07 dezembro 2013

Natal 2013. O meu postal.

“…amanhã compro um arco íris.
Estamos em época de saldos,
hoje a alegria é barata.”

de um “Doenças Raras”. 14 anos. Lido pelo próprio.
 

Tudo quanto eu disser, desenhar ou pintar, sobre o Natal, já alguém disse ou fez.
Por muito que se queira comemorar a alegria da vida, as diversas cores que ele pode ter lembram-nos o respeito que esses natais nos merecem. Este ano o Natal comemora-se novamente com as cores de muitos sofrimentos, tristezas, alegrias, esperanças, desesperos, e não sei se o Messias queria que fosse de outra maneira, de tal forma ando esquecido dos ensinamentos da catequese. Se queria, falhou.

Gostaria de ter estado na sala Doelen, em Rotterdam, com o coro holandês Deo Cantemus para ouvir este Silent Night com aquela acústica.


25 novembro 2013

Obediência Civil?



Que bomba de discurso este, gente! Não há quem coloque legendas para que todos o entendam? Em todas as línguas do mundo se possível? Não importa que seja Matt Damon, um menino do cinema a dizer este discurso de Howard Zinn, tem até mais relevância do que se fosse um político. Vamos partilhar isto! Temos um mundo inteiro a reclamá-lo. Temos exércitos de famintos a reclamarem de nós um pouco de atenção. Façam-no, não só por vocês, mas por eles.





09 novembro 2013

Comemorações




Comemora-se quase em simultâneo o centenário do nascimento de Álvaro Cunhal, e os 96 anos da Revolução Russa de 1917.

Nada tenho contra Álvaro Cunhal, andei até com ele nas lutas e Abril, e sim reconheço-lhe o valor de um lutador incansável que ajudou à sua maneira a derrotar o fascismo. Entre as duas comemorações decidi por assistir ao da explicação da revolução de 1917, por maior desconhecimento do facto.

O que sabemos de um acontecimento passado é o que o filtro histórico dos vencedores lhe aplica, e no caso da Revolução Russa, o vencedor foi Stalin, não é por isso de estranhar que muito pouco se ouça falar dos que foram derrotados e como foram, e é assim que outra versão dos acontecimentos vai fazendo caminho, mas não devia, porque aquele período teve outros protagonistas e cada um deles teria a sua versão do que se passou se tivesse sobrevivido, e o facto do seu depoimento não ser coincidente só serviria para enriquecer o relato.

Trotsky foi um desses, mas foi dos últimos a ser eliminado na América Latina, pelas secretas do nosso vencedor, mas não foi o único, porque de um Comité Central de 26 elementos sobreviveram 4, três por razões especiais, e um por ser ele próprio: Stalin.

Podem conferir-se por baixo das fotos, o motivo da morte de cada um. Não é justo.

Encontrei duas fotos que ilustram bem esse período. Uma que é sintomática da lavagem feita através da manipulação da fotografia, havendo mais exemplos destes, e a outra que explica porque triunfou Stalin. A revolução russa derivou aqui para uma outra coisa. O resultado foi o que se viu.


08 novembro 2013

Onde é o limiar da pobreza?



A propósito da classificação, sim ou não, dos portugueses no limiar da pobreza.

Ó amigo, nós vivemos no nosso meio e não nos deslocamos para esse outro por uma questão de comodidade, porque a pobreza extrema, incomoda. Se tentares deslocar-te para o outro vais ter surpresas e talvez retifiques o que disseste. Além do mais há a pobreza "portuguesa" que é diferente porque é envergonhada. Há nos portugueses um orgulho que não os deixa exporem-se como pobres, sofrem em silêncio. Se fores ao Alentejo verás bem isto que digo, ninguém quer saber-se publicamente pobre e em dificuldades. É por isso que a partilha nas vilas e aldeias do Alentejo que conheço é uma das nossas melhores redes de assistência, quem tem um pouquinho mais, vai partilhar com a vizinha, dá, sem pedir em troca, se tem cinco ou seis melões oferece dois, e o retorno dessa solidariedade recebe depois de outra forma. Habituámos a ver-nos assim e já não nos consideramos pobres, porque pobres são depois só aqueles que já caíram na valeta e se arrastam na miséria total. Baixamos demasiado as exigências daquilo a que temos direito. Essa conversa do limiar da pobreza é coisa que ouvimos de quem se passeia nas alcatifas dos gabinetes, nasceu numa grande urbe, cursou numa escola de elite, mas nada sabe da nossa realidade. Sei que não querias dizer exatamente isso, transmitiste um chavão que vais ouvindo, mas olha que te estão a enganar.

Aqui tens um vídeo para repensares o limiar da pobreza:

Combate à pobreza e exclusão social. Reportagem RTP. Ana Luisa Rodrigues.