09 novembro 2013

Comemorações




Comemora-se quase em simultâneo o centenário do nascimento de Álvaro Cunhal, e os 96 anos da Revolução Russa de 1917.

Nada tenho contra Álvaro Cunhal, andei até com ele nas lutas e Abril, e sim reconheço-lhe o valor de um lutador incansável que ajudou à sua maneira a derrotar o fascismo. Entre as duas comemorações decidi por assistir ao da explicação da revolução de 1917, por maior desconhecimento do facto.

O que sabemos de um acontecimento passado é o que o filtro histórico dos vencedores lhe aplica, e no caso da Revolução Russa, o vencedor foi Stalin, não é por isso de estranhar que muito pouco se ouça falar dos que foram derrotados e como foram, e é assim que outra versão dos acontecimentos vai fazendo caminho, mas não devia, porque aquele período teve outros protagonistas e cada um deles teria a sua versão do que se passou se tivesse sobrevivido, e o facto do seu depoimento não ser coincidente só serviria para enriquecer o relato.

Trotsky foi um desses, mas foi dos últimos a ser eliminado na América Latina, pelas secretas do nosso vencedor, mas não foi o único, porque de um Comité Central de 26 elementos sobreviveram 4, três por razões especiais, e um por ser ele próprio: Stalin.

Podem conferir-se por baixo das fotos, o motivo da morte de cada um. Não é justo.

Encontrei duas fotos que ilustram bem esse período. Uma que é sintomática da lavagem feita através da manipulação da fotografia, havendo mais exemplos destes, e a outra que explica porque triunfou Stalin. A revolução russa derivou aqui para uma outra coisa. O resultado foi o que se viu.


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