21 maio 2005

O professor de Alfandega da Fé.

Num Telejornal de hoje:

Professor de Matemática, colocado na Escola C+S de Alfandega da Fé, idade provável entre os 60/63 anos, faz da sua viatura residência, por não ter possibilidade de pagar um quarto, manter a sua casa em Lisboa e sustentar dois filhos. Ali dorme, ali tem alguns livros, ali retempera forças e dali parte para dar aulas aos filhos daquela terra. Em tempos de ócio criou um clube de xadrez, para que os alunos, jogando, treinem também o raciocínio matemático.
(...que tanta falta nos faz)

É capaz de ser um exemplo entre muitos, mas este, tocou-me hoje.
Não é tanto pela gravidade da situação, senão, o verificar que é a pessoas com problemas existenciais destes que nós temos entregue a educação dos nossos jovens. Como pode um professor assim manter os níveis de eficácia no ensino que todos os dias verificamos serem mais urgentes.

A Saúde é uma questão importante? Concordo e um médico deve ter condições minimas para exercer a sua actividade, com empenho. Mas porque razão não entendemos também que temos que ter gente empenhada a ensinar?
Não é esta profissão uma das que apresenta maiores taxas de aumento de doenças do foro psiquiátrico? E porque razão será? E que efeitos tem isso no ensino?

Para quando a dignificação da carreira de professor? Se tiver que passar por um grande abanão ao nível daquelas carreiras que seja, mas parece urgente, que o Estado e a sociedade civil tem que olhar para este sector com outros olhos. De outra forma, bem podemos investir milhões na educação que o problema continuará coxo deste lado. E porque que raio, aquela Autarquia ou a Paróquia ou lá quem quer que seja, não arranja uma solução temporária àquele homem?


Ou seremos um país de merdeiros?

1 comentário:

Graza disse...
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