08 junho 2008

Adernagem a Estibordo - II

Sou desde há muito um apoiante de Alegre porque sempre me identifiquei com o seu inconformismo. Apercebo-me por isso, que no PS se tem confundido a demarcação que faz do seu espaço, com ataques e traições, parecendo com isto rejeitar a pluralidade que apregoam. A facilidade com que se acha que Alegre pode sair sem arrastar consigo a esquerda ainda existente no PS é, sem querer ofender ninguém, de uma confrangedora arrogância política. E não é assim que o PS vai a lado nenhum.

Manuel Alegre não foi a nenhum “congresso” do Bloco de Esquerda com elementos do PCP. É falso. Foi a uma Festa, um Comício das Esquerdas com dirigentes do Bloco de Esquerda, Independentes, ex-comunistas, Renovação Comunista, mas também elementos do PCP: Paulo Sucena e Domingos Lopes e mais históricos do PS. Foi uma festa onde houve três discursos, um do BE, outro de Independentes e outro de Alegre.

Estes alertas de Alegre, deveriam ser entendidos como chamadas aglutinadores e não como traições, porque são a única forma possível de criar algum cimento nas fissuras que a governação está a abrir no eleitorado e ao fazê-lo desta forma, como membro da família Socialista, prende ainda intenções de voto, como que dizendo que há ainda algum partido socialista dento do PS, evitando deste modo o êxodo para outras paragens.

Mas este resultado seria inevitável, porque esta engorda eleitoral do PS traria com certeza o perigo de aumentos no seu colesterol. E aí estão eles a entupir a circulação, nos Lellos e Silvas que por lá pululam.
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