22 agosto 2009

As falésias

(Reeditado)
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A Direita conseguiu com o desastre da Ponte de Entre-os-Rios, através de uma asquerosa campanha da Comunicação Social, o desgaste de António Guterres que levou à derrota estrondosa nas autárquicas que se seguiram. Delas tirou Guterres as devidas ilações e deu lugar a quem viesse fazer melhor, e tivemos depois o famoso discurso da tanga com a fuga para Bruxelas. Aí está mais um desastre quase a jeito antes de eleições. Corro os jornais e vejo já por lá as comparações e o nome de Sócrates. Veremos.
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Foi uma familia feliz inteira que ali ficou. Isto deveria servir para nos por todos de acordo quanto à gestão destes problemas, é que até as falésias constituidas por maciços graniticos sucubem, quanto mais as areníticas.

Curiosamente, continuamos a ver dois dias depois pessoas encostadas às falésias, confiando que aquela não vai cair naquele dia. Vimos também uma TV dizer que continuam por apurar “as causas” da tragédia. Só espero que não se lembrem de começar a deitar abaixo todas as falésias do país. Vamos deixá-las cair naturalmente, tirando deste exemplo, mas não o único, as devidas conclusões. Vamos monitorizar o que for possível, alertar de acordo com os riscos, mas não façamos da nossa indiferença ou do nosso desconhecimento a responsabilidade de alguém.

O que menos nos falta nestas alturas são engenheiros-de-obras-feitas. Era uma expressão da minha mãe.
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1 comentário:

uivomania disse...

Entendo perfeitamente. Estivesse eu mais motivado e, editaria um novo post sobre o bode expiatório ou de como fugir com o cú à seringa.