceses têm o 14 de Julho comemorando o dia da tomada da Bastilha. E que dia! Os britânicos, pela razão da sua própria constituição não têm um dia específico, têm vários que celebram o dia dos países que constituem o Reino Unido. Os alemães instituíram o 3 de Outubro, Dia da Unidade Alemã, pela sua reunificação. Os americanos, o tão celebrado 4 de Julho, Dia da Independência. Na Rússia celebram o seu dia em 12 de Junho, pela Declaração de Soberania do Estado Russo. Os Espanhóis, pela dificuldade que têm devido à sua unidade como país, têm o 12 de Outubro, Dia da Hispanidade que celebra a chegada de Colombo às Américas. O Brasil celebra a sua Independência no dia 7 de Setembro, etc.
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Nós temos o 10 de Junho, Dia de Portugal, que é apenas o dia que celebra a morte de um poeta, o maior é certo, mas por muito que Camões nos valha, não deixa de ser apenas o da morte de um português que morreu na miséria e abandonado por uma nação que não o soube reconhecer em vida. O povo não soube durante muito tempo que ele morreu naquele data, e ainda hoje muita gente não saberá, sendo por isso uma data que nunca se inscreveu na memória colectiva. É com Salazar que este dia começa a ser celebrado como sendo o Dia da Raça, hoje alterado para Dia de Portugal, Camões e das Comunidades Portuguesas. Mas não deixa de ser uma data forçada com a qual o povo não se identifica, foi-lhe imposta, e para todos os efeitos uma data que o povo não viveu, e é nesses factos que radica a razão da genuína comemoração de um dia. É um dia que o povo não o canta na rua. Talvez seja por isso que ele continua a ser uma seca comemorativa. O 5 de Outubro, Dia da República, vai infelizmente sendo o mesmo, e talvez pelo período que a nação atravessou nos tempos que se seguiram, se tenha ofuscado para o povo o valor desta data, mas deve continuar a ser comemorado. O 1º de Dezembro, Dia da Restauração da Independência é um dia ainda na memória do povo, porque, ainda hoje nas vilas mais recondidas do Alentejo a alvorada se faz com a charanga da vila a acordar toda a gente tocando o Hino da Restauração. Aqui e aqui. Eu não o esqueço porque acordava estremunhado com o ribombar da banda ainda bem de madrugada. A República, tem erradamente deixado cair esta data por ela ser afecta aos Monárquicos, mas é um disparate que o faça por essa razão, e deve continuar a ser uma data a preservar como feriado, por celebrar o restauro da nossa Independência, coisa que me faria passar a guerrilheiro urbano se algum dia a voltássemos a perder.
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Que me desculpem os bons amigos espanhóis que tenho, este post nunca lhes foi dedicado, é antes, aos outros “espanhóis” que o povo gostaria de expulsar de Portugal.

29 novembro 2011

Leões à solta

A violência que assalta o futebol é um fenómeno resultante da descarga de frustrações e outros desequilíbrios, tanto de adeptos como de dirigentes – alguns até, com complexos mal resolvidos que tentam suprimir pela forma bizarra como se comportam no meio. Um exemplo disto: Jornalista da TVI terá sido insultado por Pinto da Costa e agredido pelos seus “acompanhantes” após o jogo de ontem com o Braga, tanto quanto parece, uma penalização por delito de opinião. - Mas o que aqui me traz é a polémica do jogo na Luz. Estou perfeitamente incrédulo com o empolamento feito pelo Sporting e acho que é nele que se devem procurar respostas para o que aconteceu.
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O Benfica, no pleno direito que lhe assistia, decidiu implementar um sistema de segurança igual a muitos outros na Europa: PSG, Schalke, Basileia, Real Madrid, Marselha, Olympiakos, Nápoles, Milan e Inter que contribuirá para a protecção dos espectadores. Não inventou nada. Este sistema foi aprovado e fiscalizado pela Liga, PSP, Bombeiros e “Stuarts”. Parece no entanto que o Sporting exigia um tratamento especial, ao não querer a sua implementação agora, unicamente pela razão de não se sentir confortável com a estreia: não, porque não! Acusa o Benfica por ter concretizado, e vai daí, veio preparado de casa… Tudo parece começar então nessa exigência, mas o Sporting não tem o direito de reivindicar o timing de utilização para as novas funcionalidades num estádio alheio, assim como o Benfica não tinha o dever de substituir o Sporting nessa estreia pelo próximo adversário a defrontar. Se levarmos até em conta os riscos das claques por rivalidades conhecidas, faria mais sentido a estreia ontem, do que no próximo jogo contra um Cucujães de Mafamude, por exemplo. Depois, é o que já conhecemos:
  1. Queixas pelo atraso na chegada às bancadas, tendo saído de Alvalade 35 minutos depois do programado;
  2. Acusação de exiguidade da bancada com adeptos a ocupar dois lugares, havendo filme das clareiras verificadas na bancada durante o jogo;
  3. Exibição pelo Benfica da prova da devolução de bilhetes que atestam a não lotação do espaço;
  4. Fogo posto às cadeiras do estádio após o jogo;
  5. Agressão aos bombeiros para impedir o ataque às chamas;
  6. Cânticos de louvor ao incêndio;
  7. Descoberta nas bancadas dos recipientes que serviram de transporte ao líquido incendiário, o que prova premeditação;
  8. Acusações por um dirigente leonino de tratamento e funcionamentos “pré-históricos” (!);
  9. Acusação de mau comportamento policial no acompanhamento da “caixa de adeptos”, como se o Benfica tivesse alguma coisa a ver com isso, parecendo querer que isto sirva de atenuante para o crime de fogo posto;
  10. Detenção de adeptos da claque conotados com a famosa suástica, etc.
Depois da evidência da gravidade destes comportamentos, não espanta que a táctica seja a fuga prá frente, e como num jogo de xadrez, colocam pedras de ataque como mecanismo de defesa. Sobra agora um Presidente leonino fraco a dizer que houve “coisas graves” nos balneários “depois do jogo”, e a reboque de um Vice-Presidente a querer protagonismo, que promete ser mais uma daquelas aves raras de que o nosso futebol não precisava nada. Isto permite-nos pensar que alguém boicotou em Alvalade o clima de paz que começava a existir com o Benfica. O Sporting ganharia em saber quem foi, porque é preciso varrer do nosso futebol incendiários destes.

26 novembro 2011

O fado do nosso Fado

Reeditado:
Não será preciso que um júri venha dizer que o nosso Fado é Património da Humanidade, porque isso já nós sabemos, e sabe quem o ouve enternecido sem entender uma palavra cantada, porque é próprio da alma do Fado fazer-se entender pelo lado do coração. Não havendo outro género musical onde isto seja tão verdadeiro, como não podia então deixar de o ser? Se não ouçam: Mariza, Ana Moura e Fábia Rebordão.

                
 
Confesso que no calor da revolução de Abril, o Fado e todo o seu atavismo sofreu de mim quase de uma forma definitiva, do perigoso ostracismo que o poderia ter perdido. Sei hoje, que isso fez parte daquele folclore circunstancial, e do mecanismo de repulsa por tudo o que representava os símbolos do regime que tínhamos deposto. Lembro-me porém do aviso de uma jovem amiga francesa - a Claudine - que acabou por ter sido um pouco responsável por não se ter acelerado essa vertigem: - Não percam nunca este património musical. Dizia ao ver as nossas dúvidas revolucionárias confrontarem até patrimónios destes.

Como era possível vir alguém de tão longe dizer-nos isto? Ainda hoje me interrogo, não pelos seus conselhos, mas pelos mecanismos que nos bloqueavam. E se há acontecimentos nessas etapas que ajudam a ter a medida de outras revoluções a que venho assistindo, este, da defesa do Fado feito em 1974 por jovens amigas longínquas da Normandia, é um deles.

21 novembro 2011

219


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A Greve

É pela razão com que conclui Boaventura Sousa Santos o seu artigo na Visão, que recomendo aos promotores da Greve Geral do dia 24 que não retirem da nossa subscrição alguma adesão aos seus princípios politico partidários. Agradecemos a convocação, mas não transformem a nossa adesão num sufrágio, porque andamos politicamente de candeias às avessas. Sabem porquê? Porque muito dos exageros e das barbaridades que vamos descobrindo feitas por aquele parlamento, foram feitas nas suas barbas. Sem denúncia. Não sei se algum dia saberemos se, em conluio.

19 novembro 2011

Um assalto à Justiça

A Ministra da Justiça tem dito claramente que Pinto Monteiro deveria demitir-se. Não gosta dele no cargo. O mediático João Palma, do Sindicato dos Magistrados tem feito críticas à actuação do Procurador. Agora, tivemos pela Comunicação Social a vergonha de uma prisão em directo. Pinto Monteiro mandou investigar. Torna-se claro que alguém anda a querer tramá-lo, como diz aqui e aqui o Jornal I, e está a fazê-lo bem feito. Há sorrisos off de record. Se isto não é um assalto à Justiça praticado à luz do dia, o que é?

18 novembro 2011

Noah acusa espanhóis de "poção mágica"


Não constam até agora reacções, mas a conversa tem tudo para alimentar uma nova polémica, quer pelo que é dito, como porque é dito. É como estarmos na penumbra de um estádio e os holofotes abrirem apenas sobre as cores de uma bandeira e ficar tudo em suspense. Até a visibilidade e alterações dos próximos resultados vão ser escrutinadas. Uma coisa é certa, as declarações poderão, ao contrário, resultar na promoção dos resultados espanhóis.

11 novembro 2011

"The Tide is Turning". Um hino!




Que merece ser o ponto de partida. O hino da mudança que se anuncia.

This is the crap our children are learning (…)
I'm not saying that the battle is won (…)
the tide is turning (...)

Yes Roger, the tide is turning! Também acredito. Morre quem não tiver um pouco de utopia em si, quanto mais não seja, de susto com o que está para acontecer. E vai acontecer.

I used to think the world was flat
Rarely threw my hat into the crowd
I felt I had used up my quota of yearning
... Used to look in on the children at night
In the glow of their Donald Duck light
And frighten myself with the thought of my little ones burning
But, oh, oh, oh, the tide is turning
The tide is turning
Satellite buzzing through the endless night
Exclusive to moonshots and world title fights
Jesus Christ, imagine what it must be earning
Who is the strongest
Who is the best
Who holds the aces
The East
Or the West
This is the crap our children are learning
But oh, oh, oh, the tide is turning
Oh, oh, oh, the tide is turning
The tide is turning
Oh, oh, oh, the tide is turning
Now the satellite's confused
'Cause on Saturday night
The airwaves were full of compassion and light
And his silicon heart
Warmed to the sight of a billion candles burning
Oh, oh, oh, the tide is turning
Oh, oh, oh, the tide is turning
The tide is turning Billy
I'm not saying that the battle is won
But on Saturday night all those kids in the sun
Wrested technology's sword from the hand of the war lords
Oh, oh, oh, the tide is turning
The tide is turning Sylvester
Oh, oh, oh, the tide is turning

07 novembro 2011

Um "Ovo de Serpente" em gestação.

REEDITADO.

Acabo de receber um email que vem juntar mais preocupação à preocupação que já tenho com a xenofobia que vai por essa Europa a propósito da crise financeira em relação aos países do sul da Europa. Estranho nisto o facto de só agora ter tomado conhecimento do cartaz a que se refere, depois de estar há mais de um mês instalado na Augustrass 10, em Berlim.

Não sei se têm sobre este cartaz o mesmo olhar benévolo com que ele é apresentado no email que circula, sem nos propor uma condenação mais veemente, o mesmo olhar que permitiu que só agora o conheça, aceitando-o, por se inscrever na liberdade devida a qualquer obra de arte. Peço-vos por isso a vossa opinião, porque posso estar profundamente errado e me digam se estou levado por patriotismos a ver nazismos em todo o lado e não tenho razão para me considerar indignado com a desfaçatez com que um país e dois artistas não têm qualquer espécie de rebuço em ofender daquela forma os povos visados no cartaz. Por mim, que não tenho pruridos quando interpreto arte, entendo que não devemos vergar-nos e ter medo de afirmar que as vanguardas impostoras também existem, sedentas em qualquer arte, para se aproveitarem da credulidade do leigo usurpando dessa forma subtil aquele conceito. Isto é rasca! E só é apresentado como arte para cumprir os propósitos xenófobos e manhosos com que foi patrocinada.

Deixo aqui os links através dos quais vim a saber toda a história deste cartaz, e do rapaz que o fez segundo concepção da mãe: Aqui está o Joshua Neufeld no Facebook a assumir a paternidade da obra. Aqui é o rapazinho na sua página.  Aqui é ele e a mãezinha Martha Rosler na Wiki. E se alguém quiser desancá-lo aqui estão contactos. Esta é a tal DAAD Alemã que patrocinou tudo isto.
Não haverá por aí alguém que tenha dinamismo suficiente para levantar uma onda maior no Facebook ou em Petição, sem medo de afrontar estas “artes” que mais não são do que um premonitório  e perigoso “Ovo da Serpente”.

Reedição:

Note-se na leviandade com que este anjinho se propôs abordar o tema na sua “peça artística” que o levou até a dizer isto no Facebook:

(I wasn’t aware of this beforehand, but “PIIGS” is na acronym used by international bond analysts, academics, and the economic press to refer to the economies of Portugal, Italy, Ireland, Greece, and Spain in regard to sovereign debt markets.) O que significa mais ou menos isto: (Eu não estava ciente disto de antemão, mas "PIIGS" é um acrónimo utilizado por analistas de obrigações internacionais, académicos e imprensa económica para se referir às economias de Portugal, Itália, Irlanda, Grécia e Espanha no que diz respeito aos mercados da dívida soberana.)

04 novembro 2011

217


217

Porquê indignados?! Ora essa...

Uma razão: “Suite 605”, de João Pedro Martins, da Smartbook. Veja o vídeo para saber a razão do espanto no título do post. Este é um livro para divulgar, para que o seu conteúdo indigne mesmo os que ainda duvidam do sistema mafioso que apoiam.

Se a Esquerda deixou cair dogmas, dos quais se envergonha hoje, como o Muro de Berlim, é tempo da Direita reflectir nos males que está a causar aos pobres de todo o mundo, quando, insistindo na selvajaria dos seus modelos, recrudesceu os métodos aproveitando o vazio deixado, e são eles que desta forma estão a lançar o caos no mundo, através da ganância financeira.

Não perca este livro. Compre, ofereça, empreste, divulgue.

03 novembro 2011

O sistema... e as bolhas.


Este vídeo sobre a bolha imobiliária em Espanha traz-nos à memória as dificuldades que tivemos há bem pouco tempo, em contrapor argumentos aos que nos apontavam as diferenças de desenvolvimento entre Portugal e Espanha. Afinal, tudo aquilo fazia parte de um exagero sem sustentação. Era afinal uma ilusão e o exemplo de que aquele não era de facto um sistema recomendável – e continua a não ser. Os argumentos em sua defesa eram difíceis de rebater, apesar de sabermos que o empolamento passava por excessos, que é coisa comum por lá, e não me refiro com isto apenas aos touros de morte nem às guerras de tomate ou às estufas de morangos e legumes da Andaluzia. Foram excessos como o deste vídeo que nos indicaram que este é um sistema errado e nos trouxeram todos ao estado em que nos encontramos: a Grécia, a Irlanda, Portugal, Espanha, Itália e os que seguirão se levarmos em conta a análise das suas contas à luz dos mesmos critérios. Até quando resistirá a sobreviver entre bolhas?

29 outubro 2011

O Relvas... é um nooojo!

Agora disse: “Deixe-me dizer-lhe que muitos países da União Europeia vários países da União Europeia só têm 12 vencimentos. Essa tem sido uma tradição mais dos países do Sul da Europa, Portugal, Espanha, Itália. Aqueles que até se encontram em piores circunstâncias.”, No Jornal de Negócios.

O tipo disse: “dos países do (…) Sul da Europa”. Se são do Sul... é uma regalia indevida? Os parêntesis são meus, mas o compasso foi dele e representa o preconceito idiota na cabeça deste germanófilo, que ainda veremos um dia de carapinha loura disfarçado de ariano puro. Durante quanto tempo vamos ter que o aturar? Se a Maçonaria tem gente desta, quero ser espanhol!

26 outubro 2011

Coisas que insurgem o povo

Lobo Xavier dizia na SIC-N, a propósito do alarme criado por Passos Coelho, quanto à possibilidade de agitação social devido à crise, de memória: “Não acho que uma possível agitação social se dê por razões de ordem política, porque os portugueses já se deram conta que há medidas que têm que ser implementadas. Uma das razões pela qual as pessoas se podem insurgir poderá ter a ver com outro tipo de coisas como por exemplo: casos de corrupção, jobs for de boys, mordomias injustificadas e exageradas e esse tipo de coisas.”

A verdade é que quem fez ontem zap pelos canais televisivos, o dia das vitalícias, verificou nos debates como o cidadão está revoltado. Todos os casos vieram a lume, desde o exagero das remunerações do Governador do BdP à reforma aos 42 anos de Assunção Esteves, Presidente da Assembleia da República. É verdade que pode ser uma visão redutora para o descontentamento geral, mas não deixa de ser das razões que mais pode levar as pessoas a justificar as suas revoltas. Mas por favor, não nos chamem populistas porque não é isto que nos faz deixar de ser republicanos, o que houve foi uma enorme distracção e a democracia que conquistamos foi, à semelhança da falta de eficiência do Banco de Portugal no desastre do BPN, demasiado permissiva e desatenta com alguns estatutos remuneratórios, também dos nossos políticos, porque não? Cercearem-nos esta critica através do medo do papão, é uma quase chantagem que não lhes fica bem.

24 outubro 2011

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Pensões vitalícias. Sub-reptícias.


De um momento para o outro falar do escândalo que são as pensões vitalícias dos mais de 400 ex-políticos, parece não ser já populismo, porque não houve quem não concordasse hoje na Comunicação Social quanto a esta questão. Uma sondagem da SIC dava 95% dos telespectadores a discordar destas subvenções. De facto, a lei não era retroactiva e ficaram estes, que como escândalo, foram noticiados neste vídeo da SIC Noticias, reportando a um artigo do DN. Esta é uma das questões que não podendo ser resolvida com a retroactividade da lei, justificam uma abordagem mais drástica, porque se não é ilegal, é muito imoral e são injustiças destas, agora tornadas mais públicas pela C.S. que irritam o povo que sofre com os sacrifícios que lhe pedem. Entretanto, este nababo não se coíbe de emitir esta opinião. No JN: "Que eu saiba, nessas subvenções não existe subsídio de Natal, nem de férias. Nem teriam de haver, pela simples razão de, tecnicamente, não serem pensões", atira Luís Mira Amaral, um dos muitos ex-políticos que têm direito a esse tipo de apoio. O ex-ministro "não tem conhecimento" de casos fora do esquema das 12 mensalidades.” Depois admiram-se…

22 outubro 2011

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Obama e Bush afinal a mesma trampa.

Obama, diz a propósito da morte de Khadafi e da saída do Iraque: "This week, we had two powerful reminders of how we've renewed American leadership in the world." (Esta semana, tivemos dois poderosos lembretes do quanto renovámos a liderança Americana no mundo.)

Bush disse: “Either you are with us or you are with the terrorists.” (Ou estão connosco ou estão com os terroristas). Lembram-se?

Afinal não são muito diferentes nesta forma de olharem o umbigo. Depois, como Calimeros interrogam-se: Why didn’t they like us? Não gostam os árabes, não gosto eu nem gostam muitos povos do mundo, exactamente pela razão de desconhecerem a razão.

20 outubro 2011

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Reagir ao Medo

Há na crise que atravessamos quem esteja constantemente a incutir-nos o medo, porque sabe que um povo sem medo é um povo insubmisso. Uma nação pode estar confrontada com o perigo sem ter que estar estarrecida, basta que esteja consciente da ameaça. Agora económica e financeira. Para desmontar a atitude, é preciso perguntar quais foram as teorias que triunfaram no Ocidente e não é difícil concluir que não foram as economias planificadas, essas caíram com o Muro, o triunfo impante foi o das receitas neoliberais, ora, há na estratégia em marcha, paradoxalmente, um objectivo: o maior aprofundamento das teorias ultra que aqui nos trouxeram e é isso que é incompreensível. Foram elas que deixadas á solta depredaram economias através da tomada de poder pela ganância financeira. Só se percebe a teimosia dos representantes desta usura porque foram formatados no mesmo modelo, e nenhuma das suas teses seria aceite se tivesse por base modelos de contestação. A teimosia e a insistência derivam assim do facto de não conhecerem nem terem teorizado outros sistemas de organização. Eles não conhecem outro, e acham agora que só levado ao extremo produzirá efeitos, até à derrocada final, mas aí, será Marx que terá tido infelizmente razão, quanto teorizou que o Capitalismo encerra em si a semente da sua própria destruição.

Só temos uma alternativa, rejeitar o medo que nos é diariamente inoculado, latente nas mensagens dos novos Chicago Boys que nos governam e governam a Europa.

19 outubro 2011

Grandes pensadores portugueses - III

“Presidente da República? Eu digo claramente não!”

E eu digo, “A casamentos e baptizados, não vás sem ser convidado”. Ou, “Quem te manda a ti sapateiro tocar rabecão”. Ou, não me obriguem também a ter que declarar a minha não candidatura. Há cada um!

16 outubro 2011

"Noi la crisi non la paghiamo"

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15.O

É esta a atitude com que se encara o resultado da acção de ontem. Sente-se que está a mudar a noção do que é preciso fazer para alterar a relação de forças. Alguma coisa este sistema tem que fazer para que os que ontem saíram à rua pelo mundo fora se convençam da mudança.

Mas é preciso fazer entre nós a denúncia do sectarismo que continua a imperar na Esquerda portuguesa numa altura tão grave. Os comunistas, marcaram a sua manif para esta semana, desconhecendo-se no entanto alguma posição oficial antecipada sobre o 15 de Outubro, de modo que libertassem os seus fiéis para este dia. Terão desta forma a sua grande jornada porque farão muitos, todos juntos, mas também pela mesma razão convencerão poucos. Façam o pic-nic, diluam-se em consanguinidade política que é difícil acreditar numa liberdade assim. Somos incrivelmente mais livres.

Como flash de ontem, fica-me o contentamento de ter visto desfilar tanta gente unida com propósitos tão nobres, e tê-lo feito ao lado do decano dos revolucionários portugueses, o Alípio de Freitas, foi coisa de nada para ele, mas de um grande significado para nós. Nem ele imagina.

15 outubro 2011

Hoje é 15 de Outubro.

Amigos! Podemos estar a um passo de um dia histórico à escala global, porque este é um Movimento a concretizar-se ao ritmo da rotação do planeta. Mas não é o fim da etapa, porque as nossas utopias só se cumprirão com o caminho que formos fazendo. Não tenham “o medo” que nos querem inocular, nem precisem de polícia porque seremos manifestantes e polícias de nós mesmos. Venham com toda a vossa força e esperança, porque “quem nos domina não nos vence!”

Post Scriptum: Não nego que gostaria de ver hoje os Jotas laranjas que tão euforicamente andaram no 12 de Março. Terão coragem agora, ou eram só oportunistas infiltrados?

14 outubro 2011

"O Silva das vacas"

A propósito de Grandes Pensadores Portugueses, deixo aqui parte de um dos melhores textos que li sobre Cavaco Silva. Leia o resto no Facebook do Jornal de Barcelos, é um texto de Luís Manuel Cunha:

"A vaca, tal como alguns homens, tem quatro patas, duas à frente, duas atrás, duas à direita e duas à esquerda. A vaca é um animal cercado de pêlos por todos os lados, ao contrário da península que só não é cercada por um. O rabo da vaca não lhe serve para extrair o leite, mas para enxotar as moscas e espalhar a bosta. Na cabeça, a vaca tem dois cornos pequenos e lá dentro tem mioleira, que o meu pai diz que faz muito bem à inteligência e, por não comer mioleira, é que o padre é burro como um tamanco. Diz o meu pai e eu concordo, porque, na doutrina, me obriga a saber umas merdas de que não percebo nada como as bem-aventuranças. A vaca dá leite por fora e carne por dentro, embora agora as vacas já não façam tanta falta, porque foi descoberto o leite em pó. A vaca é um animal triste todo o ano, excepto no dia em que vai ao boi, disse-me o pai do Valdemar "pauzinho", que é dono do boi onde vão todas as vacas da freguesia. Um dia perguntei ao meu pai o que era isso da vaca ir ao boi e levei logo um estalo no focinho. O meu pai também diz que a mulher do regedor é uma vaca e eu também não entendi. Mas, escarmentado, já nem lhe perguntei se ela também ia ao boi."

13 outubro 2011

Porque não noticiam isto?

O Movimento Occupy Wall Street está com o desenvolvimento que podemos ler aqui no jornal Sol: um mês de resistência, desenvolvimento em 1400 cidades americanas e com as adesões que vemos em baixo. Sabiam disto?

- Lech Valessa: «Temos que mudar o sistema capitalista».

- Al Gore: «Estou presente». «Contem comigo entre aqueles que estão a apoiar e a festejar o movimento».

- Michael Bloomberg “mayor” de N.Y.: é «um forte crente no direito dos manifestantes ao protesto».

- Barack Obama deu o mote, ao simpatizar com os manifestantes quando questionado acerca do protesto.

É destes tumultos que Passos Coelho tem medo, por isso tratou de os diabolizar antecipadamente! Desculpem, mas tenho que lhe chamar cagarolas.

12 outubro 2011

Grandes pensadores portugueses - II.

"É possível que Portugal, daqui a 30, 50, 100 anos não seja um país independente como é hoje"

100, 200, 300… Ganhei! :))

Oremos Senhor. Peço eu.

11 outubro 2011

Grandes pensadores portugueses.

“Hoje reparei no sorriso das vacas, que estavam satisfeitíssimas, olhando para o pasto. Fiquei surpreendidíssimo por ver que as vacas avançavam, umas atrás das outras…”

Oremos Senhor. Pediu Tomás Vasques aqui, rendido a tão eloquente meditação.

09 outubro 2011

M12M, M15M, M15.O, MOWall Street…



É preciso não ter medo dos novos cenários de activismo dos cidadãos, que a nível mundial se insurgem contra a degradação de um sistema financeiro, que cresceu dominado pela imoralidade, porque são muitos mais os que querem a paz social do que os que apostam no contrário. Escutando o mundo, vemos como começa a existir já de forma interligada a consciência colectiva de como deixámos que a ganância financeira sem limites tenha tomado conta de tudo, e tenha sequestrado o poder político das nações. Reclamam entre nós os partidos políticos para o perigo de actuarmos fora do seu controle e das suas bíblias, mas como é possível não o fazer se foram eles que se deixaram enredar tendo alguns patrocinado até o conluio com os obreiros dessa estratégia? É perigoso? Sim, sabemos onde querem chegar quando avisam, mas seguir-lhes a recomendação é percorrer um caminho com os mesmos buracos, e o que está em formação é a descoberta de novas vias. Além de mais, já é agora tarde para enquadrar nesse formato a vaga de descontentes, e vemos isso na ausência de transferência de votos desses protestos para o sistema instituído, ou seja, há participantes disponíveis e em número, o que não há é vontade de fazê-lo com os mesmos actores. A alternativa é enquadrarem-se na espontaneidade dessa nova cidadania emergente - porque até o conceito de cidadania parece vir a ser refundável - e dessa forma poderem ajudar a controlar os danos. Se há uma esperança neste momento, diria mesmo que a única, é a que reside na chama da juventude, que começa a acreditar que é possível essa mudança que não tardará a amadurecer. Por mim, não tenho medo. Tenho é pena de não estar exactamente lá no centro dela, mas ando aqui nas suas franjas a convencer os que passam ao lado e a dizer-lhes que não temos mesmo forma de mudar se não assim. Continuar em frente é voltar a repetir os mesmos erros e depois, sugados e exangues, não ter força para voltar.

07 outubro 2011

Revelações do futebol.

O jogo com a Islândia descobriu-nos um belíssimo hino, diria até, um extraordinário hino, se não considerassem um exagero. Descobri assim uma forma de passar o dia da reeleição de Jardim, ou seja, fazer de conta que é o hino de um utópico país onde nunca pudessem existir Jardins, nem políticos nem gentes com aquele comportamento. Fica-se pelo menos com a alma lavada.

Ouçam. São três interpretações: cordas, metais e coral, quando chegarem à última, estarão convencidos.

     
 

05 outubro 2011

Jardim não o é, só.

(REEDITADO)

Francisco Louçã pede, falando de Jardim, que “olhem para quem está atrás dele nas fotografias” quando discursa, e nem de propósito, havia por aqui uma colagem feita uns dias antes que estava para edição. Guilherme Silva, é um – ainda ontem o vi vomitar argumentos pró-Jardim numa entrevista em que nos ofendeu a todos quando inverteu todo este cambalacho da mentira madeirense, e entronizou Jardim – Jaime Ramos, o special one, é outro, aquele que está ali aflito em baixo, à direita, mas esse, já há muito que sabemos que nos fará um dia ter saudades de Jardim, como aqui disse. Não é difícil encontrar na história figuras cinzentas como esta que se retiram para segundo plano, para dali melhor actuarem, mas há mais, basta ver o filme. Os cegos já não são só os madeirenses, também por cá há muita gente vesga a sufragar tudo isto.

Alguém escreveu por aí que 36% dos madeirenses está dependente do Governo Regional, assim se explicam então os resultados eleitorais aqui indicados. Caberá então perguntar: teremos que pagar no próximo ano os desvarios que Jardim nos vai continuar a impor, ao estilo de paga e não bufes? Estaremos impossibilitados daqui, de dizer que não? Como nos podemos opor a isso e dizer que não pagamos? Os madeirenses insatisfeitos, podem sempre exigir a independência. E nós? Podemos exigir o quê?

Reedição:

Quando escrevi o post desconhecia esta caixa do Sol: “Guilherme Silva não exclui suceder a Jardim”. Pág. 10, Jornal Sol, 30/09. Fica assim clara a estratégia sistemática de defesa de Jardim e as razões que nos levavam a desconfiar da estranha argumentária deste cavalheiro: estão bem um para o outro. Mas talvez se deva saber mais sobre quem é Guilherme Silva. Vejamos nos links:

Hélder Spínola, um madeirense, diz aqui no DN: “PND faz contas à fortuna que Guilherme Silva ganha.” E reitera tudo aqui acusando de uma forma mais grave ainda.


E quase a propósito da situação anterior, aqui está ele outra vez em: “Advogados e Deputados” nesta extraordinária crónica de Marinho e Pinto, uma homem que os portugueses não podem deixar cair, pela falta que faz gente sem medo como ele.

Falta dizer que este “nobre” Deputado e “excelentíssimo” Advogado é sócio numa das mais importantes firmas de advogados da nossa praça. Como não quero dar-lhe publicidade, pesquise por conta própria. É este o sacrifício enorme e a abnegação com que alguns portugueses trabalham pela Pátria. Têm dúvidas quanto às alterações urgentes que o regime precisa?