26 fevereiro 2013

Os custos do fator Trabalho e o Euro.



Começo a ter vergonha de ter acreditado que alguma vez poderíamos vir a convergir com a Europa nas condições em que entramos na moeda única. Agora percebo o logro em que caímos. O resultado está à vista no gráfico, - recolhido do CIES Observatório das Desigualdades - isto é, temos que convergir, fazer com que sejamos competitivos para poder crescer e assim reduzir o fosso, mas desta forma o custo do fator trabalho (ICT) já vai em 12,1%, conta os 44,2% da Noruega, e mesmo assim, nada.

Temos desta forma todo o esforço da convergência suportado pelo lado do trabalho e não é justo, porque não estamos a fazer o ajuste de uma forma relativa, isto é, se é para empobrecer que sejam todos os sectores a fazê-lo para não ser mais penoso sempre para os mesmos, e só há uma hipótese: dispormos de moeda própria para fazer a convergência por esse lado. Os alemães holandeses e os ricos do norte preferem ter-nos presos? Pudera, interessa-lhes esta relação. Teremos que ser nós a colocar esta carta na mesa e se não há alternativa, porquê esperar até ao desastre final?

É altura de fazer justiça aos que nos foram avisando de que com o Euro não íamos lá. O Prof. Ferreira do Amaral foi um deles, mas foi também o amigo Alexandre de Castro, no seu Alpendre da Lua, aqui, aqui, aqui etc., que nos foi sempre escrevendo  do Euro como uma moeda demasiado forte para a nossa competitividade.


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