07 janeiro 2006

Conhecimento e Cultura

Conhecimento, s.m. saber; instrução; perícia.

Cavaco pode ser um homem de Conhecimentos, por saber de Economia e Finanças, por ter instrução e alguma perícia em matéria económica e financeira, um pouco mais do que isso, mas não mais, porque um outro patamar: é Cultura.

Cultura, s.f. ...desenvolvimento intelectual; sabedoria.

Cavaco não é um homem culto, porque se o fosse, não tinha a falta de humildade que lhe permitiu dizer que raramente se engana e nunca tem dúvidas. Lapsus lingue? Talvez, mas suficientemente revelador. Se o fosse, não desconhecia quantos cantos têm os Lusíadas que é um dos primeiros detalhes que se aprende no primeiro ano do liceu. Já não falo do “eucalipto”, nem da “secura” que cria à volta, porque um homem culto, congrega. E para a história, ficam o bolo rei, os “passarinhos” na ilha e o
teatro ali para a Praça de Espanha que por acaso é o Teatro Aberto e a peça era a Democracia.(Ver no Tugir)

Ainda assim, fica aqui mais alguma coisa do muito que já se escreveu por aí, para que não haja dúvidas sobre a forma como Cavaco aplica o seu conhecimento. Escolhi o post do
Miguel Silva, em Recordações do cavaquismo. Clique no texto para ler completo:

O declínio do PSD, em meados da década de 90, que culminou na vitória de Guterres, confunde-se com o declínio do cavaquismo. Não foi tanto Fernando Nogueira que perdeu essas eleições legislativas em 95. Foi Cavaco e o seu modelo de governação, o que viria a confirmar-se, se existissem dúvidas, quando perdeu igualmente as eleições presidenciais.

A aura de competência e rigor que Cavaco arrasta não tem equivalência com o que foram...

Tanto as hipotéticas candidaturas de Cavaco e de Soares têm, assim, algo de messiânico. O messianismo não é, de forma alguma, um bom sintoma da saúde democrática. Esta é a maior e mais legítima crítica que se pode fazer às orquestrações postas em movimento para transformar em realidade o confronto que não foi possível fazer em 1996. Outras poderão ser feitas tendo por base a falta de renovação dentro dos partidos. Desde logo, para apurar se estes deixaram de conseguir atrair pessoas com perfil político relevante ou se, por outro lado, passaram a reservar as oportunidades políticas para um grupo muito restrito de militantes. Em qualquer dos casos, uma deficiência a necessitar de urgente correcção.O descrédito da política passa, numa grande parte, pelo desfasamento com a sociedade. Nestas eleições joga-se uma carta importante neste capítulo. Sem comprometimento mútuo entre a política e a sociedade não há estratégia de evolução que medre.

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