04 agosto 2007

O Espírito Crítico

Por falta de academia ou qualquer outra, nem sempre tenho capacidade para determinar de imediato a qualidade da obra que observo ou me detém. Tento ser honesto nunca me enganando a mim próprio nem enganando os outros. Sigo, quando assim é, as sensações que me despertam a obra e é através delas que me guio na sua interpretação. A vida ensinou-me que há coisas que pela sua complexidade e requinte precisam de aprendizagem ou maturação na observação, para chegarmos até elas e paradoxalmente, nestas inclui-se muitas vezes a Simplicidade, tal é por vezes o seu poder mimético.

Aquilo que a memória do meu sistema sensorial me traz recorrentemente, acaba por ser só o que interpretou e é isso que verdadeiramente me importa.

É assim, através da impressividade que me deixam as sensações do contacto com a obra, que faço a ponte sobre lacunas culturais, fazendo delas a minha medida padrão. Mas prefiro assim, a correr o risco de ficar com a sensação de ter armado aos cágados.


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