28 fevereiro 2006

Lisboa recuperada.


Esta Lisboa é possível!

Aqui, por muito novo que fosse, nunca seria isto.

Tanto que podemos recuperar ainda...





Rua Rodrigo da Fonseca.

26 fevereiro 2006

O melhor Carnaval

Se estivesse em Faro hoje, não tenho dúvidas, estaria no Teatro Municipal com o início dos Concertos Promenade da Orquestra do Algarve. O Carnaval dos Animais, de Camille Saint-Saens, vai ser um bricadeira que vai marcar as crianças que tiverem a felicidade de ser levadas pelos pais mais atentos. Um louvor aos patrocinadores desta maravilhosa ideia, porque o Carnaval não tem que ser deboche e pimbalhice de telenovela. Estas são as melhores formas de fazer entrar a cultura.

Zé, vai lá, leva a tua mascarilha e boa disposição e depois diz-me se não acertei.

25 fevereiro 2006

Estamos lá consigo.

Os amigos que hoje não esqueço, foram e são aqueles que por mim tiraram a camisa, sem que lhes tivesse pedido. Esses, nunca ficarão sózinhos neste mundo. Terão sempre mais do que o retorno de uma solidariedade circunstancial, enquanto a força que rege o nosso querer/poder me mantiver preservado de alguma desgeneração da vontade e da acção. Editar um post, nunca será alguma obrigação de ter que o fazer, porque aquilo que faço corresponde sempre a um imperativo moral, uma vontade de o dizer, nunca uma obrigação de ter que o fazer:

Caro Alegre, é com um pouquinho de vergonha de assumo que foi por ter entrado naquela sede de candidatura que acabei por ler finalmente a Utopia de Thomas More, cujo conhecimento se baseava no simples recorte da figura histórica. Mas é sintomático da razão que me levou ali. Também eu não acredito em homens que não têm a capacidade de sonhar, porque lhes falta a força que vem das entranhas da alma, ou lá o que lhe queiram chamar.

Caro Alegre, nessas alturas lembre-se disto, nunca ficará sózinho porque foi depositário da nossa vontade que resultou de um dos exercícios mais nobres que Abril recuperou. Que ninguém tenha a veleidade de o empurrar borda fora. Nós, estamos lá consigo.

15 fevereiro 2006

Iliteracia tecnológica.

Da Revista sobre Política Educativa, Pontosnosii, editada com o Jornal o Público de ontem, alguns sublinhados que dariam só por si matéria para muito debate. Termina Nuno Bordalo Pacheco um artigo assim:

“Creio que ninguém colocará em dúvida as potencialidades educativas da Web 2.0. Acredito, porém, que muitos dirão que tudo isto é muito bonito, mas nas nossas escolas ainda há muitos professores e alunos que não utilizam um simples computador e muito menos os recursos disponibilizados pela velha Web, apesar de todos os projectos, programas, planos, campanhas, cursos, concursos, acções de sensibilização, seminários, oficinas e palestras levados a cabo nas últimas duas décadas.

A resposta a estas questões levar-nos-ía a discussões tão diversas como o modelo de instalação e utilização dos computadores nas escolas e os perfis de competências em TIC exigíveis aos professores que leccionam nas escolas portuguesas. Não vamos discutir hoje estas questões. Mas não podemos deixar de nos interrogar sobre o drama que nós, os professores, protagonizamos ao, pela primeira vez na História da Educação, transportarmos uma carga de iliteracia tecnológica maior que a dos alunos
.

14 fevereiro 2006

Sem comentários...

Um amigo fez-me chegar este link e dizia: ...sem comentários...

É grave que estejamos a ficar sem comentários perante os métodos dos novos libertadores da "liberdade de expressão".

Arroios é um nojo...


Ninguém nos defende deste nojo de bosta!...

Somos um bairro de cáca de pombo e bosta de cão e de "sem abrigos" que de pila na mão e cú ao léu se esvaiem e nos dão os seus ressacados bons dias, comprando os nossos silêncios. Arroios é um nojo! À atenção da Freguesia e da Câmara Municipal de Lisboa.



11 fevereiro 2006

Liberdades de Expressão

Estas expressões retiradas dos posts originais podem ficar descontextualizadas, aconselho a leitura integral.

Estaremos proventura em vias de ser invadidos por um exército islâmico poderosamente armado?
Se não, para que é todo este banzé? Quem anda a orquestrar esta espiral de ódio?

timshel

Ao longo do dia de hoje vou continuar a recolher os nomes daqueles que, nos termos em que o comunicado
foi redigido, entendem que Diogo Freitas do Amaral não expressa a sua posição.
Bloguitica

A liberdade não é um fim em si. Lamento. É um meio indispensável - mas não absoluto - para um fim.
Pode e deve ser limitada à prossecução desse fim. Não pode e não deve ser invocada como valor absoluto se isso limita a boa prossecução de outros meios para o mesmo fim
Lida Insana

O que nos levou a procura da felicidade em terra e nesta vida. O que produziu, no fim, o resultado que de todas as diferenças entre a nossa e a civilização islâmica é a principal fonte da sua inveja e do seu ressentimento: O nosso progresso.
quase em português


Qualquer “democracia” é abalada quando a liberdade de expressão é coarctada. Impedir os nazis de se aglutinarem em torno de um partido convencional é nóxio para a “democracia”, embora compreensível. O facto de existirem limites no recurso à palavra reflecte o temor provocado pela vulnerabilidade intelectual das massas, as quais podem ser contaminadas pela dicotomia redutora e sedutora.
Estranho Estrangeiro

Tudo isto cheira a xenofobia, por um lado, e ao aproveitamento habitual dos extremistas, por outro. Em tudo isto falta bom-senso. Tudo isto, assim que passar de moda (daqui a três ou quatro dias, caso não venha aí uma cena macabra) dará lugar a outra tontice qualquer que alguém resolva atirar para a opinião pública.
Entretanto por cá tudo bem. Acabou a fome no mundo, a justiça já funciona, os aliados continuam a democratizar o Iraque, o Irão continua a produzir nuclear, a Sida continua sem solução, etc.
E por aqui continuo sem sentir beliscada a minha liberdade de expressão
(como se comprova por este texto).
Tugir em portugês

Ou, como dizia no El País Juan Goytisolo citando o Financial Times "A liberdade de expressão não inclui o direito de gritar 'fogo' num teatro a abarrotar." Ou sim?
Ana Sá Lopes – DN

Em que ficamos?

Bom, por este andar ainda vai tudo de cana, ora vejam:

Alguém no
o Canhoto afirmou:

“não conheço qualquer disposição relativa a crimes de desrespeito de símbolos religiosos"


e este
Timshel respodeu assim:

Artigo 251º do Código Penal Português:
"Ultraje por motivo de crença religiosa
1 - Quem publicamente ofender outra pessoa ou dela escarnecer em razão da sua crença ou função religiosa, por forma adequada a perturbar a paz pública, é punido com pena de prisão até 1 ano ou com pena de multa até 120 dias.
2 - Na mesma pena incorre quem profanar lugar ou objecto de culto ou de veneração religiosa, por forma adequada a perturbar a paz pública."


Leia o resto e dê uma olhada numa das muitas conversas que por aí andam.

10 fevereiro 2006

NÃO SABIAM?!...

Ehh pá... fica aqui dito com todas as letras que eu também condeno a violência!...
Ou já vos tinha dito?
Ainda não!?
À pois. Eu também condeno a violência!
Há alguns gajos que não. Mas isso meu amigo, cada um é como cada qual. É gente que gosta d’andar à estalada, qu’é que se há de fazer? Não tementes de Deus, é o que é!
E mais!... estou solidário com a Dinamarca!
Ham!?...Esta é que vocês não sabiam!...
Mas pronto, vocês também não são bruxos e não podem saber tudo.
E já agora também, coitados, co’aquela gajada lá do jornal, aqueles que agora já têm ajuda para andar à porrada co’os Ai-a-tolas que vão fazer uma manif, mas não há problema porque já temos aí muita gente “sem medos” que até vai dar uma ajuda.
Eu nunca vos disse mas vocês sabem qual foi a frase que eu mais gostei até hoje?
Foi aquela: Either you are with us or you are with the terrorists. Ehh pá...até saltei da cadeira.


Nota: Declaro no entanto não querer fazer parte de nenhuma listazinha de apoiantes de alguma coisa.


08 fevereiro 2006

Deus e a Liberdade

Que grande imbróglio em que se meteram todos, uns e outros. Os que acham que sim e os que acham que não. Tenho lido de tudo, até gente a contradizer-se, tal é a confusão que por aí vai com a questão da “liberdade de expressão”, mas faço aqui justiça aos bons textos e pensamentos que também vi.

Sem algum laivo de arrogância, para mim é simples, eu que não tenho nem um Deusito que vele por mim ou me guie, o que me obriga à procura constante do meu fio condutor de vida, no fundo, ao permanente peso do que é o bem e o que é o mal, o que convenhamos, dá mais trabalho. A minha liberdade de expressão acaba, não, quando eu achar que o outro tem direito a sentir-se ofendido, mas quando o outro se sentir ofendido. Se eu pisar o risco e o meu interlocutor o acusar, só tenho que pedir desculpa pelo meu uso abusivo da liberdade de expressão. Na minha relação com os outros, são eles que determinam de alguma forma o
meu uso da liberdade de expressão. Mas se eu quiser continuar, tenho sempre o direito ao uso da minha liberdade de expressão, mas aí, também não tenho que me queixar de hipotecar o futuro da minha relação com os outros, porque não posso, não devo e não quero, impor a ninguém, padrões de comportamentos morais, sociais, religiosos ou outros. Cada ser humano, cada sociedade tem o direito à indignação pelo que considere ser ultrage aos seus valores, e não releva para aqui que estes vivam ou não em situações de radicalismos provocatórios pois que uma resposta na mesma moeda é pedagógicamente uma infantilidade. Desta forma, ainda não levei nenhum par de estalos por ter gerido mal o meu uso da liberdade de expressão, porque procuro saber sempre quando o "posso", mas o "não devo". Não me parece que isto seja muito difícil de praticar sem termos que abdicar de coisa alguma.


Confesso-vos, ando completamente aturdido, porque se há alguma questão para as quais eu acho que é um completo desperdício de forças da humanidade, é esta da guerra por um Deus. Não há para mim coisa mais absurda. Se querem melhor prova, aí está mais uma. Estes, andam doidos porque alguém meteu um turbante enfeitado onde não devia, porque os outros sepultaram milhares de pessoas com dois aviões em nome de Deus e Bush foi em nome de Deus escaqueirar um país e semear o caos. E não se pense que entre nós não se fizerem coisas más em nome de Deus: o Padre Max? Mas é mais cómodo ter um Deus, dorme-se sossegado depois de uma reza...

02 fevereiro 2006

As Expectativas.

O amigo João dizía-me no dia da reunião de Alegre com a Comissão de Candidatura, quando decidiram a passagem a Movimento:

- Vês? Como está lá o aparelho?

Aquela pergunta, foi quase um murro no estômago. Não pela surpresa do comentário vinda desta espécie já rara de guerreiro que prefere perder um amigo, a deixar as moscas a lamber os nossos equívocos. Valham-me os meus desencontros que não chegam a ser equívocos. Mas foi mais, por uma espécie de toque na ferida, da qual não lhe quis dar sinal imediato.

- Não cabíamos 200 ou 300 numa sala, cabíamos 100, mais eles! Mas ao menos estavamos lá a dar outra legitimidade e tínhamos deixado de ser carneirada - dízia ele -
contra argumentei com as munições que uma resposta oficial impunha. E ela é tão clara que me dispenso.

- Lá estás tu com o teu bom feitio!... Se não fosse eu, outro dia comias a açorda com pão de carcaça depois de fazeres a apologia da Miga Alentejana...

Já estava a ganhar 2 – 0.

- João, bem vez – disse-lhe eu - há decisões a tomar sobre esta questão que não podem esperar pelo aperfeiçoamento da dinâmica deste Movimento e tinham que ser tomadas. Depois, vinha o problema do braço no ar, etc. etc. etc.. Tentei fazer-lhe ver que nada estava a ser decidido contra o espírito pelo qual andou a colar propaganda, a comprar livros e jantares de apoio. Tentei, mas não consegui. De tal forma conhece o espírito humano – diz ele – que começou a ver maus prenúncios no arribar de algumas figuras que mais não farão do que repetir a história. Algumas, até na última noite no Pavilhão Atlântico não se coibiram de lhe dar provas disso mesmo:

- Não viste!? Perguntou.

O problema, é que eu estava lá para testemunhar e vi ...

E agora fazia 3 – 0, e mais alguns marcados com irregularidades. Preocupou-me o inesperado nesta conversa já esperada. Será alarmismo dar à estampa que há muita gente com expectativas neste movimento que vão reclamar um pouco mais do que as linhas e metas traçadas no Manifesto do Candidato? Talvez esta conversa não faça bem ao curto prazo do Movimento. Mas antes assim do que fazer falsas partidas. Os perigos estão aí, talvez mais por dentro dele próprio e este relato pode mostrar como não vai ser fácil e tão volátil se torna esta esperança, se a história não nos servir para nada.