Há mundos mais perigosos. No canal Odisseia passam imagens sobre a realidade da falsa partilha de território entre de judeus e palestinianos que faz de nós gente sortuda. Ainda me está na retina e nos ouvidos a conversa daquele judeu, que mostrava a realidade do seu colonato ao jornalista. Uma terra que bastava olhar, dizia ele, para ver as potencialidades que tinha para receber mais judeus cumprindo assim o sonho, porque aquela terra lhes tinha sido prometida por Deus. Era alguém que tinha vindo de Brooklyn ou algo assim, há uns anos, e dizia com a maior descontracção que não percebia como podiam “outros” (os palestinianos) achar que aquilo era terra que lhes pertencesse. Ouvido com um olhar em forma de lupa quântica, aquele homem não era mais do que um conjunto de átomos indiferenciados, igual a tantos outros, a merecer a nossa atenção para entender o que nos queria dizer. Mas retirado o filtro, damos com um horroroso ser humano alienado, não tanto pelo ódio, mas pelo mais escabroso sentimento de posse, ampliado pela religião e por aquele espírito sionista que lhe permite, de arma na mão, vedar o acesso dos “outros” à terra que sempre viram e a única que conheceram. Este homem é colonizador, conservador e reaccionário, porque foi este o espírito que o Sionismo - principio fundador do Estado de Israel - introduziu na Palestina no inicio do século passado, forma encontrada para trazer alguém de Brooklyn e usurpar aos “outros” o território onde sempre viveram, porque achavam que ele era uma dádiva de Deus. Esta gente não vai abrir mão de um palmo de terra, pelo contrário, mas os "outros" não vão desistir de lutar pelo direito a tê-la. Esta história não vai acabar bem, é uma certeza, é a conclusão que se tira.
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