31 maio 2006

Anedotas e Comunicação

Obrigado pela tua lembrança de mais um e-mail sobre o tema, O Código de Carrilho, mas com a sanha que para aí vai sobre a questão Carrilho tens que ser mais despachado, senão, chegas atrasado e não trazes novidade. Como vez está a bater certo, os lobos estão a encarregar-se do cerco e sabem como fazê-lo porque o terreno é fértil, (esta do fértil, juro que só não é para ti, porque te dou mais do que o benefício da dúvida). Mas olha, o anedotário não me inquieta, só quando me sinto a fazer parte de maiorias é que me questiono. Neste momento as piadas e anedotas estão a fazer o mesmo circuito dos salões que fizeram as do grande Samora Machel que como sabes era apenas um enfermeiro que mal tinha a 4ª classe e tiveram o grande mérito de encher o ego a tanto incapaz. Nessa altura, também estive sempre em minoria e que porra de orgulho que eu tenho nisso, João! Que mal me sentiria hoje se me tivesse deixado ir na onda maioritária da vacuidade das anedotas. E como tu “os” conheces e “as” conheces bem, são os mesmos, porque como diz o outro: eles replicam-se. Tem por isso cuidado João, com as más companhias... Por mim sossega, porque bandeiras, só com causas, nunca pelos homens.

Desta não desisto, enquanto não souber de que falamos. Ou seja, não falo de publicidade em que é a minha leitura que com alguma subjectividade, faz o produto (o candidato). Ou quando sou eu que me deixo ou não seduzir pelas alterações que são aplicadas ao produto (o candidato) e me fazem aceitá-lo, ou não, melhor do que a outros. A publicidade ri-se para nós, diz-nos que está lá, engana-me mas eu tenho a consciência disso se quiser. Não. Não falo “dessa” comunicação, no sentido em que eu falo é a outra, aquela que me dá o produto de uma forma manhosa, isto é, a sua intervenção finge não estar lá, foi subreptícia, escondeu-se, não me deixou a possibilidade de ver a diferença e gostar ou não, deu-me um produto já alterado com apenas uma via de aceitação. Não aparece no produto para não lhe tirar a credibilidade. E tu achas que “aquela" publicidade também é “esta comunicação”?


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