29 outubro 2008

Allende e o 11 de Setembro

Uma das mais lindas crónicas sobre Allende e o Chile, o 11 de Setembro e os Americanos. Do melhor que tenho visto. Vale a pena.

"Este filme, suportado pela inquestionável verdade da História, encerra ironicamente uma demolidora metáfora. A esta distância de décadas, e, na actualidade, no confronto com a ignomínia dos actores principais que provocaram a actual crise financeira, ou que, num passado recente, destruíram um país, numa guerra baseada na mentira, já é possível, aos mais incrédulos, identificar quem são os verdadeiros mártires e os verdadeiros vilões."

São palavras do Alexandre a quem agradeço o envio deste admirável documentário.
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28 outubro 2008

Os Lopes & Arnaud's

Se há uma memória curta estranha neste povo, é aquela que lhe permite aceitar figuras políticas recauchutadas, depois de fazerem em penitência as chamadas “travessias no deserto”. Elas são assim como uma espécie de purificação pelo isolamento, em reflexão, a que alguns figurões da nossa política doméstica se sujeitam, antes de voltarem para baralhar e dar de novo. É um espanto verificar como eles próprios sentem a chegada desses momentos da retirada, e como os seus pares os esquecem durante esse período de branqueamento, não falam deles, nem os citam, e muito menos os acompanham, não aparecem nas revistas cor de rosa, nem nos barbecue da sealy season e muitos, nem nos congressos. Hibernam. Não existem.

De repente, começamos a vê-los no canto da foto como se lá tivessem estado sempre. Depois aparecem a sair de uma reunião, em seguida já vão ao Congresso e finalmente, aparecem na TV a comentar como se nunca tivessem saído.
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Nós é que já andamos vesgos. A ver mal e a precisar de fósforo para este envelhecimento precoce. Qual quê?! Espantosas são estas sete vidas!
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24 outubro 2008

"The World According to Monsanto"

A Terra e a Humanidade já foram conduzidas pelo homem a coisas terríveis como o Nazismo, o Fascismo, o Holocausto, a Poluição, etc., mas a esperança é sempre não deixarmos que essas monstruosidades se voltem a repetir. O problema, é que esses males voltarão noutros formatos perversos para causar desgraça e encontrarão sempre entre nós gente desatenta que os ouve.
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Acabo de ver um documentário verdadeiramente aterrador para a Humanidade e para o Planeta, no DOC Lisboa, sobre o poder da industria de biotecnologia Norte Americana, consubstanciada na Monsanto, a tal empresa dos Transgénicos, os OGM. À semelhança da crise financeira actual vinda daquele lado do Atlântico este, é mais uma vez um problema derivado da ganância pelo lucro à escala global e da falta de controlo da/na sociedade americana que limita o seu escrutinio ao voto, e mesmo esse é com os resultados que se conhecem. Tenho pena que este filme não passe em horário nobre em todas as televisões do Mundo porque a sua mensagem é de tal forma urgente que é preciso que todos conheçam o mal que se estão a fazer às sementes que nos alimentam, e tudo isto com a conivência e a mentira dos governantes americanos, conforme provam os excelentes documentos que esta realizadora francesa nos mostra. Julgava que conhecia este problema, mas fiquei boquiaberto com o universo da maldade por detrás dele. Fixem este filme e esta Realizadora: Marie-Monique Robin, porque talvez ele tenha o mesmo impacto da “Verdade Incoveniente” de Al Gore.

Entretanto por cá, vamos tendo gentinha desatenta e preocupada com a destruição de meia dúzia de pés de milho transgénico lá para o Alentejo, só porque a lei é assim, mas é assim que o problema está a ser criado e não sabemos se desta vez haverá retorno.

Procure esclarecer-se, a informação está toda na Net. É urgente criar uma forte corrente de opinião à escala global. Por mim estou a fazê-lo. Deixei em cima um resumo pequeno comentado pela realizadora, mas fica aqui o total do filme encontrado no Google. Mesmo sem legendas, clique e veja:
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Mas basta fazer uma pesquisa a transgénicos, para obtermos estas reacções por aí:
Etc.
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19 outubro 2008

A Praga dos Pombos

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Os responsáveis por nos livrarem da merda de pombo e pela manutenção a nível suportável, segundo os padrões de higiene urbana inscrito nos programas de candidatura - que não cumprem - ainda não perceberam que não é gastando o dinheiro em milho caro jogado fora nas suas praças, que resolvem este problema do merdelim de pombo? Informem-se Sexas como se faz e verificarão que não são programas angélicos, caros em esperas e prejuízos, que resolvem a questão. Alguém os está a enganar e a ganhar. Para Sexas este é um não problema porque não vivem em bairros populares onde grassa a degradação. O problema, é que para seu sossego e nosso mal, a porra dos populares já se habituou a tanta caca, e o deficit de cidadania que os mantém em silêncio dá imenso jeito.

Que medo têm do tratamento que Beja lhes deu, que é aquele que recomendo há muito? Os pombos já são uma praga e as pragas têm um tratamento, e a CML não sabe combatê-la. Lisboa, para além dos devolutos e grafitis, é também deste ponto de vista, uma cidade decrépita pela degradação nojenta de tanta caca nos parapeitos, nos carros e nos passeios. Não me digam que não sentem no Rossio o cheiro do merdelim ensopada quando caem os primeiros chuviscos? Provavelmente não, porque Sexas não o sabem reconhecer, mas aquilo é cheiro de merda molhada!... Fui malcriado com Sexas, concordo. Retiro a merda, a caca, o merdelim e substituo por excremento. Perde o impacto mas ganha em polimento.
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Amplie para leitura. Recorte obtido do jornal "O Metro".

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18 outubro 2008

O Zé Calmeirão

Estando perto ou estando longe,
Tu pra nós estás sempre à mão...

Porque és o Zé Calmeirão!

Seja cedo ou seja tarde,
Tu nunca dizes que não...

Porque és o Zé Calmeirão!

Mesmo que não seja muito,
Tu dás-nos sempre o teu pão...

Porque és o Zé Calmeirão!

Nunca te vimos zangado,
Nem cor de camaleão...

Porque és o Zé Calmeirão!

Vens mesmo que não te apeteça.
Nem que saibas quantos são...

Porque és o Zé Calmeirão!

Gostamos de ti assim,
E vês isso em nós. Ou não?

Porque és o Zé Calmeirão!

17 de Outubro de 2008

17 outubro 2008

Os Contentores em Alcântara

(Reeditado para inclusão de link de audição)
Os Lisboetas andam mais preocupados com as ondas de choque da crise financeira do que com negociações herméticas sobre o futuro da cidade, mas elas vão penalisar mais do que o problema dos buracos que os atormentam hoje. Só uma percentagem diminuta se está a aperceber do enfeudamento que a renegociação do contrato da exploração do terminal de contentores em Alcântara, vai originar. Para além das dúvidas sobre a forma como tudo se está a passar, segundo as notícias dos links:

PSD acusa Governo de favorecer empresa da Mota-Engil com concessão ilegal.
O Governo e Jorge Coelho.
Secretária de Estado defende negócio com Liscont.
PSD acusa Governo de beneficiar empresa da Mota-Engil.
Liscont e APL assinam contrato para alargar concessão.
Cidadãos por Lisboa.

será também mais uma machadada nas aspirações dos lisboetas quanto ao usufruto das margem do Tejo, a tal Zona Ribeirinha. O Governo poderá estar a atascar a Câmara de Lisboa e os lisboetas ao assinar este contrato, e mais, se tiverem de haver indemnizações milionárias, devido ao repensar de toda a estratégia para a margem que obriguem ao cancelamento do contrato. E é agora que cabe perguntar: quem vai preso se isso acontecer? Ninguém como de costume. É que estamos fartos de assistir a esta espécie de negócio paralelo que são as indemnizações por quebras de contrato. Uma coisa é certa, serão Lisboa e os lisboetas que perderão com as coisas feitas desta maneira. Não me custa desta vez concordar com o PSD, perante tanta dúvida porque não cede o Governo e torna as coisas transparentes? Helena Roseta disse ontem, atónita na SIC, que já não sabe o que pode fazer mais. Foi desta forma, ouça AQUI.
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13 outubro 2008

Lisboa em Debate.

... a que não quero,

... e a que não gosto.
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Aos "Cidadãos por Lisboa": Estão ligitimados pelo meu voto para, em meu nome, apresentarem propostas no orçamento participativo para 2009 que respeitem estes direitos que há muito reclamo.
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11 outubro 2008

DOC Lisboa

Está aí outra vez em Lisboa a sexta edição do Festival Internacional do Filme Documental. São mais de 150 filmes que fugindo à lógica do circuito comercial trazem grandes obras baseadas no testemunho ou na pesquisa dos factos. Só o descobri o ano passado, mas veio para ficar. Sejam rápidos se querem ter bilhete. Por mim vou estar numa maratona de dois a três filmes por dia.
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Podemos ver debatidas questões como esta do filme em que aposto: The World According to Monsanto, de Marie-Monique Robin, 108´ França-Canadá-Alemanha 2008.
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"Implantada em mais de quarenta países à volta do globo, a Monsanto tornou-se a líder mundial dos OGM (Organismos Geneticamente Transformados, também conhecidos como Transgénicos) e uma das mais controversas empresas da história. Partindo de documentos inéditos e dos testemunhos surpreendentes de algumas vítimas, políticos e cientistas, este documentário reconstitui a ascensão de um verdadeiro império económico. A autora revela as estratégias obscuras das multinacionais para mudar as leis nos Estados Unidos – o que permite finalmente camuflar a verdade sobre os efeitos dos transgénicos nos seres humanos."
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08 outubro 2008

Da Realidade à Ficção

"A Galiza, devido aos tempos da penúria tinha achado graça ao Minho e a província já era maioritariamente galega. Os problemas não paravam entre a minoria dos portugueses e a maioria galega do Minho.

Em Guimarães falava-se mais galego do que português, e os galegos minhotos não paravam de reclamar o direito a decidirem do seu próprio destino por serem maioria, reclamando a independência da província.

Andou tudo à chapada e a raiva deu para barbaridades étnicas.

Depois de muito barulho os portugueses vêem-se confinados e obrigados a recuar da província. Os galegos minhotos decidem a independência de parte do Minho, e Guimarães passa a ser a sua capital.

Os portugueses ficam confinados numa linha para cá de Braga. A Comunidade Europeia e outros amigos de porte duvidoso acha que sim senhor, está bem feito e os portugueses vêem assim roubado por apropriação alheia o chão onde viram nascer o país."

Faltou acrescentar na história que havia "alguém" que achava que os portugueses estavam a empreender em segredo uma temerária reedição dos Descobrimentos a partir do rio Douro, e queria estar próximo para os impedir. O incentivo dissimulado dado aos galegos minhotos foi a solução que encontraram. Dali, passaram a poder espreitar melhor os lunáticos dos portugueses.
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O Fim ou o Início?

Não ando com muita curiosidade para ler o que se vai dizendo por aí na blogosfera, numa altura em que a crise financeira, ou do capitalismo, deverá estar a dar tanto motivo para escrever. Mas se houver honestidade no que se diz, a conclusão comum não poderá ser outra que não seja a de que: a auto regulação dos mercados é qualquer coisa em que dificilmente voltaremos a acreditar - voltaremos, aqueles que nela acreditavam!. Parece estar a provar-se que a tal autofagia de que acusávamos o sistema começa a ser verdadeira.

Ouvir Joe Berardo pedir na SIC o fim das Off-shore’s a nível mundial (ONU !), depois de confessar que também lá anda por uma questão de competitividade, dá uma medida da dimensão das alterações a que vamos ter que assistir. Era agora que gostaria de ver alguns fundamentalistas que ouvi, vir a público defender a continuação destes paraísos bizarros. Uma coisa é certa, estamos no fim de qualquer coisa e não me parece que seja só de um ciclo. Se for o início de outra que seja rápido, porque o pior de tudo é a duvida desta espera.
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05 outubro 2008

Ter ou não ter opinião.

Vocês têm sempre uma opinião formada e fundamentada sobre tudo? Isto é, não há nada sobre o qual não têm ou não queiram ter uma opinião pública, ou mesmo privada? Não sentem o desconforto de ter que opinar porque, ou não têm pura e simplesmente opinião porque ela não se formou devido a lutas intestinas ou ausência das vossas confrontações internas com o problema, ou porque não querem mesmo pensar na questão?

Amanhã são confrontados por exemplo, com uma nova lei para regular uma determinada matéria. Mandam as regras da cidadania que o cidadão não se alheie da coisa pública. Apenas pública para regulamentação, mas que pode muito bem ser do foro privado de cada um. A matéria daquela lei nunca vos apelou a algum tipo de opinião, pró, neutra ou contra, por ser até ali como um neutrino quase sem massa que vos atravessou sem darem por isso. Porque razão, não sendo homens do ofício em que é fundamental ter opinião sobre tudo, têm que ter a vossa?

Pergunto isto porque me parece que estamos a atravessar um período em que nos vemos confrontados com o dilema de ter mesmo que decidir em relação a coisas para as quais nos estamos nas tintas. O problema não está na decisão correcta a tomar, porque essa, procura-se nos modelos urbanos de desenvolvimento das sociedades modernas que tendem todas para a homogeneidade e decide-se de acordo com esses cânones, o problema está mesmo é na nossa verdadeira opinião, aquela que ainda não apanhou esse comboio e que subjugamos constantemente ao poder da massificação que nos uniformiza o pensamento colectivo.

Quero dizer com isto que, por força de convivermos com o mercantilismo de tantos ciclos rápidos que a ditadura da Moda nos impõe em todas as áreas das actividades que nos cercam, possamos também aqui estar a ser vítimas desta nova pressão da sociedade que criamos.
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Porque não me quero pressionar, concedo-me o direito de não ter uma opinião sobre isso! Não é a Independência do Kosovo! Embora a tenha.
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