29 janeiro 2008

Conversa de Café? Reeditado

E a si que já foi a sufrágio e o vi sair com o rabo entre as pernas por ter tido apenas os votos da sua rua? Que credibilidade - nesta questão do Bastonário - nos merece, do alto da sua arrogância intelectual, quando disse na televisão?:

- São declarações ao nível da conversa de café!

Onde fala você com credibilidade? Na casa de banho? Onde a conversa se compõe numa descarga com cheiro a alfazema? São desprezos destes pelo cidadão que me fazem perder a fé numa grande parte dos políticos. O cidadão para si é um verme de encher, gente reles que se assume também no direito de pensar. Nada daquilo que dissermos na mesa do café faz parte das suas preocupações, de tal forma anda distraído. Mal empregado o sustento mensal que lhe damos, porque são políticos com a credibilidade já sufragada como a sua que nos inquinam o sistema e que lá no fundo não deixarão de fazer também parte da justa preocupação do Bastonário.

Post Scriptum, em 31-01-08. Sobre este tema, vale a pena ler esta crónica de José Júdice, no Jornal Metro, de 30-01-08: "O segredo do chinelo".

Post Scritum, em 01-02-08. E digo-lhe mais, depois da entrevista do Bastonário e daquela conversa dos sobreiros, faz agora mais sentido e entendo o porquê dessa “conversa de café”. Percebo então que ele seja para si um alvo a abater.

25 janeiro 2008

Vamos defender o Bastonário

“... se não pudermos fazer nada, dizer que sabemos que as coisas se passam, é uma forma de combater. Nós estamos aqui e estamos conscientes» (16/03/07).

Do livro de Lídia Jorge "Combateremos a Sombra", referido por MMCarrilho, aqui.
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A legião de revoltados com as declarações do Bastonário dos Advogados Dr. Marinho e Pinto, a propósito da criminalidade grave nas altas esferas do estado, e por detentores de cargos na administração pública, não é surpreendente, é antes reveladora do mau estar que causam sempre estas generalizações na área dos atingidos. Ou seja, todos sabem que existe mas só pode ser sabido à boca calada, é proibido referi-lo publicamente, porque não há provas, porque não se concretiza, por causa do labéu, etc., etc.. Preferem manifestar a sua ofensa em uníssono, por causa da vulnerabilidade (!) do povo, em vez de disponibilizar a ajuda preciosa, por isso ainda hoje lemos o ranking que analisava a credibilidade das principais profissões e infelizmente lá estava a má notícia para os políticos. A "fatiota" não serve evidentemente a todos, mas serve a muitos e alguns passam-nos pela Internet de email em email. Custa-me esta defesa esfarrapada dos políticos que elegi, e senti-los assim todos conluiados nesta omertá, apoquenta-me. Não seria mais prudente ouvirem o povo pela voz de quem se afoita, do que se apressarem a acender a fogueira de mais uma pira que dará o exemplo a quem se atrever na imprudência das palavras?
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23 janeiro 2008

Saramago, cada vez mais.

Digo isto, porque dá indicações de recuperar da convalescença em que se encontra projectando recomeçar o livro que está a escrever, em Abril, e também, para que fique claro que as minhas divergências profundas com as suas opções iberistas, são apenas isso: divergências profundas.

21 janeiro 2008

A BANDEIRA NACIONAL - II

Caro Egas, face ao deserto que é a falta de comentários dos amigos que convoquei para esta questão, o desenvolvimento generoso que deste ao teu comentário, é uma honra. Responder de forma clara, tornaria a caixa de comentários uma estopada e retiraria o efeito mais visível que acho que a resposta merece. Porque não é matéria onde é fácil convencer alguém a mudar de opinião, limito-me apenas a justificar porque vejo a nossa bandeira assim, embora fosse desnecessário uma vez que dizes “compreender”.

Certamente que não duvidas da intensidade com que gosto do nosso País/Nação, porque já leste aqui o suficiente para verificar que essa é aliás uma tónica de grande parte do que escrevo. Isto, não quer dizer que goste da mesma forma do meu País/Região ou de tudo o que o represente, porque ambos sabemos reconhecer o muito mau de algumas coisas que nos representam. O paradoxo é que temos que reconhecer que nos representam bem, porque representam infelizmente uma parte do que somos. Assim o escalpe da minha reflexão sobre a Bandeira, não deve ser entendido de outra maneira que não seja a análise fria daquela representação “formal” de Portugal, porque, o conteúdo dessa representação estará sempre salvaguardado pela matriz a que me orgulho pertencer. Mas vejamos:

“...São símbolos quase sagrados que existem num nimbo etéreo”. - Ainda bem que não o são totalmente, porque senão teríamos aí um problema. Mas, sagrados?! Os Estados do Ocidente são laicos! Surpreendes-me porque, mesmo sendo religioso nunca deverias atribuir ao um símbolo estatuto desses: nem sagrado, nem profano!

“... se não mesmo uma traição à História Nacional...” - ( ! ) Por momentos a palavra assustou-me, Egas. Deduzo então que quando D. Manuel alterou, traiu a História Nacional, igualmente quando a República alterou, traiu a História Nacional, se no 25 de Abril – uma revolução - tivéssemos alterado, teríamos traído a História Nacional, e todos os réis que mexeram na bandeira andaram a trair a História Nacional? A Espanha anda desde 1931 a trair a sua História Nacional: já leva cinco alterações,
vê aqui. Francamente, não me parece que as coisas possam ser ditas desse modo.

“ ... uma certa associação da Bandeira Nacional ao Estado Novo.” - Tu és um filho do 25 de Abril, nasceste em plena liberdade. Nunca viste aquela bandeira apropriada por uma doutrina castradora, porque todas as que viste na tua juventude irradiar à tua volta eram o resultado do efeito daquela garrafa de champanhe. Aquela bandeira para ti estava limpa, era uma bandeira com a liberdade agarrada. Ao contrário, eu nasci em pleno Estado Novo, os ideais da implantação estavam mortos e nada me diziam. Nasci numa terra e com gente com uma forte consciência das liberdades a que tinha direito. Tive familiares próximos, presos por acharem que lhes cortavam as suas liberdades. A minha escola foi feita com livros onde aquela bandeira era empunhada por meninos fardados com o verde e os símbolos da ditadura nos cintos e nos bonés e a saudação era feita de braço no ar. Vi colegas em formatura desmaiarem ao sol, numa cerimónia oficial com todos os símbolos do fascismo ali misturados. Não me peças que limpe esta imagem que tenho desde a infância. A instauração da República não sei o que foi, sei o que foi a perpetuação da Ditadura enrolada nesta bandeira.

“...A Bandeira Nacional espelha a nação que representa, sendo, por isso, um compêndio da sua História....” - Felizmente que as coelhinhas do Playboy não foram nenhum símbolo representável daquela época, senão teríamos que os aturar agora na bandeira, ou então que a representação da escravatura não era um símbolo elegível para a bandeira, senão teríamos hoje que andar a esconder a bandeira. Eu não me orgulho de tudo quanto fizemos na nossa história, e não vejo que uma bandeira tenha que ser um compêndio da sua História,
verifica aqui estas. Quanto aos símbolos religiosos da bandeira remeto para o que disse mais acima.

“...o vermelho será o sangue e a esfera a representação da epopeia dos descobrimentos, e com ela tudo o que de mau os portugueses fizeram durante essa época (genocídio, escravatura, etc) ...” - Dito desta forma irónica parece estares a negar a existência da escravatura, o que nem acredito.

“... E porquê o verde-azeitona? Só por ser mais compatível? Porquê os louros?!, símbolo que não apresenta qualquer associação próxima com Portugal.” - Agora achas que inventei alguma coisa, mas remeto-te
aqui para esta imagem onde podes ver que não inventei verdes nem louros, já existem e fazem parte do chamado Estandarte da Bandeira Nacional e são exibidos pelo mundo fora pelo Exército Português.
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P.S. - Aqui fica um trabalho de Josh Parsons, " The world's flags given letter grades " com algum interesse, sobre as bandeiras mundiais, que tem o mérito de ter partido de uma metodologia préviamente criada e responde a algumas das questões que aqui levantei.

13 janeiro 2008

A BANDEIRA NACIONAL

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UMA NOVA IMAGEM.

A MESMA BANDEIRA
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em 2010


Comemoração dos 100 anos da Implantação da Republica e
Comemoração dos 900 anos da Fundação da Nacionalidade


Esta proposta da remodelação da bandeira é apenas a adaptação do estandarte de formato quadrado em uso pelas Forças Armadas Portuguesas, ao projecto da Nova Bandeira Nacional que se deveria efectuar nas comemorações a realizar em 2010, para com esta alteração homenagear:

- A República que comemora os 100 anos da sua implantação em 1910.
- E Portugal que vai comemorar os 900 anos da sua fundação em 1110.

Esta imagem resulta visualmente mais equilibrada, e a razão para a apresentar é tão nobre que não teremos tão breve uma data tão significante. São apenas cinco alterações, mantendo-se identificada a bandeira, uma vez que é difícil justificar neste contexto, alterações mais profundas:

- As cores passam a ter a proporção igual na bandeira.
- O verde altera para o tom azeitona, mais compatível com o vermelho.
- A esfera armilar é envolvida com a coroa de louros do estandarte.
- A simbologia deveria ser revista por manifesta desadequação à actualidade.
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Porque a fita que envolve o escudo tem uma inscrição que pertence às Forças Armadas, nessa recomposição deveria ser analisado em conjunto o sentido das diversas simbologias inscritas no brasão de armas, como os castelos ou as chagas por exemplo, que têm uma representação que já não faz nenhum sentido hoje. A inclusão dos louros resolve o problema da limitação daquela isolada esfera armilar e do seu perdido efeito visual no centro da actual bandeira. Basta atentar na nova imagem da proposta e na manutenção da identidade que ela continua a representar, para se tomar este projecto como derradeiro face ao momento para que se propõe.

2007 – Proposta da Portugal Europe’s West Cost (recusada)


Esta bandeira azul, foi a proposta de alteração apresentada pela campanha actualmente em curso sobre Portugal, mas não considerada ou recusada. Todos sabemos que há com Portugal um problema de imagem, mas todos sabemos da dificuldade dessa inversão, temos bons vinhos, bons sapatos, bons produtos etc., mas falta de imagem, porque são outros factores que pesam na sua modificação. Vemos também com alguma frequência outros países fazer essa publicidade, não sendo por isso errado tentar por esta via comunicar outra imagem que altere o estereotipo que alguns têm de nós. Mas o erro não foi só este projecto de bandeira aparecer neste contexto. Tão errada foi a alteração proposta, porque a cor azul apresentada seria retomar o inicio a o fim das cores da Monarquia que tiveram bandeiras azuis, e azul total é também a bandeira da União Europeia! Uma campanha publicitária, apesar da sua qualidade, não é um motivo suficiente para alterar uma bandeira.

1910 – Implantação da República


1110 – Fundação da Nacionalidade

A nova imagem proposta não foi outra, por se conhecer o pensamento reticente e conservador dos portugueses nesta matéria, e para se mostrar que é possível, manter a nossa identidade com a bandeira sem uma alteração radical. Não me referi muito às alterações da simbologia, mas chamo a atenção para a análise que Fernando Eloy faz de Macau, aqui neste post, que subscrevo. As bandeiras nascem a maior parte das vezes no seguimento de acontecimentos ou revoluções profundas, e isso faz com que passem a exibir representações relacionadas, mas uma bandeira deverá ser um símbolo unificador.

Concordo por isso que se analise a questão dos símbolos, embora sejam pequenos detalhes numa visão global da bandeira, porque também não gosto de ver lá os troféus do sangue que fizemos aos mouros e outros, numa falta de respeito por esses povos, ou os símbolos que nada têm a ver com o Estado laico que somos, e nos quais não me revejo nem um pouco, parecendo que aquela bandeira é só dos portugueses com uma determinada crença religiosa.


Assine a: PetitionOnline
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10 janeiro 2008

Os Amigos e o Emails

Certamente concordam que o email trouxe às nossas tarefas diárias uma redução do tempo disponível. Todos os dias há que abrir, limpar, reciclar, guardar, responder, enfim uma trabalheira, alguns dias sem abrir e o trabalho é a multiplicar pelos dias que passaram. Eles chegam com as mais variadas vulgaridades, e também motivos de interesse. Mas chegam também replicados pelos diversos amigos da lista que querem ter a bondade de nos manter informados das últimas cambalhotas e anedotas que já lemos várias vezes nos últimos tempos. O problema, põe-se quando queremos mesmo comunicar com o amigo por este meio. Que título vamos dar ao nosso email? Se não tivermos cuidado, vamos correr o risco de lhe dar um nome e o amigo diga: Ah pois Assunto Importante! O que tu queres sei eu!... E zás ,lá vamos parar à reciclagem. Ou então, escolhemos um nome mais sério e estamos a ver o amigo: Ah pois Reformulação da Bandeira!... Brincadeiras, o que tu queres sei eu! E pronto novamente lixo. Começo a ficar confuso, mas repugna-me ter que titular um email com a única hipótese de ser lido, mas não há alternativa, o próximo vai ser: Calendário Pirelli 2008.

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Notícias e/ou Anedotas

Um médico espanhol vociferando na Televisão contra o facto de não o deixarem conduzir a sua viatura, de matricula espanhola e de ser obrigado a mudar a matricula para Portugal:

- Só se vier de burro!...

Não, cuidado! Nós preferíamos de médico!...Os burros cá, estão em vias de extinção e são levados para quintas de preservação da espécie.
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Ouvido na TSF hoje. A venda da antiga Prisão de Setúbal, foi efectuada a um ex-sócio do Ministro da Justiça numa sociedade de advogados, parece que tudo numa operação legal. Claro, nem duvidamos!

Oh, lembrei-me agora desta! Sabem aquela do alentejano que é apanhado pela Guarda com um porco roubado às costas?

- Ó compadre está preso porque leva aí um porco roubado.
- Aondi?
- Aos ombros!
- Hum! Xô porco...
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07 janeiro 2008

Cá pra nós, Tio. Ok?




Um dia destes saberemos como te chamas, talvez seja a tua figurita a determinar o nome, e convenhamos, é mais adequado porque podes vir mais bonito que o nome e depois não há remédio, por enquanto, basta-nos saber-te afadigado em descanso, porque o poder da vida se encarrega desse abono, uma pêra doce para ti, consciência que ainda não tens mas, mais depressa do que pensarias se já pensasses, virias a ter. Mas vai ser assim ainda muito tempo, só peço que não te distraias, quando chegar uma altura em que te sintas desconfortável e empurrado, é sinal que está na hora e estão a correr contigo. Não tenhas medo do aparato cá fora, aquilo são só ajudas, nem vais cair no chão, despacha-te! Ok? Zac...

06 janeiro 2008

05 janeiro 2008

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Vencimentos e Mordomias

Finalmente o país fala oficialmente no escândalo da disparidade de vencimentos entre gestores e trabalhadores. Paradoxalmente é Cavaco Silva a abordar esta questão, no que foi uma jogada de mestre com olho na popularidade, mas não é por ela que tudo isto vai mudar. Nem os trabalhadores vão passar a ganhar mais, nem os senhores que se auto-renumeram vão baixar os seus vencimentos, ponto final.

Mas Cavaco foi redutor nos alvos, não são apenas os Gestores os maus da fita, porque os portugueses desconhecem os valores escandalosos de outros vencimentos e aposentações, onde podemos encontrar desde políticos a magistrados, por isso, não ouvimos ninguém manifestar-se, porque um dia chegará a sua vez!... A disparidade é gritante, na Alemanha aquelas diferenças são da ordem de 10 vezes mais, em Portugal ganham 32 vezes mais do que os trabalhadores!... Em dinheiro de caixa no final do ano, na Alemanha levam para casa cerca de 170.000 Euros, em Portugal levam 257.000 Euros!... Um absurdo, um abuso, uma vilania! Terceiro Mundo.

Recupero aqui os links de três abordagens do assunto: "Uma resposta" - "Oligarquias & Sinecuras" - "Os Apaniguados"

01 janeiro 2008

71



Até o tempo parece cansar-se da espera e da suspensão de tudo. A lembrança do que esteve na origem da Lenda de manhãs de nevoeiro, deveria por-nos a salvo da ingenuidade com que ciclicamente entregamos o destino em mãos alheias, porque só temos uma vida.

Façam o possível para termos todos um melhor 2008.