26 fevereiro 2011

197? Passarinhos...

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Pronto está bem, sei que é música lamecha, mas isso... é um pouco de preconceito. Não há pachorra, dizes tu. Sim, mas faz intervalo, a intenção é boa tem lá paciência, estás a trabalhar? Desliga o telefone para não aturares credores e o écran do PC para não veres o gráfico do petróleo, mais a guerra dos fedayeens, que ainda pifas antes de tempo. Recosta-te um pouco, apoia a cabeça, fecha os olhos e esquece que estás a ouvir música lamecha. Não é mariquice se voltares a ouvir.

Valeu? Tinha melhor mas esta tinha psarinhos… Podes voltar à crise.

22 fevereiro 2011

Erva daninha

É a representação desta política demagógica de caca com actores medíocres, que nos faz sonhar com praças Tahrir que sublimem e depurem a Democracia.

Agora, em caça ao voto, dizem que querem o que antes aqui recusaram para que se confirme que a política assim é uma merda. Precisamos de uma revolução árabe que se imponha às mentalidades destes viciosos democratas. A política, tal como a conhecemos, corre riscos neste mundo de pobres em ebulição, porque agora descobriram que podem derrubar quem quiserem, e são estes comediantes que se divertem e a quem ainda por cima pagamos, que serão os responsáveis pelo que acontecer por ai um dia destes. São erva daninha que se camufla como relva e subverte o jogo que nos cansa e desespera, sem que saibamos porquê.

19 fevereiro 2011

Achas para o 12 de Março.

Entenderá o povo que vota PS/PSD, a recusa em concordar com o BE, PCP e CDS, na limitação dos salários dos gestores públicos, não votando favoravelmente esta proposta apresentada na Assembleia? Duvido que entendam, e até perceberá que esta recusa configura a sua protecção aos homens-de-mão que normalmente preenchem aquelas cadeiras douradas principescamente pagas. Dizem que o critério deverá ser os objectivos. Quais objectivos? Os prejuízos que apresentam? Ou as perfomances que conseguem graças a regimes de monopólio ou em situações de privilégio no mercado? Estarão convencidos que deixaria de haver candidatos, gente de bem e com capacidades - porque elas não são privilégio de meia dúzia - que aceitasse ganhar o mesmo salário do Presidente da República, para as gerir? É a manutenção destas mordomias, que contrastando com o que se passa na base da pirâmide salarial destas e outras empresas, que justifica o aparecimento e o êxito de uma nova canção de intervenção. A geração dos Deolinda, com o seu pragmatismo e sem ideologias, pode muito bem ser a nova mudança que o homem da rua reclama, se tiverem em conta os perigos do aproveitamento de maiorias silenciosas. Mas é preciso que não se esqueçam depois dos rostos que pretenderam manter a partilha de privilégios iníquos.

É perigoso, apesar de estarmos na Europa, o autismo político que não sabe dar sinais de que está a entender o sentido das revoltas surdas que por aí vão, e que se congeminam agora virtualmente num clique. Apetece-me pedir-lhes que venham ler o pensamento que escreveu o filósofo José Gil na Visão, e que mantenho aqui ao lado no sidebar deste blog.
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Imagem de Ricardo Coelho, em Olhares.com

14 fevereiro 2011

Biblioteca Mundial

As ferramentas de investigação que a Net põe à nossa disposição não param de nos surpreender. A cada momento recebemos mais uma que permite saber quase tudo. É o caso desta Biblioteca Mundial da ONU, uma iniciativa da UNESCO, em 7 idiomas: árabe, chinês, inglês, francês, russo, espanhol e português, sem necessidade de registo, em www.wdl.org. É um espanto e de uma grande utilidade para investigadores, professores e alunos, tanto mais que não é um processo fechado, está em crescimento e tem possibilidades ilimitadas para recepção de textos e imagens.

Como teste, resolvi pesquisar por uma mapa de Portugal que incluísse a praça de Olivença, que não tenho encontrado em nenhum alfarrabista, porque o processo histórico se encarregou de eliminar os vestígios da realidade anterior. Não só o encontrei, como o encontrei foi feito por espanhóis… Explore e guarde este link que vale a pena.

12 fevereiro 2011

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Lítio, a nossa riqueza.

Portugal pode vir a ser rico? Pode. Mas teremos capacidade de fugir ao anátema dos países do Terceiro Mundo que têm a matéria-prima mas não a possibilidade de a tratar? Vamos instalar uma fábrica de baterias, temos a matéria-prima, mas são outros que a fornecem. A noticia aqui.

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11 fevereiro 2011

O autismo cívico

A cidadania, como qualquer outra boa prática, não se anuncia, pratica-se. Não basta protestar, o que é preciso é actuar mesmo, sair da letargia, fazer com que as coisas aconteçam! Mas infelizmente, é neste problema com que esbarramos nas pessoas, sendo nos amigos, onde isto mais nos entristece. Eles não participam, não aderem, fingem não ler, não ouvir, não saber. Tudo, menos estar a par de forma a terem uma escapatória.

O exemplo mais recente que tenho, tem a ver com uma Petição Internacional pela Regulamentação das Agência de Notação (Rating), é uma petição portuguesa da qual tive a honra de ser um dos co-promotores - aproveito para deixar aqui o respectivo link:
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Convidei então a quase maioria dos meus contactos a aderirem, tenho lá neste momento quatro subscritores amigos e duvido que poucos mais se juntem. O que se passa com eles? Se fosse uma Petição por causa do reumático das formigas, como as que me enviam, teria outra atenção? Amanhã vou receber deles mais uma catrefada de correio, com os mais estranhos disparates e nenhum terá comparativamente mais valor do que o meu, sem resposta. No entanto, vão continuar a entupir-me a caixa da correio…

Eppur si muove!

10 fevereiro 2011

Veredicto: Culpados!

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A negligência tem que ter limites. O estranho caso da idosa que permaneceu morta durante 9 anos no seu apartamento, na Rinchoa, só descoberta quando o novo proprietário se preparava para a despojar do recheio onde ela se incluía esvaída dos fluidos corporais, sem que as autoridades tenham permitido arrombar a porta para despistar essa hipótese, deve ter um culpado. Tem que ter um culpado. E não devemos culpar disto nenhuma das corporações intervenientes, porque isto roça a bestialidade individual que entronca na tal falta de civismo, sempre alicerçada na chico-espertice de quem enverga uma farda, e se sente pairar acima de qualquer civil que precise dos seus brilhantes raciocínios e clarividências de espírito.

Mandaria o mais elementar bom senso, que aquela senhora - a vizinha que em vão tentava entrar em casa da infeliz idosa - fosse tratada com a probidade que qualquer cidadão merece, porque é tão lógico, que são os próprios vizinhos os que detêm a informação mais privilegiada de cada habitante local, pelo conhecimento dos seus hábitos diários, que não se percebe a arrogância do pensamento de tão iluminados muares - para não os promover na adjectivação - ao acharem que não valia a pena porque não cheirava mal. Não lhes cheirava mal, a eles, porque não há cavalgadura que reconheça o seu próprio cheiro. Deveria cheirar mal e bem mal… Leia a notícia aqui.

05 fevereiro 2011

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Egipto ou Egito?

Sou um pró Acordo Ortográfico, mas como vêem ainda estou como o Saramago: os revisores do texto que tratem disso.

Vem isto a propósito da opinião acerca dos acontecimentos no Egipto que, olhando para os convites para me solidarizar e para as opiniões que por aí são expressas, me fazem sentir um pouco Maria-vai-co-as-outras, sem saber o que dizer sobre a questão. Não me é simples, porque esbarro sempre com a grande clarividência dos que são pró revolução, como eu fui aliás em 74, e a minha falta de certezas quanto ao que se passa. Ninguém nesta Europa é já favorável a qualquer tipo de ditaduras, sejam elas de que jaez forem e está fora de questão que alguma forma de abordar o problema seja estar a favor do ditador de serviço. Mas a escolha que vejo à frente é intrigante, ou seja, eu que não confesso credo nenhum, sou para um Muçulmano quase uma reencarnação do Diabo, serei nas suas apreciações como ser humano, um ser de segunda com direitos sociais inferiores a qualquer um deles.

As opções que parecem estar em causa, face à evolução das revoluções no mundo Islâmico, serão: Viver numa ditadura dominada por uma oligarquia militar, que coarctando-me as liberdades políticas, me permite liberdades religiosas, ou, uma ditadura, agora sobre a forma de Teocracia que subordina as minhas liberdades politicas a uma sharia e só posso vê-las através dessa lente, e liberdades religiosas sim, mas como cidadão de segunda, e como se vê recentemente, sujeito a emboscadas que nos lembram as perseguições nos primórdios do Cristianismo. A Esquerda pede-me que vá para rua apoiar, mas fico paralisado, da mesma forma que fico como quando quero escrever Egipto ou Egito.

Isto não soa nada bem!

02 fevereiro 2011

Que raio de País é este?

É incrível isto que está a acontecer com o . Ricardo Sá Fernandes. Denunciando um acto corrupto, acabou por ser penalizado desta forma vergonhosa. Lido aqui e aqui.

Vamos ficar parados, ou será preciso vir para a rua, para nos defendermos de um sistema que nos ataca desta forma, protegendo este tipo de expedientes criminosos? O que andam a fazer os magistrados deste país? Sindicatos? Corporações? Para que queremos uma Justiça destas? Qual é a melhor forma de nos vermos livre dela? E deles? Não queremos esta Justiça. Não queremos estes Tribunais. Não queremos estas Magistraturas.

E o que vai você fazer de seguida para denunciar isto? Nada?