28 janeiro 2007

Um Novo Manifesto.


Com as suas quinze páginas é o livro mais difícil de localizar na estante. Mas deve ser proporcionalmente ao seu volume, um dos que causou até hoje maior impacto na sociedade portuguesa, particularmente na sociedade burguesa que instituía e alimentava uma cultura sem chama e uma existência sem rasgo, naquela época. Desta onda regeneradora que Almada Negreiros ajudou a impulsionar, do qual este Manifesto é uma peça fundamental, pelo que aporta de contestação geral àquela cultura amorfa, e de critica social aos indefectíveis do poder instituído, ainda hoje temos o eco. Depois dele e daquela geração futurista que foi capaz de chocar aquela sociedade, ainda não tivemos até hoje alguém que tenha conseguido marcar, diria melhor, implodir, esta sociedade de troca de favores, novamente de maneirismos, onde nos vamos perdendo todos, a cultura vai mirrando e o país se vai esvaíndo.

Dantas, nós temos! Se for preciso, mais do que um! Poeta (s), escritor (es) capazes de um novo Manifesto, também. Só nos falta alguém que o queira assumir e Portugal precisa urgentemente de uma nova onda regeneradora. Almada fez isto com 22 anos.

(...) “Uma geração, que consente deixar-se representar por um Dantas é uma geração que nunca o foi. É um coio d’indigentes, d’indignos e de cegos! É uma resma de charlatães e de vendidos, e só pode parir abaixo de zero! Abaixo a geração!” (...) Almada Negreiros

Sem comentários: