28 agosto 2007

Um Equívoco.

Caro Egas, em alguma coisa haveríamos de divergir. Interpretaste mal o sentido da minha posição em relação aos transgénicos, mas a culpa é certamente minha porque saíu assim de rajada sem grande preocupação de rever o que escrevi. Também me parece que a tua opinião passa muito pelo facto de ser a tua área de estudo que te leva a encarar com paixão o que fazes, sem te interrogares muito sobre outras vertentes do aproveitamento económico que é feito da área que investigas.

Diz-me, se uma comunidade rural distante e isolada, poderá desta forma – o dominio absoluto dos transgénicos - continuar a deitar semente à terra, colher o produto, reservar como sempre uma parte para a semente e voltar ao cultivo na próxima época de sementeira?

Diz-me, se não consideras haver no mundo excedentes agrícolas, mesmo antes dos transgénicos, sendo o problema da fome uma outra questão que não passa por aqui?

E diz-me, como homem de ciência, se devemos considerar que a selecção ou cruzamento das espécies de uma forma natural é o mesmo que a manipulação artificial dos seus genes?

22 agosto 2007

Pera Biológica







Informaram-me que a leguminosa que esteve em exibição antes desta fruta era Transgénica, por isso destruimo-la, ou melhor, incinerámo-la. Esta é fruta biológica. Tem é um bocadinho de bicho. Desta, eles gostam.





21 agosto 2007

Transgénicos na Broa

O vitupério, foi como se tivesse sido arrasada uma plantação de Bolo Rei - juro que fui atingido - pelo que deduzo, isto dos Transgénicos não é um problema transversal.

É esta irracionalidade que sinceramente me espanta no homem, quando se defendem as bandeiras que albergam a sacrossanta ambição que desgenera nos egoísmos incensados, e não nos verdadeiros valores da humanidade.

Pensar? Para quê? E é este ferrete que os impele a apoiar a Invasão do Iraque, mas estar contra a Invasão de Silves. Porquê?

Só porque sim. Digo, porque a propriedade era privada.

19 agosto 2007

Nem os bichos gostam!

Se os Transgénicos ao ar livre são estéreis, isto é, não produzem semente, quem passa a ser o detentor da semente alimentar da humanidade? Já se interrogou sobre isto? Não acha preocupante?Antes de condenar seja o que for nesta postura anti-transgénica, porque não se informa e não a debate com os seus? A minha pesquisa encontrou estas duas posições que considero relevantes sobre a forma como cada grupo vê a questão. São recortes dos textos, leia o resto e tire conclusões.
Um exemplo clássico é a incorporação artificial de genes para resistência a herbicidas, que leva a uma maior exposição do solo a fatores de erosão, poluição de alimentos e do ambiente, pelo simples objetivo de controlar os mercados de sementes e agroquímicos, explorando o comodismo de empresários agrícolas que só se preocupam em minimizar custos operacionais....”
“... Do ponto de vista agroecológico, o grande dano que a difusão de transgênicos traz para a biodiversidade é que, de forma semelhante aos híbridos - mas com potencial daninho muito superior, é o abandono pelos agricultores e instituições, das variedades, cultivares, raças e ecotipos tradicionais regionalmente adaptados por séculos de seleção, cujos genes, clones e sementes já foram em muitos casos estrategicamente patenteados ou colecionados nos bancos de germoplasma das mesmas empresas transnacionais proprietárias de transgênicos (Mooney, 1987; Koechlin et al., 2003). Um exemplo extremo desses objetivos monopolistas é o gene terminator que promove a produção de sementes estéreis tornando obrigatória a dependência do agricultor pela compra de sementes. A disseminação aleatória de genes do tipo terminator constitui a maior ameaça potencial à biodiversidade jamais provocada pelo homem....”
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13 agosto 2007

Porto Covo

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Um dia destes descobrimos que não valeu a pena termos o privilégio de ter uma costa destas.



Um dia destes perdemos definitivamente a paciência e desistimos. Este é um exemplo.




Há uma dúzia de anos que a àrea aqui assinalada da vila está naquele estado miserável de laxismo, abandono, incúria e incompetência autárquica, prejudicando tudo e todos com nuvens de pó e lama o ano inteiro! Não há razão que possa justificar tamanho atentado à qualidade de vida dos munícipes e do turista que ano após ano, observa atónito a nossa incapacidade de organização e gestão urbana.

Averiguação posterior: Lendo esta entrevista no Jornal O Primeiro de Janeiro entende-se melhor este processo kafkiano e percebe-se como aquele fatalismo é o alimento que tem mantido aquela asneira.


05 agosto 2007

Baixa Pombalina

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Paulo-Guilherme (d'Eça Leal) - Col. Particular


Recuperar a Baixa de Lisboa exige do poder um terramoto de acções, estatura executiva com nervo e suficiente capacidade para as impor. Sem habitação e qualidade compatível, o comércio nada pode para suster o abastardamento da nobreza da cidade. Sugestões apontadas como soluções de emergência não vão ser aproveitadas pela politica do: eu é que mando.

Vejo tudo demasiado cinzento e sem rasgo, enquanto Lisboa definha.
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04 agosto 2007

O Espírito Crítico

Por falta de academia ou qualquer outra, nem sempre tenho capacidade para determinar de imediato a qualidade da obra que observo ou me detém. Tento ser honesto nunca me enganando a mim próprio nem enganando os outros. Sigo, quando assim é, as sensações que me despertam a obra e é através delas que me guio na sua interpretação. A vida ensinou-me que há coisas que pela sua complexidade e requinte precisam de aprendizagem ou maturação na observação, para chegarmos até elas e paradoxalmente, nestas inclui-se muitas vezes a Simplicidade, tal é por vezes o seu poder mimético.

Aquilo que a memória do meu sistema sensorial me traz recorrentemente, acaba por ser só o que interpretou e é isso que verdadeiramente me importa.

É assim, através da impressividade que me deixam as sensações do contacto com a obra, que faço a ponte sobre lacunas culturais, fazendo delas a minha medida padrão. Mas prefiro assim, a correr o risco de ficar com a sensação de ter armado aos cágados.