02 abril 2010

As bandeiras da vergonha

Comissão de povo nenhum na Europa pediria a colocação de uma bandeira estrangeira às janelas das casas do seu país. Em Valença, Portugal, pediram. Tenho vergonha deles. Tenho muita vergonha deles.

A questão do convite da Comissão de Utentes do Centro de Saúde de Valença para colocação de bandeiras espanholas nas janelas, é uma afronta aos portugueses e o resultado do caciquismo que Abril não conseguiu vencer. Decidi pesquisar para saber quem é este fulano: Carlos Natal, que lidera com fulgor essa Comissão de Utentes porque, desde o célebre businão da Ponte, no qual viemos a saber depois que foi liderado por dois meliantes que acabaram presos, nunca mais me deixei enganar e atento agora melhor nestes actos, que acabam muitos por revelar desejos de protagonismo, lutas políticas e interesses pessoais, e não mais um exercício de Cidadania, porque esta, atribui ao cidadão um conjunto de direitos, mas igualmente um conjunto de obrigações. Ao incentivar desta forma ao desrespeito à Nação através da imposição no nosso país de um símbolo estrangeiro, como é a bandeira de um país, esta Comissão coloca a sua luta fora da legitimidade do acto de Cidadania, e no patamar da ofensa a todos os portugueses. Tenho até dúvida se não configura algum crime punível pelo convite que faz.

O resultado da pesquisa a este senhor diz-nos, que é deputado à Assembleia Municipal de Valença, eleito pelo PSD, como se pode ver na página da Câmara, aqui: “Assembleia Municipal > Composição … Carlos Natal, Paula Natal, (etc …)” Depois, como Jornalista e Director de jornal, escreve assim sobre si próprio, no seu próprio jornal.

É gente desta, que a gente boa de Valença anda a ouvir, capaz de os levar a cometer uma asneira que o resto do país não vai perdoar e pode estar a incentivar a alguma coisa que nos venha a lembrar a Guerra das Laranjas, com Espanha. Estamos a tempo de travar a loucura de gente impreparada que acaba por manipular as massas e por alguma razão se debate pelo protagonismo a que acha que tem direito, através da nossa revolta e do pedido oficial de responsabilidades a quem as tiver nisto, tanto mais que é um autarca eleito do Estado Português.

4 comentários:

A. A. Barroso disse...

Actos destes como o do sr. Natal deveriam ter conbsequências ao nível da perda de direitos, designadamente, pelo menos, ser-lhe cassado o direito de eleger e ser eleito.Uma medida de higiene democrática contra o caciquismo e a boçalidade política

Graza disse...

Barroso.

Não sei exactamente se, ou que consequências deveriam ter, o que me parece é que há aqui um abastardamento qualquer de que ninguém nos defende e há uma espécie de impunidade no ar por tudo ser terra de ninguém, todos lavam as mãos e ninguém parece saber o que compete e a quem, no funcionamento de algumas áreas do país, e foi exactamente isso que quis deixar dito. Prezo demais a liberdade, para deixar que ela seja usada desta forma.

Saudações.

Ricardo Sardo disse...

De facto, também me causa indignação este tipo de comportamento. Sempre ouvi dizer que quem está mal muda-se.
Quanto à possibilidade de ter sido praticado um crime, digo-lhe já que não me parece. Sinceramente, não estou a ver, desde logo porque seria extremamente difícil (senão impossível) provar que a intenção não era agradecer a Espanha pela facilitação de acesso ao centro de saúde de Tuy, como alegado pelos manifestantes.
Abraço.

Graza disse...

Obrigado Ricardo. Aguardava um oportuno parecer. Mas se não é, deveria ser, porque se há regras protoculares para colocação das bandeiras estrangeiras em relação à nossa, que nunca a deixam ficar e posições subalternas, não estou a ver que mais subalternização possa haver do que substitui-la pura e simplesmente por outra.