08 janeiro 2006

Os enganados e os outros.

Quando entro num forum por engano onde se debate a Liberdade e dasato a postar comentários, corro sempre um risco por não conhecer as coerências dos interlocutores e cada um poder fazer a pirueta que bem entender.

Um ponto de interrogação pode levar a um juízo de uma intenção errada. Se houver um melhor conhecimento dos intervenientes no “tugúrio” através do histórico das suas intervenções, talvez o ponto de interrogação tenha outra interpretação. Atribuem-se perspicácias indevidas ao interrogador. Faço mea culpa. Entro porque o espaço é aberto mas também saio sem acrimónias, porque quem me põe mesmo fora de linha são todos os ditadores deste mundo mais os candidatos que utilizando a democracia vão escapando ao epíteto, beneficiando até da passadeira vermelha que lhes estende o poder que dele precisa.

Quanto aos povos que os suportam, tenho sempre esta dúvida sistemática: eles são vítimas, mas também algozes? Não têm mácula porque são o povo e a culpa é de todos nós, porque foi este povo que fomos deixando moldar pelos sucessivos poderes que não o conseguiram tirar do analfabetismo e ilicteracia, etc.. Mas também há neste um raciocínio errado é que os ditadores e os candidatos não nascem por geração expontânea. É dessa massa que os suporta que eles saem. Teremos assim ao fim e ao cabo dois tipos de povos enganados. Os que foram efectivamente enganados e os “outros”.

E então os “outros”, merecem ainda a depuração, apesar da mácula?

E cá vou depurando indefinidamente e cada vez com mais dúvidas.
Como eu gostava que o povo da Madeira lesse este post. É que desaparecendo “um”, já lá está o “outro”.

2 comentários:

VFS disse...

Caro Graza, presumo que, subjacente a este texto, esteja o pequeno imbróglio emerso no meu espaço. Agradeço por ter resistido ao enfado de perscrutar as catacumbas do meu acoito, desejando que não se esqueça das minhas coordenadas. É um prazer acolher, lá no ermo, paladinos da Liberdade. Talvez por isso não recebo muitos conterrâneos madeirenses...
Um grande abraço.

Graza disse...

Vitor, não gasto um minuto do meu tempo com os colunáveis desta praça, já os vejo e ouço demais, sem querer. Dou-me mais ao gosto de descobír a muita qualidade que por aqui há.
E pela Liberdade nunca ficará a lutar só, já somos dois!
Saudações.