13 novembro 2008

Anuências Históricas

(Reeditado). Ver aquela imagem de um presidente passar por uma ala de crianças que acenam com pequenas bandeirinhas de papel, de um lado as bandeirinhas da Região Autónoma da Madeira, e do outro as bandeirinhas nacionais, colocadas naquelas mãos por algum manipulador infantil, era uma imagem que desta forma, não esperava nunca mais ver utilizada na política em Portugal. Mas não, juro que vi hoje no telejornal.

Chega a esta distância o odor fétido daquela ilha. Dou por mim, não já a olhar Jardim quando fala, mas a detectar o que vai na mente das figuras que o acompanham, enquanto nos enche o ecran de gafanhotos. Alguns ficam na mesma, como se nada tivesse dito ou não o tivessem percebido, outros, de olhar vazio, distantes, parecem não estar lá, e os restantes “anuem”. Poucos parecem contudo perceber, e muito menos a perceber que estão a fazer história. Mas uma triste história.

Não é assim difícil entender que haja lá quem escreva desta forma, por já o ter escrito de todas as outras: (Sem conseguir resistir à tentação de vincar a mitomania de Marcello, basta recordar que a "anuência" do povo alemão - em eleições democráticas que nunca ocorreram em Portugal durante as lideranças de Salazar e Marcello - guindaram Hitler ao poder). - Vítor Sousa. Leia o resto. Mas já que o remeto para as leituras do Vitor, não deixe de ler este excelente post sobre a esperada falência da relação do Presidente da República com Jardim: A Madeira e o torpor do Presidente.


2 comentários:

VFS disse...

Obrigado, João. Isto, por cá, está cada vez pior. Eu já deixei de acreditar neste povo. Trilharei o meu caminho, como tenho feito. Escrever é, somente, uma forma de me pacificar com a consciência. Não sou, nem serei, porta-voz de ninguém, e ninguém será meu porta-voz. Pregar no deserto pode provocar morte por inanição, mas não por putrefacção intelectual.
Um abraço.

Graza disse...

Por muito que nos custe ler isto, continuo a afirmar que a imbecilidade e a prepotência só temem a galhardia da tenacidade intelectual. Pode rejeitá-lo, e ainda que não o faça nesse sentido, essa postura faz parte da única possibilidade de resgate desse povo, que à semelhança dos que históricamente se deixaram imbecilizar, só o reconhecem depois do desastre.