03 fevereiro 2015

O encanto das palmeiras

Um dia, recebi em casa um casal amigo da República Checa. Pelo caminho, vindo do aeroporto, vi que observavam com um sorriso e falavam com curiosidade de qualquer coisa que não me apercebi o que era. Perguntei qual era o motivo da curiosidade e o Lumir lá explicou que era a mulher que nunca tinha visto palmeiras, e que as viam com muita curiosidade porque isso representava uma mudança efetiva para outras paragens, assim como se um homem dos trópicos visse nevar pela primeira vez.
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Vem isto a propósito de hoje estar a ouvir alguém que estava a ser entrevistado na rádio, e foi-lhe perguntado por que razão dizia que nasceu por causa de uma palmeira. Explicou que tendo o pai estado em Marrocos ficou encantado com uma palmeira, e lhe disseram que se queria ver muitas mais que descesse por ali abaixo que iria encontrar muitas. Assim fez, e andando, andando, foi parar à Rodésia e por lá conheceu a que veio a ser a sua mulher. Foi amor à primeira vista, e logo logo nasceu um menino, ele próprio, por curiosidade, o primeiro bébé da história do novo pais, então alterado para Zimbabwe. O que faz uma palmeira.

2 comentários:

folha seca disse...

Caro Graza
Tinha para aí 22 anos quando integrei uma pequena delegação de 3 elementos, chefiada pelo saudoso Osvaldo Castro à Hungria numa relação de partidos irmãos com o um distrito com algumas semelhanças com o de Leiria.
Algum tempo depois foi a vez de nos retribuírem a visita. Em dois carros ligeiros fomos busca-los ao Aeroporto e fizemos o percurso de forma a passar por São Martinho do Porto. Como o tradutor vinha no outro carro havia alguma dificuldade de comunicação e foi com alguma dificuldade que percebia a alegria esfuziante de um dos elementos da delegação ao avistar o mar.
O local de alojamento era em S. Pedro Moel. Entregues aos proprietários da residencial demos algum tempo e para descansarem até ao jantar. Quando chegamos para o Jantar um deles tinha desaparecido.Alguma preocupação ficou atenuada quando eu disse com alguma convicção. já sei! O meu palpite estava certo. O mar estava para aí a 500 metros e lá estava o "desaparecido" de sapatos na mão, calças arregaçadas e os pés de molho.
Aquele homem nunca tinha visto o mar (coisa que não há na Hungria) e foi a sua primeira saída do País, isto em 1977.
Esta pequena história estava já arrumada na minha memória, mas a que constaste fez lembrá-la.

Abraço
Rodrigo Henriques

Graza disse...

Imagina-te numa situação dessas! Como será estar ao pé dele pela primeira vez na vida. :)