14 outubro 2007

Que Che?

Respondendo ao comentário que me deixou sobre o Che e à luz do debate que tem havido, pouco me importa a matéria de que são feitas as estátuas porque, igualmente como o Vitor, também não as venero. Outra coisa é o respeito pela memória, porque ele não foi ídolo só da minha juventude, mas da maior parte “daquela” juventude, a do do Maio de 68. Daquela que não tenho dúvidas o Vitor teria feito parte - se é que o conheço pelo que escreve - descontando no entanto a certeza de que não o tería visto de “molotov” na mão...

Analisar o Che a esta distância, vivendo em Democracia, desconhecendo a sede e a ânsia de liberdade que se sentia vivendo em Ditadura e não tendo podido sentir a força que representou o aparecimento de um rosto que nos dizia que os ditadores também podíam ter pés de barro, pode ser redutor para a análise, porque, se ganha por um lado com o distanciamento histórico, perde por outro, pelo que foi não ter vivido aquele confronto geracional que nos apontava também outra forma de lidar com as Ditaduras e que a rebeldia de Che vinha corporizando.

Não confundo no entanto a sua opinião, com o que tenho lido por aí, vindo de outros sectores, porque reconheço a estrutura em que baseia o seu escalpe de Che. Mas enquanto escrevia isto, lembrei-me do quanto fui injusto, por pouco tempo, na época, com os heróis do assalto ao Paquete Santa Maria. Bastou que me visse um pouco mais tarde do outro lado para ter deles agora outra memória.

E quem terá razão? Os que protestam no Brasil perante uma campanha para desvirtuar o guerrilheiro ou os que lhe atribuem agora o sangue que não ouvimos na altura? O que sabemos de Che é pouco e pouco tempo, perante o muito que conhecemos de Fidel e do bloqueio Americano e isto não deveria servir para extrapolar em seu prejuízo.

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