31 agosto 2008

O que é isto?!...

Toda a planta envolvida. É estratégia de uma aranha simples, ou ficou da Expo e é agora mutante? Que grande arquitecta!

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29 agosto 2008

Entretanto, outra realidade.

Parei junto à banca dos jornais para olhar as primeiras páginas e lentamente aproximou-se do escaparate lateral das revistas cor-de-rosa, uma senhora de cabelos brancos, e com uma doce calma, alheia à barbaridade das notícias do dia, olhando para uma foto no canto da revista, perguntou-me:

- A Fátima Lopes nunca mais apareceu. O que lhe terá acontecido?

Apanhado de surpresa, lá juntei o nunca mais a muito tempo, e respondi-lhe:

- Olhe, se calhar foi gravidez e está com o bebé em casa!...
- Credo! E aquilo era lá barriga para bebé?!

Meio entupido por tanta falta de lógica e conhecimento de coisas óbvias, respondi-lhe:

- Então olhe não se preocupe devem ser férias.
- Ah pois, devem ser. Olhe, o que é preciso é saúde prás gozar, que é aquilo que eu não posso, porque nunca as tive.

Meditativa na foto da revista, lá ficou de cabelitos brancos a esvoaçar e a digerir aquela dúvida.
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23 agosto 2008

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Soltos para a barbárie

Acabou a nossa presença nos jogos mas não o nosso hábito de ligar a Rádio e a TV para saber novidades, agora é para saber quantos ourives baleados, quantas bombas assaltadas, quantas caixa roubadas ou quantos velhinhos violentados e mortos. Fica-me no ouvido a notícia, com um contentamento mal disfarçado, do quase linchamento que não passou de uns borrachos aplicados pela populaça, enquanto a polícia não foi levantar o meliante de um assalto. Mas esta notícia dos dois velhinhos de hoje foi o copo de água e está a por a nu a capa civilizada que me cobre e a tornar-me primário na aplicação da Justiça. Tenho que reflectir melhor sobre isto, porque me preocupa saber que por mais voltas que dê, acabo sempre por cair nos métodos sumários, como forma de alerta aos desgraçados que deixaram de ser os coitados que não tiveram as mesmas oportunidades que eu, para passarem a ser os criminosos abjectos pouco merecedores da minha misericórdia. Baseio a auto-despenalização que me atribuo, por este raciocínio que não me conheciam, na constatação de que estes facínora são apenas uma ínfima percentagem dos pobres e infelizes que não tiveram as mesmas oportunidades que eu. Rechaço por isso o tal discurso compreensivo da procura dos motivos que levam esta gente à barbárie, porque tem que ter um interior podre de mais, quem opta pela violência gratuita e liquidação de velhinhos desprotegidos.

Depois, há uma outra questão, que passa pela apreensão que esta gente tem de que os nossos brandos costumes deram nisto e estão a entrar por aqui como faca em manteiga. É a Justiça ou a aplicação dela que deixa todos perplexos. Os princípios podem estar bem mas alguma coisa faz com que eles não estejam e se ainda não estamos em condições de os aplicar por falta de organização que não sejam as pessoas a pagar com a vida essa brandura que acaba por voltar a deixá-los à solta para a barbárie.
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De olhos em bico - V

Acabou mais uma presença nossa num evento internacional de relevo, mas infelizmente com a repetição de polémicas anteriores que nos deixaram um sabor amargo na participação. Temos esta tendência para comportar-nos mal sempre que saímos de casa, é uma pena. Mais uma vez volta a ser um problema de chefia. Em todos os casos anteriores foi a falta de organização e coordenação que potenciaram os problemas, o que pode indicar falha grave nas escolhas que fazemos de quem nos dirige nestas coisas. Por mim, já me arrependi de ter vindo logo para aqui teclar quando ouvi o Marco Fortes falar na caminha depois do seu falhanço, mas apenas porque fiz parte do coro onde estiveram os dirigentes que não souberam tratar internamente a questão, a mim, competia-me brincar com a situação. Mais uma vez, que os erros nos sirvam de aprendizagem e já agora, vejam lá se da próxima vão mais bem vestidos.
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22 agosto 2008

Tua fora dos carris

Porque só agora se descarrila no Tua? Não acredito na teoria da conspiração, quanto aos acidentes na linha e a sua relação com os interesses na futura barragem, porque é mau de mais para ser verdade. Proponho antes que se sigam análises comparativas de linhas com as mesmas características para se verificar o que nelas é diferente. Por exemplo, houve hoje uma questão que retive, enquanto via aquela espécie de autocarro , empoleirado em cima daqueles carris e depois vi os seus interiores vazios, com muito espaço para lugares em pé. A diferença que encontro, não comum a todas as outras, é uma questão de peso e volumetria. Fica a ideia que se trata de um veículo leve com uma deficiente relação com o volume. Em principio, composições únicas em circulação só conheço aquelas famosas automotoras de passageiros e essas como se sabe são mais compridas e baixas, e bastante mais pesadas. As outras são aquelas locomotivas robustas com uma tonelagem de respeito. Se existirem pequenos desnivelamentos provocados pela desagregação do lastro da linha, será muito mais fácil a composições pesadas, como eram os comboios antigos que lá passavam, fazerem com o seu peso o ajuste necessário para que não haja trepidação do carril. Com aquela (provável) falta de peso e fraca lotação, e deficiente aero-dinamismo, talvez não seja um veiculo com grande capacidade para se manter seguro se houver alguma irregularidade na suspensão da linha, conjugada com ventos laterais. Foi esta ideia de uma certa falta de robustez que me transmitiu a imagem que vi.
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Reedição: Dito isto, talvez não seja por acaso que ouço agora o Presidente da C.M.Mirandela perguntar à Refer e à Metro se aquele será o tipo de veiculo indicado para aquela linha.
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20 agosto 2008

Queiroz e os Jornalistas

Reeditado. Pela foto, por motivos óbvios.

Já lhe desculpei o chá que em tempos tomou com Cavaco nos jardins de S.Bento, numa demonstração de amizades antigas e que este aproveitou soberanamente através de reportagem com jornalistas e tudo. Sou então dos que entende que Carlos Queiroz já deveria ter regressado há mais tempo a Portugal porque os resultados da revolução que fez no futebol jovem chegaram ao fim, com o fim da carreira dos grandes jogadores que lançou. Não lhe peço melhores resultados do que Scollari teve, peço apenas que não se deixe influenciar pelos ambientes que facilmente se criam à volta do nosso futebol, quer pelos jogadores, quando mal dirigidos, quer pelos dirigentes, alguns já dinossauros com muito más provas dadas, mas também pela Comunicação Social. Refiro como exemplo esta polémica logo de entrada: uma maioria de jornalistas, deu-se ares de mal tratada pelo seleccionador e exigiam ser informados como entendiam sobre a convocação dos jogadores, e parecem não estar muito pelos ajustes de novos formatos. Ontem continuava a ouvir na TV argumentos anti-Queiroz, por um daqueles comentadores que é muito convidado, ainda mesmo antes de Queiroz ter sequer dirigido o primeiro treino. Isto parece configurar que existem enormes interesses à volta das notícias do futebol que têm que ser afanosamente alimentados por todos, nos media, revelando laivos de corporativismo porque não vejo contradição, sem que se tenha a noção, ou que se importem com os efeitos que isso produz na estabilidade do trabalho de técnicos e atletas.

O respeito que me merece a actividade de informar não implica que tenha que concordar com os métodos que mais não fazem do que pouco a pouco ir criando os factos, que vão levando à notícia, que é preciso continuar a dar no futuro. Revoltem-se contra a falta de independência do patrão que lhes paga e lhes corta essa liberdade de acção que vemos todos os dias, não contra os actores que estão no palco.

As próximas semanas dirão onde nos leva esta espécie de braço de ferro. Prescindirá Queiroz de querer fazer as coisas como acha que deve, sem que isso tenha que ser menos respeito pela actividade de informar?
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18 agosto 2008

De olhos em bico - IV

Caro Marco Fortes. Quando ouvi as tuas declarações e as transcrevi aqui, foi mais pelo estilo descuidado, é certo, e pela graça que provocaram aqui em casa, do que para te acusar de falta de espírito olímpico, porque não conhecendo o teu esforço não a posso medir por uma simples mas infeliz declaração. Verifico agora que o assunto já está a dar polémica com acusações a alguns atletas e com muito falatório pelo burgo. O teu azar foi não termos ainda alguma medalhita para por bandeiras à janela, porque tu sabes como isto funciona. Oxalá que saia mais do que a prata da Vanessa, porque de outra forma, dá-nos a depressão e começa tudo a investigar as origem do falhanço, esquecendo todos que durante quatro anos os olímpicos objectivos deste país foram o futebol e a cor dos apitos, e que no Ensino mal nos entendemos como fazer estudantes, quanto mais como fazer atletas.
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16 agosto 2008

Alcochete, já!

Alguém inventou um percurso novo hoje. Nunca tinha visto uma aproximação à pista da Portela desta forma. A aproximação faz-se normalmente por cima da Penha de França, mas hoje quase vimos os passageiros no Boeing que não devem ter achado graça à inclinação da curva que foi preciso fazer para corrigir o alinhamento com a pista, já com os edifícios à sua vista para lá da Praça do Areeiro, depois de ter feito quase uma paralela pela Av. Almirante Reis e estar a apontar para a Av. Gago Coutinho. Por sim e por não, despachem-se lá com Alcochete!
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De olhos em bico - III

Meu caro Obikwelu. Os portugueses já estão habituados à simbologia das nossas participações olímpicas. Não é por achares que falhaste o teu projecto e não teres concretizado as nossas aspirações de nos conseguires uma medalha, que os portugueses te vão deixar de acarinhar. Aquilo que mais apreciamos, é gente que o faça com o empenho que tu demonstras, através da vergonha que te deu para achares que nos deverias pedir desculpa. Sabemos que o teu coração é verde neste momento, isso desculpamos nós, porque sabemos que se espreitarmos lá dentro ele é também vermelho. Aquilo que não te perdoamos é se deixares de competir por achares que não consegues ser o melhor. Só não te perdoamos isso.
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Nacionalidades, Etnias, Clubes.


Lido aqui no: Pensamentos, mas não deixe de ler o artigo no DN porque este, já é um extracto do extracto.

A minha amiga estava triste e exasperada porque fora publicamente apelidada de Racista. Foi assim. O Banco tinha uma fila única para três caixas de atendimento. Chegaram duas moças e colocaram-se junto de uma caixa. Foram avisadas cordialmente que tinham de ir para o fim porque existia “bicha” única. Saíram risinhos sarcásticos, claro! Mas inamovíveis e risonhas, continuaram prontas para passar à frente de todos. Quando a caixa ficou livre, atacaram. Gera-se a confusão com quem estava à espera, até que foi preciso explicar a alguém em voz alta que as culpadas eram aquelas duas meninas: - Quais? - Aquelas duas meninas brasileiras que ali estão, que não perceberam que tinham que respeitar a sua vez de ser atendidas.

Pronto! Caldo entornado. A partir dali a minha amiga já não se sentiu à vontade de sair para a rua com tanta acusação de: - Racista! Tu é uma racista! Sua racista.

Que injustos são tantas vezes os brasileiros connosco depois de nos chamarem toda a vida de, “padeiros”. Somos na Europa o povo com menos episódios de racismo. Para completar veio-me então à memória aquele relato do Mário Crespo e a polémica gerada com a resposta do Embaixador Brasileiro. Que comportamentos ditam quem é Racista? Que atropelos deveremos silenciar para evitar sair acusados de Racismo? Que estratégia deve um cidadão atónito e alheio a todos estes ódios seguir, sem que tenha que anular a sua conduta cívica? Peçam-nos os homens honestos de qualquer nacionalidade, etnia ou clube tudo, menos o silêncio ou a proibição da identificação de qualquer “besta”, só porque ela é de outro clube, tem outro tom de pele ou sotaque. Silenciá-lo, isso sim, é que pode configurar a existência de Racismo pela manutenção permanente desse crivo. E os telejornais começam já a reflectir esse problema, escamoteando dados dos factos, que muitas vezes só identificamos se existem imagens. Não confundam a interpretação com a verdade da notícia. Quem a relata só tem que se ater a uma delas, e parecem-me estar em causa alguns principios por sossobrarem ao arremesso do Racismo como chantagem.
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15 agosto 2008

De olhos em bico - II

Marco Fortes, depois do lançamento do peso a 18,05 metros, 37º lugar entre 45 concorrentes:

- Ehh nã!..., ê de manhã já cheguei à conclusão que só tou bem é na caminha...
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12 agosto 2008

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Intervir na Habitação

Na Área Metropolitana de Lisboa existem 213.000 casas para vender e não estão incluídos os 4681 prédios inteiros devolutos só em Lisboa, dos quais 322 são da Câmara, o que daria mais umas boas dezenas de milhares de casas habitáveis. Resultado: um mercado distorcido e empolado que têm favorecido este caos na habitação, enquanto os nossos filhos se vêem obrigados a ir morar para o “Samôco”. Se o mercado não funciona o que se espera para intervir?

Instabilidade no Cáucaso

Quem deu o primeiro passo? E o que fazem os americanos à porta dos Russos? Porque razão é americano o material bélico Georgiano? Putin pergunta: Porque é Genocídio se for um Saddam e não é se for Saakasvilli. É uma “invasão inaceitável no século XXI” claro, mas porquê só esta Senhor Bush? E porque deve merecer mais credibilidade o que diz Bush do que o que diz Putin? E entre um e outro não é melhor que venha o diabo e escolha?
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(Reeditado para deixar link para este artigo de Vicente Jorge Silva, nos Blogs do Sol. A ler.)
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Mapa RTP

De olhos em bico.

Atenção portugueses! Andamos a ser "repescados". Sabíamos o que temos andado a ser, mas ... repescados? Francamente!
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10 agosto 2008

Sem Rei nem Roque

As cidades são um conjunto de interesses e usufruto tão colectivos que só alguns individuais se lhes deveriam poder sobrepor. Estão nesta situação, o panorama visual criado pelo conjunto arquitectónico dos edifícios que formam algumas das artérias e praças de Lisboa. A Praça do Areeiro por exemplo, toda edificada na mesma traça em meados do século passado, deveria obrigatoriamente ver as sua manutenção feita de uma única operação, apesar da estratificação da sua propriedade. O resultado é este: acentua-se o desleixo e a degradação do restante e descaracteriza-se tudo. Imaginam a Praça do Comércio ou a do Rossio pintadas a prestações? Não faz nenhum sentido e estes são pequenos pormenores que evidenciam a nossa falta de organização colectiva, aqui ao nível das cidades. Produzimos legislação trolha e somos muito maus em coisas simples. Temos medo do rigor e adoramos as meias tintas. Pintem aquela porra duma vez!
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07 agosto 2008

Um silêncio angustiante.

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Retirado daqui, do Ponte Europa.
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O projecto "Magalhães"

Carta a um amigo a propósito do email que já circula por aí:

Caro Amigo. Ok, é verdade, também não concordo com o formato de apresentação do novo portátil para as crianças, o “Magalhães”. Foi espalhafato a mais. Mas em função do objectivo, concordo em absoluto com o conteúdo do projecto. Importar-me-ia com toda a história paralela ao Magalhães e as denúncias sobre a Intel que se fazem no email, se houvessem por ali dinheiros sangrentos dos povos, ou da droga, ou coisas afins menos éticas, o resto são as competições internacionais das empresas das novas tecnologias, as quais são todas iguais, os processos não serão diferentes de umas para outras, o objectivo é o lucro e não o bodo aos pobres, sabemos disso. É verdade que ele não é português, é montado em Portugal, mas eu fui um dos atentos que não me deixei enganar, porque estava a ver a Intel também na assinatura do projecto, mas muita gente terá entendido aqueles 100% de uma outra forma. Sobre isto aliás há um comentário num daqueles link que nos pergunta se há algum Peugeot, Mercedez ou BMW que seja integralmente fabricado no país de origem, os blocos de motor são fundidos no Japão, as cabolagens e os moldes em Portugal e outras peças noutros países e finalmente o carro é montado num único sítio. Depois, este email com tantos link para consultar, dez (!), talvez tenha sido aprontado por quem está muito por dentro do problema, o que pode configurar-se como sendo algum dos operadores da área que não tenha sido contemplado, ou apenas alguém com vontade de o criticar.

Subscrevo aquela parte do mesmo comentário que diz: “...Mas em Portugal é assim infelizmente, se houver alguém que tente fazer qualquer coisa de diferente é criticado porque faz, se não faz é porque não tem ideias. “

Quero continuar a preservar a minha capacidade de poder criticar, mas para isso tenho que saber distinguir quando devo ou não. Andar a esmiuçar para arranjar uma forma de dizer qualquer coisa, não me parece ser a melhor atitude. Lembro-me do Ciência Viva, do tempo do Guterres, um dos projectos mais interessantes que se fez em Portugal na área da Ciência, porque envolvia e motivava as crianças, um projecto a longo prazo, pois a Direita queria que aquilo falhasse e quando foi Poder logo fez os possíveis para lhe cortar verba. Nós somos assim, incapazes de procurar a parte boa das coisas, o nosso adversário não pode ter boas ideias, por isso é que falhamos. Uma das características mais dramáticas do povo português é a inveja, somos terrivelmente invejosos e não nos apercebemos disso porque o misturamos com as nossas opções políticas ou modos de vida. Desconta lá a demagogia à volta do projecto e olha para ele de outra forma. A acusação não é para ti, porque sei que não és invejoso.