Estou farto de patriotas que levam o tempo a lamentar-se do país que afinal esmifram, e se arvoram em comendadores esforçados, sempre de ajuda desinteressada.
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A operação publicitária da horta na Avenida da Liberdade, teve qualquer coisa de oportunista que não gostei. Ao Belmiro, já não comprava o jornal, agora, vou deixar de comprar as batatas. Cheguei a sair dos seus hipers sem cebolas por não as terem portuguesas e vêm agora com esta operação de maquilhagem falar do apoio à produção nacional. Ele distribuiu aquelas verduras aos pobrezinhos e ao mesmo tempo os produtores de leite foram impedidos de distribuir leite com a marca Continente cujo objectivo era mostrar que o leite Continente não era leite nacional. Não o conseguiram porque a polícia impediu, mas havia aqui em casa o yogurte de que junto a imagem que prova que os seus produtos lácteos são maioritariamente de outras origens que não Portugal, como se vê pelo símbolo ES, apesar do código de barras ser 560 (Portugal)
Nem Belmiro, nem Soares dos Santos a partir de agora. A dúvida é saber o que haverá no bairro que tenha resistido à hegemonia que o faz cantar de poleiro como se fosse um salvador de pátrias. Se o abraço da foto com os dentes em ops! não representa o seu contentamento por poder vir a despedir em breve sem justa causa, representa certamente o ressabiamento de quem não perdoou OPA’s mal sucedidas! Para que precisamos nós de troikas daquelas se temos patrioikas destes? Governe-se com as elites que abraça, porque vou passar a comprar no bairro e a contribuir para recuperar os empregos que destrói com a sua hegemonia, ainda que isso me acarrete um custo e que o merceeiro da zona seja afinal tão reaccionário como ele.
2 comentários:
Olá Graza :)
... também escrevi sobre o evento... penso que foi sobre o outro lado da "coisa", aquele em que os produtores nacionais sairão valorizados, qualquer que seja a sua rede distribuidora e por, ainda que por caminhos perversos, apelar ao sentido comunitário do incentivo à valorização e revitalização do aparelho produtivo nacional... por tudo isso, obrigado por ter escrito, tão claramente, sobre o "outro lado da moeda" tão pertinente como o que valorizei mas, seguramente, mais trágico!... ainda que com umas horas de atraso, vou fazer link no Leituras Cruzadas de hoje. Obrigado!
Um abraço.
Ana Paula:
Ando preguiçoso nas minhas leituras habituais, e neste sentido, ainda bem que não li o seu post antes de editar o meu, porque admito que me poderia deixar contaminar pela sua forma elegante de dizer as coisas.
Mantive durante muito tempo um link do Movimento 560, no Arroios, só o tendo retirado quando esta crise eclodiu, por achar que não era a altura para os países se porem com proteccionismos. Agora, já faz novamente sentido o apelo para uma maior apoio à produção nacional e nisso, estou totalmente a favor.
Aquilo que me pôs a escrever desta forma, foi verificar que o Continente nunca teve uma estratégia de defesa da produção nacional como agora apregoam e isso, testemunhei durante anos de compras nas suas lojas, não passando esta horta de puro oportunismo, aproveitando a vulnerabilidade das pessoas e a sua sensibilização, finalmente, para este problema. É este aproveitamento, encapotado pela promoção ao que é nosso, que censuro, porque sou figadalmente contra a mentira.
Obrigado pelos destaques, mas é sempre bondade sua!
Um abraço
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