Saíu pela porta grande do edifício de uma empresa nacional, com uma indemnização de 210 000 euros (42 milhões de escudos!) e entra dois meses depois, silencioso, pela porta pequena de um anexo com um salário mensal de 5050 euros (mil contos por mês!)
A notícia não é esta, mas foi assim que a reli nos emails não apagados e faz continuar a residir em mim uma reacção pouco confessável. Virá alguém argumentar que foi tudo de acordo com os princípios da lei e nada há que a pontar ao senhor e senhores, como não houve a apontar aos outros amarais-sobrinhos-enteados-santanas-e- demais-ga(o)lpes que proliferam neste país como cogumelos, e que vão chegando em emails sucessivos com lettering renovados.
O problema não está tanto no que já aconteceu porque já lá vai, e estamos todos em vias de acabar de pagar essas prestações. O questão é que sendo um problema-não-problema, a relação dos que se perfilam como candidatos é imensa e custa-me sinceramente ter que andar a trabalhar, descontar sem apelo e esmifrado até ao último cêntimo, para verificar depois que os meus impostos não conseguem contribuir para a redução do déficit por causa destas e das próximas manhosices que vêm a seguir.
Eu tinha a solução. Mas é pouco confessável.
A notícia não é esta, mas foi assim que a reli nos emails não apagados e faz continuar a residir em mim uma reacção pouco confessável. Virá alguém argumentar que foi tudo de acordo com os princípios da lei e nada há que a pontar ao senhor e senhores, como não houve a apontar aos outros amarais-sobrinhos-enteados-santanas-e- demais-ga(o)lpes que proliferam neste país como cogumelos, e que vão chegando em emails sucessivos com lettering renovados.
O problema não está tanto no que já aconteceu porque já lá vai, e estamos todos em vias de acabar de pagar essas prestações. O questão é que sendo um problema-não-problema, a relação dos que se perfilam como candidatos é imensa e custa-me sinceramente ter que andar a trabalhar, descontar sem apelo e esmifrado até ao último cêntimo, para verificar depois que os meus impostos não conseguem contribuir para a redução do déficit por causa destas e das próximas manhosices que vêm a seguir.
Eu tinha a solução. Mas é pouco confessável.
9 comentários:
Eu cá gostaria de ouvir essa solução, pois há já algum tempo que a procuro, em vão...
Infelizmente parece-me que este tipo de coisas só chega até nós via e-mail. Como já é costume, a imprensa cobre a notícia mas fá-lo de uma forma da banal que quando a informação chega a nossas casas só pensamos - "Olha mais um! Só faltava mesmo a CP/Refer", e continuamos com a nossa vida.
Mas o mais triste é que todos os anos continuamos a colocar mais sanguessugas nessas posições.
Para quando um movimento cívico em larga escala que ultrapasse as fronteiras do mundo digital e venha para a rua manifestar-se abertamente contra isso?
11:32 AM
Egas, antes de responder à tua questão, que acaba com um final portentoso devo confessar que sou nas questões técnicas de definições do blog apenas um utilizador, puro e duro. Vou ter que rever as definições porque achava só ser possível a remoção de um comentário pelo autor do blog. Não que não te queira conferir essa prerrogativa mas porque é uma opção que não deveria estar disponível.
Quanto à solução é precisamente por ela ser pouco confessável que não a encontras porque a democracia e a civilidade são pouco compatíveis com soluções mais draconianas mesmo com a escroqueria que a usa para os seus próprios fins. Também por essa razão e porque também sou uma pessoa de bem, permite-me aqui, o meu direito de reserva dessa confissão.
Quanto à tua pergunta: “Para quando um movimento cívico em larga escala que ultrapasse as fronteiras do mundo digital...” eu parava exactamente aqui: “digital”, o resto é redutor para tua pergunta/proposta. Porque a rua já não resolve nada. Digamos que é apenas um êxtase e só isso, já vi muitas para deixar tudo na mesma, acabam por ser caricaturas delas próprias, já não assustam ninguém. Pelo contrário, ficando pela primeira parte da pergunta tens a possibilidade de atingir um universo maior do que a rua. Falta depois o toque de Midas que transforme esse silêncio digital no ouro da contestação cívica.
De repente sinto-me como Ícaro: lá ia eu a voar todo feliz, sonhando com um movimento capaz de pôr um NÃO nesta República das Bananas, quando vieste tu cortar-me as asas e "estatelei-me" no chão.
Pois é, infelizmente parece-me que tens razão. E para ser sincero também não estava à espera que revelasses a tua solução. Apenas me pareceu ser esse o comentário inicial mais evidente que poderia fazer. E lá diz o povo: "quem não arrisca, não petisca".
Eu também não sou nenhum perito em blogger mas ainda vou percebendo umas coisas: todos os utilizadores registados podem apagar os seus próprios comentários e julgo não haver qualquer opção que impeça isso. Neste caso, eu apenas apaguei porque ao publicá-lo reparei que tinha um erro de português que me vi forçado a corrigir.
Bem esse foi o comentário que tinha feito e não consegui colocar.
Obrigado pelas visitas ao Doca.
Saudações.
Egas
Eu bem digo que é um gosto aprender com vocês... Obrigado pela dica!
Estive a ver a tua terra! Tens lá um riozito e uma ponte linda!
[ups que me enganei a postar outra vez :) ... aqui fica o correcto]
Bom, Casegas é uma territa com suas peculiaridades e tradições, encantos e desencantos.
Condenada pela desertificação, é uma aldeia como tantas outras no interior do país: distante, descaracterizada, perdida num tempo que já passou. Vai-se tentando fazer alguma coisa mas os buracos são tantos e os remendos tão escassos...
A ribeira é, como sempre foi, a alma da aldeia. Toda a vida acaba por girar em torno da ribeira e da sua ponte (românica e já com uns bons séculos em cima) que durante séculos nos colocou em rota com o mundo. Mas o mundo agora é outro e a ponte demasiado pequena para tamanha missão.
Mesmo assim obrigado pela visita ao Casegas vai nua.
Saudações amigas.
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