13 setembro 2011

O fim de uma união.

À atenção da Senhora Merkel, dos alemães, dos europeus, e dos governantes portugueses de espinha mole.

O comissário europeu da Energia, o alemão Oettinger, propôs na sexta-feira num jornal alemão, que as bandeiras dos países endividados fossem colocadas a meia haste nos edifícios da União Europeia. Assim, e sem vergonha. Era de delatores como este que fugíamos na escola. Ofensas pessoais são uma coisa, outra, são ofensas a um povo através dos seus símbolos, e desconhecer isto, é revelador de uma tortuosa estrutura mental. Este crápula ofendeu descaradamente os países envolvidos.

Por cá, já era tempo de conhecermos reacções, para além das de Rui Tavares, mas só silêncio e cobardia, a mesma que usam nos desaforos de Jardim.

O que este alemão propõe à boa maneira nazi é vexar, sujeitar à reprovação pública, marcar com ferrete. Desculpem, mas isto lembra a sinalização às casas onde viviam judeus e é lamentável não estarem a existir consequências.

Ainda que venham reacções ou demissões, o mal que permitiu esta proposta vai permanecer para ter outras erupções, e esta Europa que pareceu um dia possível parece agora cada vez mais inviável, ela não pode construir-se com gente desta, nem nós nos sentimos bem com eles à mesa. É o fim da ilusão, não tanto por via da pressão dos incumprimentos, mas por esta falta de sentido de construir um caminho comum.

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