Eu era pequeno, mas lembro-me que a Ditadura o fazia passar por um mau português. Quando visitou o seu amigo António Figueiredo, jornalista da BBC em Londres e este o avisou dos perigos que corria, Delgado respondeu-lhe:
- Ninguém dá a vida, só dou o que me resta da vida...
Premonitório. Pouco tempo depois, era assassinado em Espanha, às mãos de Casimiro Monteiro o mesmo esbirro que assassinou Eduardo Mondlane, o primeiro organizador da libertação de Moçambique.
Há homens que vivem para morrer com o privilégio desta dignidade. Outros, viscosos de nascimento, lá morrem. Só morrem!
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