Se há uma memória curta estranha neste povo, é aquela que lhe permite aceitar figuras políticas recauchutadas, depois de fazerem em penitência as chamadas “travessias no deserto”. Elas são assim como uma espécie de purificação pelo isolamento, em reflexão, a que alguns figurões da nossa política doméstica se sujeitam, antes de voltarem para baralhar e dar de novo. É um espanto verificar como eles próprios sentem a chegada desses momentos da retirada, e como os seus pares os esquecem durante esse período de branqueamento, não falam deles, nem os citam, e muito menos os acompanham, não aparecem nas revistas cor de rosa, nem nos barbecue da sealy season e muitos, nem nos congressos. Hibernam. Não existem.
De repente, começamos a vê-los no canto da foto como se lá tivessem estado sempre. Depois aparecem a sair de uma reunião, em seguida já vão ao Congresso e finalmente, aparecem na TV a comentar como se nunca tivessem saído.
De repente, começamos a vê-los no canto da foto como se lá tivessem estado sempre. Depois aparecem a sair de uma reunião, em seguida já vão ao Congresso e finalmente, aparecem na TV a comentar como se nunca tivessem saído.
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Nós é que já andamos vesgos. A ver mal e a precisar de fósforo para este envelhecimento precoce. Qual quê?! Espantosas são estas sete vidas!
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