(Reeditado)
Finalmente, Fernando Ulrich, do BPI, acabo de ouvir no telejornal, teve pelo menos o condão de ser o primeiro a reagir e a perceber que quando as coisas se agravarem perdem todos. Mas aquilo não chega. Aceita que se crie um escalão IRS para os vencimentos mais elevados.
A solução que admito, tem mais carácter de revolução tal é o encadeado de regalias privilégios e mordomias com que empenharam os nossos salários futuros para os sustentar, que não haverá lugar nem justiça económica para os suportar. Mas aquele desabafo está longe ainda de nos por a salvo do risco “da rua como campo de batalha” de que nos fala aqui “e-pá” e para o qual há muito venho alertando. São muitos os que sentem a injustiça de suportar a barbárie económica que despudoradamente os assalta. Suponho até que há, a quem custe mais suportar a injustiça de contribuir para vencimentos com tantos dígitos, do que olhar para a miséria dos poucos que leva para casa. É a honra que começa a ser afectada.
Não gosto muito deste discurso mas infelizmente começa a aparecer demasiado nas minhas reflexões: É, esperava mais da nossa classe política. Também eles me parecem estar desfasados nisto tudo. Olho aquela Assembleia e sinto que não merecem o que pago por eles. Acho-os caros. Bastante caros. E acho-os muitos. Demasiados, para o que de lá saí. Há ali muita gente anónima que me parece estar apenas para cumprir o número, o quorum. Metade dava bem conta do recado. Até as forças políticas fossilizam no discurso gasto e só dois ou três querem abanar o cenário. A impaciência e o desalento estão a tornar-me reaccionário, tenho que ter cuidado. Mas há muito por fazer em Portugal, e já vem de antes do Eça. Parece um ciclo (ou circo?) infindável e o paradigma é que todos nos sentimos a assistir a ele. Impávidos. Resquícios do feudalismo? Mas isso já foi há tanto!
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