29 junho 2008

O Rugby outra vez

A falta de notícias e relevo a esta modalidade obriga-me a fazer de gazeta desportiva. Continuam a não ouvir falar dela, mas agora vencemos outra vez categoricamente na segunda prova do Circuito Europeu, em Moscovo. Vejam aqui os resultados: 64-00 à Eslovénia; 63-07 ao Mónaco; 26-00 à Polónia; 19-15 à Moldávia; 19-00 à Ucrânia e na final 21-19 à Rússia, na sua capital. Segue-se a prova de Hannover, em Julho. Se quiz saber a notícia tive que procurá-la directamente na página da Federação!
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28 junho 2008

Custos da nossa impotência

Sugiro a leitura deste post e comentários, no Ponte Europa, de onde importei o recorte.
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Certo. Já todos fizemos o diagnóstico e a maioria concorda que é um escândalo o que se passa. Mas, ... e agora? Como pode o país sair desta? Assistimos e arrepelamo-nos por estar a ver nas nossas barbas o assalto ao celeiro onde guardamos as reservas de toda a comunidade, em que de uma só vez alguns tiram, legalmente, o sustendo que bastaria a milhares de famílias. Sabemos que ninguém vai mudar nada porque os que o podem também vão aproveitar no futuro, por isso, assistimos a este silêncio que se segue às denúncias que todos os dias se fazem e nos caem no correio, porque eles sabem que é assim que o sistema funciona: ... é preciso deixar marinar, com o tempo passa, é uma questão de inveja. Como já ouvi. Já é um processo que vem de longe e o Eça emoldurou isso muito bem. Os deputados calam, os governos assobiam e os tais gestores tão premiados e responsáveis pela trampa desta economia, disfarçam. Seria até estranho, estão a ver algum destes senhores desatar a tirar a ricos para dar a pobres? Que coisa bizarra! Como se pode então mexer numa trama de interesses assim montada? Esbarra-se sempre no argumento da questão do Estado de Direito, hipotético digo eu, que não nos permite agora argumentar a sua violação, porque é mesmo disso que se trata, quando ele Estado, permite que nele se constitua assim um Direito, quanto mais um Estado. Isto é um pouco kafkiano. Só vejo uma saída, mas estarmos na Europa complica tudo e seria dramática, mas era remédio santo. Os sinais que por aí há já são preocupantes. Depois, virão perguntar porquê e não faltarão novamente Delgados e Goebbeis a fazer-nos vomitar com a propaganda que suporta tudo isto.

Entretanto, visitamos o Papa que ele dá-nos uma bênção, e impotentes, como numa Idade Média vamos assistindo ao saque por esta nova espécie de oligarquias, até que nos peçam outra vez para gostarmos deles, e que novos sorrisos surumbáticos coloquem num próximo 10 de Junho, mais medalhas nas lapelas de quem se distinguiu, e nos virão outra vez falar na porra da nossa “Raça”.


25 junho 2008

Eu e o Acordo Ortográfico

Neste momento, tenho como grande dúvida, um Sim ou Não ao Acordo Ortográfico. Debato-me por vezes com a dificuldade em defender com a veemência que gostaria, uma tomada de posição concreta sobre um determinado assunto da actualidade. Vejo com frequência, destemidos, assumirem posições onde eu tenho grandes dúvidas e surpreendo-me com as suas crenças nas capacidades de antevisão dos efeitos naquilo em que acreditam. Sinto-me muitas vezes preso pelo efeito da opinião do “acho que” e raramente avanço quando assim é, porque nunca defendo pontos de vista em relação aos quais a minha convicção falha. Mas invejo os que não precisam de grande debate interno para terem sempre uma opinião formada sobre tudo.
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A minha primeira opinião foi: Porque não por todos a escrever igual? Fui portanto sensível aos motivos de uniformização aduzidos para haver o Acordo, espreitando de soslaio aqui para o lado e vendo o que fizeram há mais tempo espanhóis e sul-americanos. Por curiosidade, em relação à evolução ortográfica mais recente do Português, abri um dos livros relíquia cá de casa: “Viagens Maravilhosas – César Cascabel”, de Júlio Verne, numa edição portuguesa de 1891, onde se pode ler: “pae; boccado; escripto; metter, anno; épocha; architectura; D’ahi; prompto; gymnastica, etc. etc.. Conclusão: hoje são consensuais todos os decaimentos e alterações acontecidas.
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As alterações feitas anteriormente talvez não mexam da mesma forma na etimologia das palavras, como agora se pretende e de facto, no caso dos exemplos do “ato, ótimo, úmido, adoção, conceção” e outros que tais, confesso a dificuldade que terei em escrever alguns deles. Por outro lado, este é o tipo de reformas a que um purista tem dificuldade em aderir e conservadores também vejo muitos nos dezanove subscritores iniciais da petição contra o Acordo. Para agravar, sinto-me longe de gente como Zita Seabra a quem não concedo um pingo de credibilidade e Graça Moura é-me indigesto. Mas, por outro lado, devo relevar, porque não posso esquecer que esta é uma questão transversal, sendo Manuel Alegre, Vicente Jorge Silva e outros um exemplo disso. Tenho porém dúvidas se bastará a opinião dos subscritores anti-acordo para garantirem que não acontecerá à Língua Portuguesa uma ghettização fatal, porque não temos aqui um LNEC que nos faça um modelo à escala e julgo que o isolamento proposto será uma aventura nova sobre cujos resultados apenas se pode especular. Até aqui, o grande veículo da escrita foi a forma impressa que influenciava maioritariamente o pais que editava, agora, passará a ser a forma electrónica e esta, transborda na quase totalidade e na hora, para o resto do mundo. Nada poderemos fazer neste cenário, contra o poder dos muitos milhões que vão estar do outro lado do Acordo. A minha dúvida quanto à sustentação da Língua Portuguesa e da sua unidade com ou sem o Acordo, passa muito pela fiabilidade das garantias dos seus apoiantes ou opositores, a que continuo atento tacteando uma orientação. Entretanto, mantenho a neutralidade e vou-me recusando a achar que. Até ver.
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Para melhor orientação, podemos ler:
A história do Acordo, na Wikipédia.

E o que dizem os Pró e os Contra:
Portal da Língua Portuguesa – O Acordo Ortográfico
Petição Contra o Acordo



15 junho 2008

Novamente o Rugby


E ninguém fala do Rugby?!... Vejam só: 47-0 à Croácia, 58-0 à Suíça e 31-0 à República Checa. São as últimas performances dos “Lobos” no torneio de sevens na Rep. Checa, de apuramento para o Campeonato do Mundo de 2009. Depois do feito histórico de participação no Mundial em França, a nossa televisão vai perdendo horas a ouvir emplastros na rua, alheia à excelente representação que esta Selecção continua a fazer de Portugal. A notícia aqui.
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Post-Scriptum: Mas não acabou! No quarto jogo 19-5 à Espanha, cilindramos a Bélgica por 52-0 nas meias finais, e agora voltamos a despachar a Espanha na final por 26-6, conquistando o Circuito Europeu de Sevens, com 6 vitórias. Mas talvez não ouçam falar disto como estes rapazes merecem. Será por serem só sete?

14 junho 2008

Um militante laranja

Sabem quem foi a diligente figura que deu rosto e voz à greve dos empresários de transporte de mercadorias? Vejam aqui no Diário Económico ou aqui no DN. Tanto silêncio seria para passar despercebido? Mas já aí estão os empresários dos Reboques, os empresários dos Táxis, Agricultores, a pedirem que suportemos a quebra de lucros com impostos. Só falta a célebre "Manifestação dos Tachos", por balzaquianas de óculos Dior a gritar que têm fome.

Se isto não fosse Europa, o Chile estaria perto. Não é este reviralho que me anima, é outro, porque este trocaria as moscas, por varejeiras.
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10 junho 2008

Salvem o Botânico

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O Prof. Galopim de Carvalho que conhece bem a realidade daquele jardim lança daqui o alerta: Quem defende o Jardim Botânico?

Sabemos como qualquer Câmara é sedenta de receita e a receita que pode envolver é suficiente para colocá-lo definitivamente em causa, com a afectação do usufruto das suas vistas a interesses imobiliários contíguos. Visito com alguma frequência aquele espaço, e também já dei alertas como aqui, porque me recuso a admitir que os lisboetas o esqueceram. De facto, os visitantes que por lá vejo são estrangeiros e provavelmente isso facilitará o impacto desta reconversão à portuguesa.

Redimam-se disso. Visitem-no e interessem-se pelos destinos de um dos mais valiosos jardins que temos.


10 de Junho. Dia de quê?!...

Pois é, Camões continua atravessado na vida do nosso PR. Dia da Raça. Acho que nunca mais ouvi isto depois do 25 de Abril e também me parece que não foi uma imposição aos portugueses. Foi uma palavra riscada e assumido por todos, mas reeditada agora e pela única pessoa que não deveria fazê-lo. Ontem não li, nem ouvi notícias. Dei por ela aqui, hoje, no Estranho Estrangeiro, o primeiro blogue que visito e depois aqui, no Público.
Sem mais comentários.

09 junho 2008

Os Camionistas e Pinochet

Arrepia-me dizer isto, mas foram os camionistas que "orientados" pela CIA abriram as portas ao fascismo sangrento de Pinochet no Chile, em 1973, paralisando o país. Por coincidência, também foram "comandados" no buzinão da Ponte por dois irmãos que afinal parece que eram pouco recomendáveis. Desde aí, que faço um esforço para não olhar esta classe de outra forma. Ou será esta deturpação motivada pela minha aversão a tudo o que cheire a corporativismo. E haverá? Corporativismo bom e corporativismo mau?

08 junho 2008

Adernagem a Estibordo - II

Sou desde há muito um apoiante de Alegre porque sempre me identifiquei com o seu inconformismo. Apercebo-me por isso, que no PS se tem confundido a demarcação que faz do seu espaço, com ataques e traições, parecendo com isto rejeitar a pluralidade que apregoam. A facilidade com que se acha que Alegre pode sair sem arrastar consigo a esquerda ainda existente no PS é, sem querer ofender ninguém, de uma confrangedora arrogância política. E não é assim que o PS vai a lado nenhum.

Manuel Alegre não foi a nenhum “congresso” do Bloco de Esquerda com elementos do PCP. É falso. Foi a uma Festa, um Comício das Esquerdas com dirigentes do Bloco de Esquerda, Independentes, ex-comunistas, Renovação Comunista, mas também elementos do PCP: Paulo Sucena e Domingos Lopes e mais históricos do PS. Foi uma festa onde houve três discursos, um do BE, outro de Independentes e outro de Alegre.

Estes alertas de Alegre, deveriam ser entendidos como chamadas aglutinadores e não como traições, porque são a única forma possível de criar algum cimento nas fissuras que a governação está a abrir no eleitorado e ao fazê-lo desta forma, como membro da família Socialista, prende ainda intenções de voto, como que dizendo que há ainda algum partido socialista dento do PS, evitando deste modo o êxodo para outras paragens.

Mas este resultado seria inevitável, porque esta engorda eleitoral do PS traria com certeza o perigo de aumentos no seu colesterol. E aí estão eles a entupir a circulação, nos Lellos e Silvas que por lá pululam.
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Adernagem a Estibordo - I

Em vez de se perguntar o que faz ainda Alegre no PS, porque não se pergunta porque está Manuela Ferreira Leite a ultrapassar pela esquerda o PS? Será só Manuel Alegre a detectar esta perigosa adernagem a estibordo?

Antes de continuar, façam uma busca neste blog, naquela janela lá em cima: “Pesquisar no Blogue”, à palavra Sócrates. Verão ali quantas vezes escrevi aqui o seu nome, e quando escrevi, por que razão o fiz, por oposição à palavra Jardim ou Cavaco, por exemplo. Julgo que isto responderá à tal acusação com que sistematicamente agridem os que estão ao lado de Alegre. Por contraponto, chamo a atenção para o que disse aqui em 2005, neste post, evitando agora incluir links para as infelizes, para não dizer outra coisa, declarações dos Lello, Canas & Silva.

Apesar da estratificação politica existente, cada partido contem ainda em si uma micro representação desse espectro mais geral. Coexistem dentro dos partidos forças que os enriquecem porque os questionam e lhes permitem o permanente realinhamento com a sua matriz, caso contrário, descaracterizam e fossilizam no unanimismo. Não é segredo para ninguém o posicionamento de Alegre dentro do partido. Ele nunca fez parte da sua ala direita.

Na antiga questão Sócrates/Alegre facilmente se entende, que tudo começa quando Alegre percebe que o partido vai ocupar a parte do centro disponível e para isso, teria que deslocar carga à direita do navio, dando de barato que o lado esquerdo teria que contrabalançar a manobra por mais que lhe custasse. O que sucede, é que nunca na história do Partido Socialista, esse movimento originou uma tão grande deriva, com os resultados sociais que se conhecem, a ponto de haver risco de vermos o seu lado esquerdo atacado por uma força conservadora.
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07 junho 2008

O melhor do mundo

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Apesar do atraso, este vinho merece aqui um destaque especial no dia do Portugal – Turquia e seria uma injustiça não lhe dar relevo depois do trabalho que deu conseguir duas garrafas.

Ser o melhor do mundo de entre 3 000 vinhos a concurso, de 36 países, numa prova cega, em França, é obra. Para memória futura e para lembrar que há mais orgulhos para além do futebol, aqui fica a foto da última, e um vídeo SIC sobre a notícia. Veja.
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06 junho 2008

Trova do vento que passa

Nunca me esquecendo que não há homens providenciais e com a liberdade de pensamento de que não abdico, estarei sempre com Alegre onde quer que esteja, porque é naquela verticalidade que me reconheço. Os ventos neo-liberais estão a tomar conta do PS e a provocação continua, a tal ponto de os fazer achar que estamos presos a trovas do vento que passa.

Pois é António, antes esta fidelidade à matriz que sempre guiou a nossa orientação política, do que navegar em cima dos ventos desta nova crista liberal que o poder económico criou e que só a alguns aproveita.

Antes a solidariedade com um povo vítima deste medo em afrontar os dominadores do mercado e os profissionais da política ao seu serviço, do que vender-me ou travestir-me de esquerda.

Antes vir para a rua dizer isto, por estar em causa a apropriação do termo e esta usurpação de valores, do que ficar quieto e sem referências guiado por um qualquer pragmatismo arrivista.

Alguém está a empurrar a história do PS borda fora, e este Partido Socialista já teria centrifugado há muito outros históricos, se fossem vivos. Parem de odiar, porque ninguém vos quer mal. Mas há uma coisa que não admitimos, é a provocação gratuita e sem sentido, só por não querermos esperar sentados.

Antes esta coerência, que o parasitismo de gente sem curriculum nem história ou futuro político, quanto mais valor.
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04 junho 2008

Os diálogos abertos - II

Foram três belíssimos discursos de Esquerda, de José Soeiro (BE), Isabel Allegro Magalhães (Independente) e Manuel Alegre (PS), daqueles que andamos a precisar ouvir e nos fazem acreditar ainda um pouco.

É urgente resolver o problema dos que vivem nos limites da pobreza, nesta sociedade que insiste em achar normal, por exemplo, que a empregada de limpeza de um Banco, contratada por uma empresa de trabalho temporário, ganhe dois euros e quarenta e dois cêntimos por hora, a entrar às seis da manhã, enquanto o gestor vai para casa descansar com trinta e cinco mil euros por mês. Estamos a criar ghettos que explodirão de alguma forma a seu tempo, se não soubermos encontrar caminhos. E o que a Esquerda quer dizer, é que esta disparidade não faz sentido e não tem que ser a fatalidade que a Direita dá como a resposta, quando fala do insucesso dos pobres. Hoje o fosso alarga-se não só porque os pobres são os mais vulneráveis pela ausência de verdadeiros planos de erradicação da pobreza, mas porque todos conhecemos a força com que o poder económico impõe a receita neo-liberal, e a dependência que a necessidade de garantir um posto de trabalho cria desse modelo perverso e nos tolhe o protesto às injustiças.
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Falou-se apenas disto, e de uma vontade grande de um novo discurso de Esquerda, que como diz Alegre, adicione Esquerda à Esquerda. Os socialistas que ali estiveram viram a sua esperança revitalizada e não foi preciso que ninguém abdicasse daquilo em que acredita. Era o que mais faltava. Como dizia a canção: Foi bonita a festa, pá!