O ogre da ilha tem um sonho que não confessou, e sente-se constantemente atacado porque fala na “resistência de cada dia” a que são obrigados. Como sabemos que o ataque não é por bandos de cagarras transformados em hordas, será porventura pelos tais colonialistas continentais. Pobres madeirenses. Não os sabíamos por essa razão em sofrimento. Sabíamos sim do espartilho claustrofóbico em que alguns dos seus mais esclarecidos habitantes se encontram, o que transforma em degredo a partilha de uma ilha tão bonita, que assim vira um deprimente rochedo. Ora, em 1974 não aproveitaram a oportunidade, e também não nos parece que existisse de resto algum dossier em aberto, ao contrário, receberam até com tranquilidade os ditadores depostos. E até podia dar-se o caso de se sentirem confortáveis com “aquele” tipo de colonização. Não? Seria assim como que uma colonização “amiga”. Ah! mas nós por cá não gostávamos deles nem da colonização que faziam. Mas o 25 de Abril fez-se também por essa razão: o fim da colonização. A descolonização pode ocorrer por duas formas: pela retirada do colonizador, ou pela conquista da independência por uma qualquer via, a diplomática ou a das armas. Jardim já nos conhece, sabe que a última coisa que queremos é que algo de mal aconteça ao povo da Madeira. As armas ficam assim de fora, e a nossa retirada sem sermos convocados a isso, seria considerada um abandono. Resta a via diplomática. Basta então de chantagem. Decida-se, e pergunte. Força! Porque considerar-nos colonialistas, ofende-nos na ordem de grandeza imediatamente a seguir a filhos da puta, e desaforos destes à nossa honra deve ser uma instância superior a resolver. Um dia destes convocamos para isso o Presidente de República que nos saiu em rifa, se não tiver nele medrado definitivamente o autismo a que alguns traços velados apontam, para, definitivamente não vermos o arremesso constante de um povo contra o outro que ele faz com a indignidade de uma besta.
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