16 dezembro 2014

Bom Natal pá!

Nunca tive jeito para construir natais: tenho-os apenas cá dentro, bem no fundo onde a memória seletiva não chega para os apagar.
Às vezes há circunstâncias que os desafiam. Este ano coube a uma pinha que me ia caindo na cabeça outras, são cães abandonados – recorrentemente – que numa noite fria e chuvosa de pelo molhado fazem o desafio. Mas passemos ao postal construído da pinha ao post só para desejar a todos que as memórias seletivas nunca consigam apagar os vossos.



11 dezembro 2014

CONVITE: Assembleia Cidadã de 13 e 14 Dezembro

Convido todos a participar na Assembleia Cidadã do Juntos Podemos. São dois dias de debates e conversas com o objetivo de entender como transformar uma maioria social contra a troika e um poder que serve os interesses dos especuladores, numa maioria política. Debatemos a partir da experiência do Podemos espanhol mas como pode ver-se o programa é diversificado.

PROGRAMA

Juntos Podemos - Assembleia Cidadã, 13 e 14 Dezembro no ISPA, Rua Jardim do Tabaco, 34.
Transportes: CARRIS 712/728/734/706/735/759/781/782 - CP e Metro Santa Apolónia

DIA 13 de Dezembro
- OFICINAS AUTO ORGANIZADAS DAS 9.30 h - 13 h.

TEMA: DÍVIDA
Rosário Caetano, pela IAC;
Paulo Coimbra, pela IAC:
Rui Viana Pereira, enquanto colaborador da Revista RUBRA
Vítor Lima, enquanto editor do Grazia Tanta.

TEMA: JUSTIÇA SOCIAL E DESIGUALDADES
- RBI (Rendimento Básico Incondicional)
António Dores (ISCTE),
Roberto Merrill (UMinho)
Dario Figueira (ISTecnico),

- Conversa com o Circulo do Podemos Lisboa
Por ativistas do Podemos Lisboa
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TEMA: DEMOCRACIA
- Habitação
Coordenapo por "Mais Democracia" 

TEMA: ICE sobre o TTIP
Ricardo Cabral Fernandes, Plataforma não ao TTIP
Zé Oliveira, Plataforma não ao TTIP
Carla Graça, Quercus

- PLENÁRIO/CONFERÊNCIA: NÃO HÁ DEMOCRACIA COM CORRUPÇÃO, 14h - 15.45 h
- Flávio Ferreira, sindicalista do BES
- Joana Amaral Dias, Psicóloga
- José António Cerejo, jornalista
- Jesús Jurado, porta voz do Podemos de Sevilha
- Lúcia Gomes, jurista

- PLENÁRIO/CONFERÊNCIA: TEMOS O DIREITO DE ESCOLHER O MODELO ECONÓMICO SOB O QUAL VIVEMOS das 16 h às 17.45.
- Fernanda Rivas de Oliveira, antropóloga
- João Romão, economista
- Jorge Bateira, economista
- Raquel Varela, historiadora
- Rodrigo Fernandez (Investigador holandês da SOMO).

Dia 14 de Dezembro
- PLENÁRIO/CONFERÊNCIA: A DEMOCRACIA É DE TODOS, O POVO É QUEM MAIS ORDENA, das 11h00 às 13h00.
- Carolina Bescansa, dirigente do Podemos 
- João Rodrigues, economista
- José Neves, historiador
- Paula Gil, doutoranda em Ciência Política
- Nuno Ramos de Almeida, jornalista

- PLENÁRIO FINAL, das 14.30 às 18h00.
Espaço de fazer propostas e tirar conclusões. Aqui se pretende levar as conclusões dos dois dias de debate e tirar algumas conclusões do ponto de vista da agenda de acção. Como é óbvio toda a gente que participar nas discussões está convidada a integrar e decidir neste momento.

Estamos a construir um movimento democrático em que as pessoas exercem o poder.
Convocamos uma Assembleia Cidadã para o dia 13 e 14 de Dezembro.
Juntos podemos garantir que só há democracia sem corrupção.
Juntos podemos dizer que temos o direito a escolher o modelo económico em que vivemos.
Juntos podemos construir uma verdadeira democracia em que o povo é quem mais ordena.
Começamos aqui um processo para construir um novo sujeito político. Uma força que afirma a democracia de todos contra o poder de muito poucos.
A palavra é tua. Juntos podemos.


Horários de funcionamento da Assembleia Cidadã e formas de funcionamento decididas nos plenários e reuniões abertas.

10 dezembro 2014

É o tempo da audácia!

A luta politica que travamos, tem de centrar-se definitivamente na necessidade de rompermos este ciclo em que vivemos, motivado pela deterioração dos governos que o abriram e por esta "democracia" que o permitiu. Todos o sentem: os pais que têm filhos e não lhes veem um futuro, e os filhos, que dominados pela angústia que os pais mal podem avaliar, desesperam desta vida. Não pode ser portanto com a mesma receita política que falhou que vamos conseguir fazer a mudança, até porque o esforço é agora como raramente foi, e se essa política não o conseguiu em tempo de vacas gordas, menos conseguirá em vacas magras. Desta vez, só mesmo com muita audácia, como diz o Jesus Jurado. Está portanto na hora de reconhecer que muita gente que ficou para trás tinha o mesmo direito de ser ouvida, e é isso que acho que agora juntos podemos inverter. Rompam também com uma certa formatação política que vos inibe de pensar de outra forma, embora não seja necessário que a escondam, e não tenham receio de ouvir no ar o palavrão “populismo”, que isso faz parte da forma de vos condicionar. Tenham é medo do popularucho que vos impingem. Desse, eles não falam.

Todos ao ISPA! Rua Jardim do Tabaco 34, dia 13 e 14 de Dezembro, para começar a pensar nisto de forma diferente.

01 dezembro 2014

Os arcos: da governação ao parlamentar.

Escreveu José M. Castro Caldas, no Ladrões de Bicicletas: "Agora há um vazio. Partidos políticos que estão no lugar que há muito ocupam, embora tenham perdido a confiança de grande parte dos seus apoiantes.”

Basta dizermos “partidos do arco da governação”, para saber-se que são coisa a evitar como intenção de voto. Se a governação é má é porque os partidos são maus. Eles tiveram, cada um em seu tempo, o tempo de provar se essa dedução é lógica ou não. Não o tendo feito, confirmaram-no.

Mas se os partidos do arco da governação não conseguiram trazer a esperança às pessoas que se encontra nos mais baixos níveis, que outros de outro arco deveriam ter curado que essa esperança não se perdesse e fosse transferida? Não seriam os restantes do arco parlamentar? Eles não falharam também? É que em termos parlamentares a esperança converte-se em votos, e os votos não aumentaram ou foram transferidos na razão direta da perda de esperança no outro arco.

Foi isso que fez triunfar em Espanha o Podemos: a capacidade de renovar e transferir essa esperança para fora do arco parlamentar, através da transparência de processos na construção e abertura da democracia.

Uma das nossas dificuldades em termos profissionais é entendermos que a repetição de qualquer atividade tende para processos viciosos se não curarmos da renovação. E se uma característica tem a atual composição do arco parlamentar é manter em anos de marasmo a esperança dos portugueses em banho-maria, ainda que alianças espúrias se esforcem por mantê-la.

É tempo de rompermos com o que em nós é mais difícil: as convicções políticas, nas ideias feitas de que só há uma via para atingir o objetivo. Eu já o fiz. Se não for com esta do Juntos Podemos, que não se esconde que é inspirada, outra será, porque há sempre a possibilidade de não termos começado com os processos certos, as pessoas e nos momentos certos, e também nós termos errado por termos deixado esvaziá-lo. É assim que vejo este projeto, embora saiba que está só ainda na fase da construção da esperança. Se quero que seja devagar, é porque tenho pressa e não quero que falhe.