18 janeiro 2009

Debatendo a Palestina - III

lendo Chomsky – “Assalto ao Médio Oriente” Antígona, 2003

“... Os projectos intensivos de construção e de colonatos levados a cabo durante os últimos anos estão encaminhados para “criar factos” que conduzirão a esta “solução definitiva”. Essa foi, claramente a intenção dos sucessivos governos desde o primeiro acordo de Oslo, firmado em Setembro de 1993...”. “... Em Fevereiro deste ano, (2002) a imprensa israelita informava que o número de edificações iniciadas havia aumentado quase de um terço desde 1998...”. “...Uma análise ...revela que só uma mínima parte das terras destinadas aos colonatos é empregue na realidade para agricultura...”
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“...o princípio básico é o seguinte: o território útil da Cisjordânia e os recurso críticos, sobretudo a água, permanecerão nas mãos de Israel, mas a população será controlada por um regime palestiniano dependente, que se espera seja corrupto, bárbaro e submisso.”. “... Há que recordar que o regime militar, a partir de 1967, impediu desapiedadamente o desenvolvimento independente, deixando as pessoas na penúria e na dependência, ... Como afirmou outra jornalista destacada. Amira Hass, esta política foi iniciada pelo governo Rabin ”anos antes de o Hamas planear ataques suicidas, e foi aperfeiçoada através dos anos...”.
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“ As novas propostas de Barak parecem ser mais uma advertência do que um plano, ainda que constituam uma extensão natural do que sucedeu antes. Na medida em que forem implementadas, ampliarão o projecto de “transferência invisível” que se tem estado a realizar há muitos anos e que é mais exequível que uma “limpeza étnica” descarada (como chamamos ao processo quando é realizado pelos inimigos oficiais). As pessoas obrigadas a abandonar toda a esperança e sem oportunidade alguma de uma existência que tenha sentido, emigrarão, se tiverem oportunidade de fazê-lo. Os planos, que têm as suas raízes nos objectivos tradicionais do movimento sionista desde as suas origens foram articulados em discussões internas do governo israelita em 1948, quando se estava a realizar uma limpeza étnica aberta: a sua expectativa era que os refugiados “fossem esmagados” e “morressem”, enquanto “a maioria deles se converteria em pó humano e na escória da sociedade, e se uniriam às classes mais empobrecidas nos países árabes”. Os planos actuais, impostos pela diplomacia coerciva ou pela força bruta, têm objectivos semelhantes....”
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1 comentário:

**Viver a Alma** disse...

Salvé!
Depois de ter lido o seu comentário no blog do Fernando da Ami, venho sugerir que se desloque ao meu e se disponha a aceitar o desafio que deixo.
Grata
Mariz