Acabo de ouvir no programa Antena Aberta, da Antena 1, (clique no programa do dia 4 de Agosto) uma confissão preocupante. Este programa, que tem como convidado o Padre Lino Maia, da CNIS, está a tratar hoje dos reflexos da crise na sobrevivência de alguns portugueses. Por entre vários testemunhos, um, destacou-se pela ameaça que fez em directo: um ouvinte que diz ter 62 anos, e está com uma depressão e sem dinheiro para se tratar, tem uma esposa de 50 anos e um filho de 20 a estudar. A esposa que se debate com um cancro, teve que pagar 70 euros aos Bombeiros pelo transporte para os tratamentos. Com um orçamento familiar de 412 euros, o homem pergunta como é possível encarar a vida. Diz-se uma pessoa de honra e de palavra. Diz que já fez emails para várias instituições sem resposta. Avisa-nos que se não obtiver resposta no prazo de uma semana, irá com um garrafão de cinco litros de gasolina para a porta do Ministério da Solidariedade Social e se imolará pelo fogo… Assim, em directo. O locutor não lhe permitiu continuar mas disse-lhe que o assunto com certeza ser resolvido. Temo que no programa não se tenha a sensibilidade de atribuir a esta confissão a credibilidade que nos deve merecer um aviso destes. Bem sei que estes problemas não se resolvem com caridadezinha, mas há situações de limite a que é obrigatório estender a mão. Eu começo por aqui, e pelo links deste post, pelo Facebook, e pelo eco junto dos meus contactos, quem sabe possamos chegar a tempo de evitar uma tragédia que avaliando pelo tom me pareceu de levar em conta.
2 comentários:
A melhor maneira de ajudar este homem é divulgar o mais possível a sua ameaça e a sua mensagem.
Milhares de portugueses vão viver a mesma tragédia e o mesmo desespero deste humilde cidadão, a quem só já resta a esperança de se imolar pelo fogo, para se vingar do destino.
O seu texto foi um autêntico murro no estómago.
Um abraço
Alexandre
Sem pretender tocar uma corda que não gosto, ainda bem que há pessoas que se consideram atingidas dessa forma com um drama destes. A mim chocou-me não só o que disse mas a forma segura como disse. Lembrei-me de tratar o assunto assim, não vá acontecer que quem o ouviu não o tome a sério. Não devo agradecer por razões óbvias, pela sua reacção aqui, mas apetece-me: obrigado.
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