03 julho 2008

"Instrumentos do Diabo"

O recebimento deste link com esta proibição estapafúrdia que o Alexandre me fez chegar, leva-me a enquadrá-la da seguinte forma.

É provável que a justificação das restrições, penitências e regras de comportamentos individuais que as religiões impunham aos seus crentes, fosse a única forma possível de difundir, massivamente, naquelas épocas, ensinamentos úteis às comunidades congregadas, cuja finalidade a sociedade do Conhecimento mais tarde descodificou. Foram o caso das abstinências ou jejum que curiosamente tem como significado: dieta, e era a prescrição da “privação da carne” em determinados dias. Encontraríamos exemplos mais bizarros, com outros significados mas um mesmo objectivo, a coberto do cumprimento das boas práticas espirituais e religiosas de um crente.

Continuará a fazer sentido hoje que as religiões mantenham ainda alguns destes preceitos? Para mim e neste contexto, fazem mais sentido os preceitos do que as religiões, o que já não faz sentido, é que a prescrição dessas privações se faça ainda à luz dos moldes que enformaram a divulgação de algum conhecimento. Conhecendo o mau uso de algumas das tecnologias que os nossos jovens têm ao seu dispor, diria que o erro não está no fundamentalismo do facto mas na mensagem que ele transmite, vide: «instrumentos do diabo para levar as pessoas a pecar», ou «só procuram levar a população de Israel a pecar através dos vídeos e outras abominações». Concluindo, acho muito boa a ideia de os mandar pregar para o deserto e converter camelos.
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1 comentário:

Anónimo disse...

Quando Maomé exigiu corânicamente que os crentes deviam lavar os pés antes de entrar na mesquita, estava a prescrever uma norma higiénica. A abstinência da carne, postulada nas três religiões do Livro, tinha como objectivo suavizar o sofrimento perante a sua escassez.
Mas,ao verem-se obedecidos cegamente perante todas estas prescrições, os teólogos e os clérigos logo aí encontraram uma forma de poder sobre os crentes. E os resultados estâo à vista.
Obrigado, caro Grazina.