27 abril 2011

O Banco de Portugal e o rega-bofe.


Acho que sim, e podemos começar logo pelo seu Banco, pela responsabilidade que teve no buracão do BPN, incompetência que estamos agora a pagar por não terem sido capazes de detectar aquele rega-bofe. Depois, sabemos que a sua famosa independência se estende ao seu estatuto remuneratório. E ao que levou essa tão virtuosa independência? Ao escândalo dos vencimentos no Banco de Portugal que em 2009 foi assim: “Vítor Constâncio ficará, assim, com os mesmos 250 mil euros de vencimento anual, continuando a ser um dos banqueiros centrais mais bem pagos do mundo. (…) muito superior ao do Presidente da Reserva Federal Norte-Americana... isto num país pobre. Mas aqui, Sócrates vai dizer-nos que isso é Inveja Social.

Estão a ver bem quanto nos custa tão incensada independência. Se isto der para prender há muitos que têm que nos dizer que marca de tabaco fumam.

24 abril 2011

Os Cravos Proibidos

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Cravos Andy Warhol

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A sua Festa foi corrida do Carmo; o Parlamento não lhes abriu a porta; não deixaram que os depositássemos na escadaria; temos um Presidente que não o quer na lapela e para o FMI são como alho para vampiro. Nós, não esqueceremos que inspiraram outras mudanças no mundo quando o viram pela primeira vez no cano de uma arma.
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23 abril 2011

À rasca... mas premiada.

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à Rasca

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Não sei se já vos disse, mas ganhei aqui este 1º Prémio, num Concurso sem grandes pretensões da Associação Abril, no âmbito do Arraial do 25 de Abril que costuma celebrar no Largo do Carmo. O instantâneo foi obtido na manifestação de 12 de Março quando esta jovem desfilava à nossa frente. Foi só aguardar o momento em que olhou para a sua companheira para obter esta bonita expressão e a visibilidade total do autocolante. “Licenciatura: Relações Internacionais” foi o desabafo que fez no momento em que concordava com a utilização posterior da foto.

A propósito dos Manifestos

 ... e de um debate noutros fóruns por onde ando:

Confesso-vos que sempre me foi difícil assistir à falta de entendimentos à Esquerda. É uma coisa antiga que já vem de longe, dos tempos em que construímos parques infantis nas pracetas que não os tinham, ou das lutas pela manutenção das cooperativas de consumo. Sei que ideologicamente a posição em que isto se apoia não é muito sustentável, como não são sustentáveis os meus anseios por verdadeiras revoluções que aguardem o momento oportuno, e enquanto isso não aconteça tudo fazer para que não haja roturas que mudam apenas as moscas que nos inviabilizam a vida dos filhos, para quem sonhamos futuros que não estes que vão tendo. Sei que há pragmatismos que nos saem caros, mas há lutas, por inconsequentes, que nos custam muito mais. E para quê? Para quase nada. Porque nada é o que temos conseguido com a defesa da nossa rica capelinha, uns por convicção, outros por lealdade. Entretanto, um dia destes, estaremos por aqui unidos, mas aflitos, na luta contra uma onda populista que nos afogue, vinda do Poço de uma qualquer aldeia esquecida. Ou seja, uma história com final conhecido. Só uma grande Esquerda se pode opor a isto. É por esta razão que não me agrada o comportamento de qualquer um dos três partidos à Esquerda, cuja lógica de contabilização do voto me parece mercantilista. Perdoem-me o desencanto. Imaginem o que não irá por aí.

P.S. Mas não pode ser agora Marinho e Pinto a pagar as favas. É esta luta suicidária da Esquerda, que nos mantém reféns e espartilhados a culpada de desabafos como aqueles.

17 abril 2011

Nobre: “Passos, quer que esclareça.”

É o último post sobre Nobre! Mas não resisto a mais esta: “Passos, quer que Nobre esclareça termos da sua candidatura”. No Económico de hoje.

Volta a ser oportuno lembrar que a ética e a cidadania não têm representantes únicos. Pois claro, todos sabemos disso! Têm é que ter representantes éticos. Não?

16 abril 2011

Nobre: "Ainda não vi o programa"

O festival Nobre continua: “Sou franco, ainda não vi o programa eleitoral do PSD”. No Público.

Haverá ainda quem o tenha como credível? Nobre atraiçoou o espírito da ética e da cidadania que tentou um dia vender-nos. Está agora definitivamente identificado, por muita travessia no deserto que queira tentar para limpar imagem e não vai voltar a enganar-nos. A ética e a cidadania não têm representantes únicos, claro. Têm é que ter representantes éticos.

15 abril 2011

O Resgate e os desaforos

Começa a ser vexatória a forma como alguns políticos europeus se dirigem aos políticos portugueses nesta questão do resgate. Entende-se que tendo que emprestar dinheiro, apesar de decorrente de obrigações contratuais que subscreveram, não o façam com a melhor das boas vontades, isso é uma questão, outra, é admitirmos que se permitam expressões, comentários e ralhetes, que ao nível das nações é inadmissível. Tudo começa no discurso enrascado de Cavaco perante o desaforo do presidente checo, que já é hoje uma nódoa na nossa representação presidencial, depois, Angela Merkl, Sarkozy, Olli Rehn, Trichet, o Financial Times através de Edward Hadas e agora um individuo que parece ter dito a Passos Coelho que queria ver se não iria pagar na Finlândia o almoço que estavam a comer. Não sei se o fedúncio teria razão e que tipo de resposta lhe deu Passos, mas isso não lhe confere o direito de comentar causticamente a situação portuguesa. Dirão que assim é pagar e não bufar, paciência, é a vida, também nós pagamos cá para os luxos dos deputados dele no Parlamento Europeu e não andamos alfinetá-lo na rua, protestamos na local próprio, o Parlamento Europeu, como fez aqui Paulo Portas. Aos políticos portugueses exigimos mais espinha dorsal e menos complexos e medos, seja qual for a situação de dificuldade que tenham que enfrentar, porque está à vista que os egoísmos nacionais tornam impraticável a Europa em que um dia acreditámos.

14 abril 2011

O Resgate

(...) Em artigo no New York Times de hoje, intitulado «O Resgate Desnecessário de Portugal», Fishman diz que o pedido de ajuda português, depois do irlandês e do grego, «deve ser um aviso a democracias em todo o lado», porque «não é realmente sobre dívida».

«Portugal teve um forte desempenho económico nos anos 1990 e estava a gerir a sua recuperação da recessão global melhor que vários outros países na Europa, mas foi sujeito a uma pressão injusta e arbitrária dos negociadores de obrigações, especuladores e agências de rating », afirma o professor de sociologia da Universidade de Notre-Dame. (...) No Jornal Sol de hoje, referindo o NYTimes.

Nunca é tarde para por esta gente na ordem. Uma ajuda.

12 abril 2011

Nobre: da teoria à prática.

As cambalhotas políticas que se queiram dar na vida são um problema de cada um. Muitos já as deram, e nós todos evoluímos num ou noutro sentido ao longo da vida, e temos a tendência para gostar de quem se chega a nós e detestarmos quem renega o que acreditamos. O que um candidato a político não pode fazer nos intervalos em que procura o voto, é utilizar valores universais como a ética, a cidadania, a independência etc., etc., que vai depois conspurcar com a sua prática, fazendo assim com que as pessoas que chama para esses universos da virtude se sintam defraudadas e cada vez menos crentes na prática efectiva desses valores. Resumindo: vai no sentido contrário quem alguma vez apelou a eles e os traiu com os apelos da sua vaidade. Nobre acaba de provocar um imenso rombo na ética e na cidadania que tão ufanamente tentou usurpar a Manuel Alegre, acusando-o de não ser dono delas. Pois, de facto não é dono delas, mas continua a dar provas de ser um dos seus melhores guardiães. O castigo que Nobre está a sofrer politicamente é o resultado de ter utilizado indevidamente esses valores para promoção pessoal.

11 abril 2011

Dr. Nobre: uma fraude.

Não há quem não se engane alguma vez na apreciação que faz dos outros. Por excesso ou por defeito, a avaliação que um dia fazemos de alguém pode vir mais tarde a ser um erro tremendo, por confiarmos na nossa capacidade de interpretar sinais e descurarmos muitas vezes a análise com base em critérios mais objectivos.
 
Com o Dr. Nobre, foi a AMI e o seu percurso na assistência social que serviram de máscara e nos criaram a predisposição para tolerar o que não devíamos. Confirma-se agora através desta sua entrega ao PSD que ele entrou mesmo naquela campanha para inviabilizar a candidatura de Manuel Alegre, revelando-se afinal um embuste, uma enormíssima fraude. Que pensará dele agora o clã Soares? Continuarão a tomar chá?
 
Há neste momento muita gente a dizer que gostaria de perguntar ao Dr. Soares o que pensa ele disto. O último foi Louçã. O Dr. Soares não vai dizer que foi enganado, irá continuar a fazer um ar de sonso até que apareça mais um prefácio de um Indignez-Vous! que o traga à tona, ou um FMI que lhe permita brilhar um pouco. Deveria terminar o texto a escrever sobre Nobre e não sobre Soares. Não foi por acaso. Assim, como diz o povo, as coisas da política metem nojo mesmo se os actores são os que mais encarniçadamente defendem a sua moralização.

10 abril 2011

Cobrir a Assembleia de cravos.

Não sei se a ideia não terá germinado aqui num desabafo de Ana Paula, em A Nossa Candeia, mas foi aqui que a li em primeira mão. O comentário de uma amiga neste post alertou-me para a qualidade da proposta. Apareceu depois Miguel Miranda a comunicar-nos que iniciou o processo aqui, e no Facebook, no Grupo de Apoio às Celebrações do 25 de Abril na Assembleia da República. Mas há ainda quem tenha também proposto outra iniciativa: um “sit-in”: encher a zona de festa no dia 25.


É bem provável que aconteça mesmo e a Assembleia venha a ficar mais bonita com os cravos do nosso descontentamento. Seria uma boa resposta. Uma resposta à altura dos cravos com que fizemos a Revolução.

07 abril 2011

O FMI, o PEC e a Perca

Continuamos na dúvida, quanto aos objectivos que se conjugaram para rejeição das medidas que estavam programadas no chamado PEC IV. À Direita, sabemos que era o que queriam, apesar do PSD ter dito cá dentro que o fez pelos pobrezinhos, mas lá fora, ter dito depois que não era suficiente, à Esquerda, sabemos que não era o que queriam, logo, quem perdeu hoje foi ela, porque não só não nos conseguiu fazer a revolução como permitiu a entrada do FMI. Eu percebo o que dizem, camaradas, claro, tudo aquilo era recessivo etc., etc., mas era preferivel estar hoje na expectativa das coisas se resolverem de outra forma, do que estar hoje com as expectativas que o FMI nos dá, a permitir a entrada dos homens do fato preto, porque já os conhecemos.

E o que diz o cidadão da rua? “Não queriam o PEC? Agora é que as coisas vão ser a sério… da outra vez custou menos, mas agora a perca vai ser maior”.

06 abril 2011

Os requintes do SPAM


Um tal Jack Stone, entrou aqui num post dos idos de 2008: A Justiça e a Lei da Rolha, e deixou a propósito do tema tratado, o seguinte comentário: “It is the people who must be pleased with the court which is practiced in Portugal”. Como aquilo fazia sentido reli o texto e de facto lá algures escrevi: “É o povo que deve estar satisfeito com a Justiça que é praticada em Portugal”. Não resisti e fui ver quem era aquele Jack Stone – que era o objectivo dissimulado – que me sublinhava em inglês uma frase e a deixava em comentário. Mas... ops! Tratava-se de uma página de cigarros electrónicos. Tenho o hábito de não abrir links de que duvido mas devo reconhecer que desta fui enganado, porque bem feito, por um conjunto de técnicas que refinam o spam. A coisa não é nova, eu é que não lhe tenho aberto a porta, mas é um espanto o que ele faz para passar as barreiras!

04 abril 2011

Ataques ao 25 de Abril

Não bastava a decisão de não realizar as comemorações oficiais do 25 de Abril, na Assembleia da República, a casa da Democracia e temos agora mais uma: a não autorização das comemorações populares, no Largo do Carmo, o largo onde se fez Abril.

Sabemos que as comemorações oficiais sempre foram para alguns um frete e esta foi uma boa oportunidade para não fazê-las, porque a vontade era pouca e assim não há a polémica da falta do cravo na lapela. Já a não realização das comemorações no Largo do Carmo, segundo relatam os comerciantes da zona, é que não lembram ao diabo. A estória ouvida na esplanada é esta: O fontanário do Largo teve há algum tempo atrás uma rotura na canalização junto à base. Num processo à portuguesa, de jogo do empurra, aquilo esteve por ali a jorrar água para a escadaria do Convento, à espera que alguém se dignasse. Ainda num processo à portuguesa, aproveitou-se e deixaram-se os W.C. públicos fechados, que assim sempre se poupa mais uns trocos em água e pessoal de vigilância. O povo e o turista enrascados que se lixem, previnam-se em casa! E quem será o responsável por isto? Ainda à boa maneira portuguesa, ninguém! Argumenta-se agora, estranhamente, com a segurança do local e do fontanário apesar de firme e hirto como se vê na foto, para não autorizar ali as comemorações habituais, mas as queixas locais que ouvimos na esplanada, é que há uma questão de prepotência a que não é estranha a ligação a alguma nobreza ainda residente no bairro e a uma classe social que nunca lá tolerou o 25 de Abril mais o “raio daquela chinfrineira popular”.

Derrotar as Agência de Rating

Para derrotar estas novas agências da usura, só temos que exigi-lo de uma forma clara, veja como neste link, e se o quiser fazer, atente nesta multiplicação sucessiva se for feita através de apenas seis dos nossos contactos:

1ª - 1 x 6 = 6
2ª - 6 x 6 = 36
3ª - 36 x 36 = 1296
4ª - 1296 x 1296 = 1 679 616
5ª – … = !!!!

Ao fim de quatro passagens, seremos perto de 2 milhões! Basta passar o link a seis amigos de confiança que da mesma forma não concordem com o que está a passar-se com este novo negócio financeiro e rapidamente poderemos fazer chegar esta Petição onde nos propusemos:


Não concorda com isto? Então força, vamos assinar e multiplicar:

http://www.peticaopublica.com/PeticaoListaSignatarios.aspx?pi=P2011N6501

03 abril 2011

A Esquerda: Ponto de partida.

Reeditado.

Não posso deixar de partilhar convosco, esta excelente reflexão sobre a Esquerda que precisamos no momento actual. Enquanto lia este documento, esteve sempre presente este encontro no Teatro Trindade tão causticado por alguns, apenas e só porque não estiveram lá e não o perceberam. Foram apenas guiados pelo mais preconceituoso sectarismo e dessa forma perderam a possibilidade de entender um momento da vida da Esquerda que anda por aí pronta para eclodir um dia destes. Assim acredito.

Reeditado para esclarecer que JPN foi um dos bloggers que escreveu aqui no Alegro Pianíssimo lutando pela Candidatura de Manuel Alegre à Presidência, onde também tive o privilégio de estar. Este texto, enquadra-se perfeitamente no espírito que foi o daquela campanha, que tenho a certeza não foi em vão e um dia verá o reconhecimento de uma maioria de portugueses, porque o sectarismo vai ser visto como uma grave doença política.

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